A Fotógrafa Sobrenatural.

Capitulo 1

Anali Shin, estudante de Química, visionária e fotógrafa nas horas vagas, tirava foto de tudo, insetos e animais; paisagens feias ou bonitas não importava, a fotografia era sua paixão.

Filha de japoneses, Anali e seu irmão mais velho, Thiago, nasceram no Brasil, exatamente em São Paulo, mas seu coração pertencia ao Japão - Nagoya - cidade natal de seus pais, onde passou sua adolescência.

Logo após, sua mãe resolve voltar ao Brasil a trabalho e, deste então, permanece. O ano era 1999. Aos 21 anos, sua rotina se baseava em casa e faculdade, algumas andanças e fotos, nada de agitação.

Adora passear pelo parque do Ibirapuera, um dos mais lindos e conservados, bem no coração da cidade cinza e poluída. Estava chegando o final do ano e o calor era de matar, às vezes batia a saudade do Japão, temperatura amena e, em certas datas, a neve.

Com sua câmera Olympus digital, lentes fixadas, a mais conceituada em tecnologia para a época. Estava mais uma vez no parque, tirando inúmeras fotos de borboletas e insetos em meio à vegetação, ao fundo, o sol partia radiante em cor laranja, mais uma foto para coleção? Claro!

De repente uma mão pousou em seu ombro, Anali saltou com o susto.

- Que susto, Caio! - fala pondo a mão sobre o peito.

- Desculpa. Não queria te assustar. - respondeu ele colocando uma das mãos sobre a boca e rindo.

Caio era seu amigo de faculdade e morava no mesmo bairro, usa óculos de grau altissimo, seus cabelos caiam sobre a testa, dando-lhe um ar de nerd atrapalhado. Era filho único e morava com a avó, sua mãe residia no interior, bem distante da vida agitada da cidade.

- E ai? Vai ao baile? - perguntou sentando ao seu lado e soprando um fio de cabelo que caía sobre os óculos.

- Não sei, qual será o tema? -
Questiona Anali olhando para o céu.

- Halloween, estamos em Outubro. todos irão com algum tipo de fantasia. - Disse esticando as pernas no gramado.

- Aah! Mania de brasileiro querer se americanizar! Por que não fazem um tema sobre o folclore? Há tantos bons personagens! - Anali fala limpando a lente da câmera.

- Esqueceu de que você é brasileira? - diz o rapaz rindo.

- E se fosse com o tema Folclore, você iria de quê? Mula sem cabeça? - Caio caiu na gargalhada levando um olhar congelante de Anali.

- Não seria má ideia, até...! - Anali deu de ombros.

Caio ainda ria com as mãos sobre a barriga, quando Anali deu-lhe um empurrão e os dois permaneceram ali até o sol sumir no horizonte e tudo começar a escurecer.

- Hora de ir, moça. Está escuro, eu te acompanho até sua casa. -
Caio se ofereceu.

- Muita gentileza sua me acompanhar, vai que algum tarado aparece, ai, tenho você como meu protetor paladino! -
disse Anali com olhar maroto.