Capitulo 7

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Anali, ao se afastar da cena, se senta no banco desolada e pensativa, até ouvir Caio chamar.

— Anali! — Caio se agacha em sua frente apoiando os braços em suas pernas — Foi Diego, não foi?

— Eu... Eu... Não sei Caio, não podemos levantar falso testemunho.

— Mas nós o vimos falando com ela e logo depois saindo com ela por aquele lado! Só pode ter sido ele! — diz Caio nervoso.

— Fala baixo Caio, primeiro não temos provas e segundo seria nossa palavra contra a de Diego! Esqueceu que os pais dele são importantes? — ela diz com olhos lacrimejados.

— Droga! — Caio se levanta puxando a touca e passando as mãos sobre o cabelo.

Mais uma vez se ouve gritos em meio à multidão, ela se põe em pé olhando em volta, alguns caem em desespero e saem correndo, Anali e Caio olhavam estáticos a cena que se iniciava à frente de todos. Diego estava sendo levitado a dois palmos do chão com suas mãos em volta do pescoço.

Anali então prepara a câmera e ao olhar através da lente vê a menina fantasma em frente a Diego olhando-o fixamente. Sufocando, Diego começa a ficar vermelho e seus olhos quase saindo das órbitas, Anali assustada liga o flash da câmera e tenta captar a menina.

Ao tirar a foto com o flash, o fantasma vira o rosto para ela com a boca aberta e escura parecia gritar. Anali então tira mais fotos dando uma sequência de flashes, a menina fantasma gritava mais, de repente ela some e o corpo de Diego cai no chão.

Um dos professores resolve se aproximar de Diego o tocando, seu rosto parecia que ia explodir e ele tossia alto, ao fundo se vê alunos ligando para emergência, e Anali fica parada com a câmera na mão processando tudo que acontecera.

Welligton e Fábio estavam com os olhos arregalados do outro lado, com copo de ponche nas mãos alguns alunos estavam brancos e catatônicos na cena.

— Meu Deus! O que está acontecendo nesse lugar? — Caio põe as mãos sobre a cabeça aflito.

Anali permanecia calada e sem mais reações, não entendia o porquê de sua câmera começar a captar esse tipo de coisa nos últimos dias, mesmo após dois meses de uso, com a antiga câmera não se via essas aparições.

— Será que ele vai morrer? — Caio pergunta interrompendo os pensamentos de Anali.

— Eu.. Eu não sei! Ele possivelmente tirou a vida de Bianca e agora o castigo vem a calhar!

— Ele estava sendo levitado, será que era o fantasma de Bianca se vingando? — Caio arregala os olhos pondo a mão sobre a boca.

Não Bianca e sim sua amiguinha fantasma. Anali responde em pensamento.

Anali coloca o protetor de lente na sua câmera, não queria ver mais nada naquela noite. Diego continuava tossindo jogado ao chão, um dos professores o vira de lado para não se engasgar com a própria saliva.

Anali e Caio resolvem esperar, junto aos demais alunos e professores desolados, a chegada da ambulância e dos policiais. Diego provavelmente não sobreviveria ao castigo de uma alma penada.

— Acho que Diego não sobreviverá a isso! — desabava Caio.

— Ele ainda está respirando, o problema é a demora da ambulância! — Anali prepara o celular e manda um sms para o irmão.

Após meia hora, a ambulância chega, logo os paramédicos descem, colocam um protetor de pescoço e o colocam numa maca, em seguida chegava a polícia e o IML para retirada do corpo.

Anali ao ver alguns policiais fazendo perguntas aos alunos e professores, logo ficava nervosa segurando sua câmera com força, não queria que ninguém visse o que ela fotografara.

Caio encarava Anali nervoso, porque sabia que o assassino era Diego. Mas também sabia que ao revelar esse fato teria que apresentar provas, e as únicas provas estavam nas fotos que Anali havia tirado do fantasma apontando para Diego.

Acontece que os policiais não acreditariam nas fotos sobrenaturais de sua câmera. O policial baixinho de bigode duvidoso se aproxima, olha de Anali para Caio, parecia analisá-los.

— Vocês dois viram algo suspeito antes da moça ser morta? Chegaram a vê-la antes e com quem falou pela última vez? — pergunta o policial desconfiado.

— Não, é... Bianca sempre foi quieta e reservada! Nem sabíamos que estava aqui na festa! — mente Anali, Caio a olhava em dúvida.

— Hmm, e você mocinho? Viu-a antes de tudo acontecer?

— Não, também não vi, espero que o assassino pague o que fez, Bianca não merecia isso! — diz Caio baixando a cabeça e esfregando a mão nas têmporas.

— Hmm, está certo, por favor se ouvirem algo por aí, se lembrarem de algo suspeito, vão até o 2° DP. Estão liberados! — o policial dá uma última olhada e se afasta.

Caio e Anali se retiram até a entrada da faculdade e Caio desaba.

— Aah, eu vou para o inferno por ter mentido! — coloca as mãos no rosto borrando a maquiagem de caveira.

— Pare Caio, foi o certo a se fazer, não sabemos se foi realmente Diego! Não temos provas! — ela cochicha próximo a Caio.

— Mas e aquele ataque estranho a Diego? Só podia ser um aviso da alma da Bianca, sei lá, isso todos viram, estão todos de testemunha!

— Mesmo assim, isso não prova nada!

Do outro lado da rua se ouvia duas buzinadas, era Thiago avisando que havia chegado. Anali sai em disparada puxando Caio pelo manto preto.

— Que tanto polícia é essa por aqui? O que houve? — Thiago pergunta assustado.

Anali e Caio se entreolham e depois retornam ao olhar espantado e curioso de Thiago. Caio se prontifica a contar.

— Uma colega de classe foi encontrada enforcada! E suspeitamos de alguém! — Caio diz cabisbaixo.

— Meu Deus! Mas vocês contaram à polícia?

— Não, Tiago, não temos provas de que foi realmente a tal pessoa, só suspeitamos porque foi a última pessoa em que ela teve contato na festa! — Anali se encosta no banco do carro tirando o chapéu e pondo no colo.

— Olha, isso não está certo, vocês tinham que relatar tudo que viram aos policiais! — Thiago protesta e Caio encara Anali.

— A pessoa já teve seu castigo, ok? É provável que nem sobreviva! Vamos embora, Thiago!

— Como assim "a pessoa já teve seu castigo"? — Thiago desconfiado olha de Anali para Caio.

— Anali, quer saber, eu não vou aguentar, eu vou até o policial e vou dizer tudo que vi hoje à noite! — Caio abre a porta do carro e segue novamente para dentro da faculdade. Anali apenas observa incrédula.

— Quando chegar em casa você vai me contar tudo o que houve aqui, mocinha! — Thiago a aponta dando partida no carro.

Anali olha para sua câmera tocando-a, talvez seria hora de contar a Thiago o que sua câmera capta de verdade.

Anali olha para sua câmera tocando-a, talvez seria hora de contar a Thiago o que sua câmera capta de verdade

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