Capitulo 9

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Anali se arruma para enfrentar mais um dia, afinal a vida tinha que continuar. Veste uma calça jeans preta, uma blusa de manga longa branca e calça o seu velho All Star.

Se preparando para sair, Anali se depara com um enigma, olha para câmera posta sobre a cômoda, pensa em não levá-la, mas a câmera parecia lhe chamar. Vira as costas pondo a mão sobre a maçaneta e paralisa, pensativa.

Até uma batida soar na porta como um baque assustando Anali, é Thiago.

— Ah, já está arrumada? Tão cedo? — Thiago abre um sorriso fraterno.

— Sim, Guto me mandou um sms para que eu comparecesse ao jornal! — diz Anali alisando os fios do cabelo.

— Que ótimo, pelo menos você distrai a cabeça! — Thiago põe a mão no ombro de Anali.

Anali confirma com a cabeça saindo do quarto e logo descendo as escadas, rapidamente vai até a cozinha enfia dois pedaços de queijo na boca e um copo de suco, dona Nakato observa com olhos arregalados.

— Mas, que isso menina? Tome seu café direito, para quê tanta pressa?

— Guto... — fala de boca cheia engolindo para continuar — Guto me mandou um sms para que eu fosse agora ao Jornal!

— Ai, que bom Anali, minha querida, desejo sorte no seu novo emprego! — diz com a mão sobre o peito.

Anali a beija e sai dando um tchauzinho de costas para mãe, virando o corredor para a saída, e no pé da escada estava Thiago lhe esperando com a sua câmera em mãos.

— Você esqueceu sua câmera caça fantasmas no quarto!

— Eu... Eu não ia levá-la! — diz séria.

— Por que não? Não faz parte do seu trabalho? E outra, não acho que Guto irá lhe levar a algum lugar assustador, fique tranquila! Qualquer coisa me manda um SMS, e tome cuidado! — Thiago pisca e Anali ri.

— Você é o melhor irmão do mundo! — Anali beija Thiago no rosto e pega a câmera saindo em seguida.

No ônibus, Anali recebe o SMS de Caio com a resposta de sua pergunta:

Bom dia, flor do dia! Então, pelo que fiquei sabendo, Diego está na UTI e em coma. E caso ele saia dessa vai ser direto para o DP prestar esclarecimentos, é isso! Ahh! Bianca vai ser enterrada amanhã em Campinas!

Anali fica pensativa, Diego ainda não havia morrido, chegando a conclusão de que foi só um trauma por tudo o que ocorreu. O pesadelo foi isso: apenas um pesadelo.

Saindo dos pensamentos, Anali responde a Caio:

— Espero que ele seja preso e condenado pelo que fez à Bianca, ela não merecia isso. Estou indo ao jornal, Guto me chamou, espero que seja para começar a trabalhar, preciso distrair minha cabeça! SMS enviado.

Chegando ao quarteirão do prédio, A Notícia, Anali pede parada no próximo ponto. Desce e logo atravessa a avenida aproveitando o farol fechado, adentrando em seguida na portaria.

Chegando ao andar do Guto, não havia ninguém, muito menos a secretária para a recepcionar, Anali resolve bater palmas e chamar por Guto e nada. Resolve então ir até o outro cômodo e nada. De repente alguém a chama.

— Anali?

Anali dá meia volta até a recepção e lá estava Guto, com meio corpo à vista, através da porta de vidro lhe chamando.

— Olá, pensei que estivesse por aqui! — diz meio aflita.

— Hoje é dia de trabalhar do lado de fora, venha comigo!

Anali franze o cenho e resolve então acompanhá-lo, pegam o elevador e Guto aperta o térreo, logo depois apoia as costas na parede de ferro olhando para cima, acompanhando o andamento dos andares, Anali faz o mesmo.

De repente Guto resolve romper o silêncio.

— Como você está?

— Bem!

— Tem certeza? Me parece meio absorta em pensamentos, algo está te afligindo? — pergunta preocupado.

— É só um fato que aconteceu na minha faculdade ontem, durante uma festa!

— Hmm, quer falar sobre esse fato?

— Acho melhor não, eu quero esquecê-lo! — responde Anali colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Bom, qualquer coisa estou aqui, sou um ótimo ouvinte e também um aconselhador nato! — Guto finaliza tocando a ponta do nariz de Anali.

Chegando ao térreo, uma equipe com alguns aparatos os esperavam, Anali fica surpresa e apreensiva, o que estaria acontecendo?

— Chefe, está tudo pronto! — diz um dos encarregados.

— Está certo, já iremos! — Guto diz se virando para Anali.

— Para onde iremos?

— Anali, estamos indo para um dos casos mais misteriosos de São Paulo, e nós iremos desvendá-lo, se tudo der certo!

— Sério? E qual seria? — pergunta Anali curiosa e ansiosa.

— Nós iremos passar um dia na antiga faculdade paulistana onde aconteceu um massacre misterioso, que nem as maiores autoridades do Brasil conseguiram desvendar! Não é um máximo?

O mundo em volta de Anali cai, seu semblante muda completamente ficando inerte ao que estava prestes a se meter por completo. Anali olha para câmera pendurada em seu pescoço e as visões dos fantasmas já capturados por ela vinham à tona em sua mente.

— Anali? Você está bem? De repente ficou séria e pálida. Não gostou da ideia?

— É... não eu... vou ter que faltar a aula hoje? — diz esfregando os lábios que estavam secos.

— Seus estudos não são mais importantes que esse emprego, pense na fama que você irá conseguir com as fotos tiradas do local, e se você conseguir captar algum Gasparzinho melhor ainda!

Aí é que estava o grande problema, captar fantasmas aterrorizantes era o que mais sua câmera sabia fazer, e Anali não queria mais vê-los.

Guto se vira de costas dando instruções a um outro cara enquanto Anali absorvia toda a situação. Coisas bizarras haviam naquele lugar e provavelmente não seriam nada amistosos.
Guto volta a encarar Anali.

— E então? Vamos?

— Eu estou com pressentimentos ruins!

— Ah, Anali, vamos lá! É só um prédio abandonado, e caso haja fantasmas, espíritos e almas do além... e daí? O que elas poderiam fazer? — Guto passa o braço em volta das costas de Anali forçando a andar até a van. — Prometo que o dia passará rápido e amanhã esse documentário estará nas primeiras páginas do jornal e na internet, com seu nome em cada fotografia!

Anali ouve tudo em silêncio parando e encarando Guto.

— Espero mesmo que eles não façam nada! — Anali respira fundo e entra na van por fim.

— Espero mesmo que eles não façam nada! — Anali respira fundo e entra na van por fim

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