Capitulo 3

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Entrando no cubículo, Guto aponta para cadeira a frente da sua mesa para que Anali sentasse. A moça repara em volta. Havia muitas fotografias de viagens, provavelmente ele as havia feito. Entre elas, havia uma em que ele estava em frente às pirâmides do Egito - é uma das viagens do sonhos de Anali.

— Gostou das fotos? — perguntou Guto tirando-a de seus devaneios.

— Ah!, são lindas as imagens, quando foi essa viagem?

— Há uns dois anos, em uma das minhas expedições, foi uma das experiências mais sublimes que tive!

Anali o encarava encantada. — Deve ter sido sublime mesmo!

— Um dia, quem sabe, você não vá também.

— Seria maravilhoso! — Anali falava olhando para o nada, viajando em pensamentos.

— Terra chamando Anali! — Guto passava a mão a frente do rosto de Anali, trazendo-a de volta à realidade.

— Mil perdões, eu estava distraída!

— Você tem vontade de ir ao Egito? — perguntou Guto limpando as lentes de seus óculos.

— Sim, sim! E de tirar muitas fotos. É um sonho meu!

— Quem sabe um dia se realize…

Guto Telles fazia parte da administração do jornal e era responsável por algumas matérias, muitas delas em lugares inusitados, onde houvera algum caso sinistro, como assassinatos em massa ou suicídios.

— Bom, pelo que seu irmão disse, você gosta muito de fotografar, já fez algum curso? — Guto passa a mão sobre os cabelos aloirados esperando a resposta de Anali.

— Não, na verdade minha paixão vem desde os 13 anos, quando ganhei minha primeira máquina, e acabei pegando gosto pela fotografia.

— Mas isso é ótimo, acho que é mais que suficiente. Está contratada!

Anali quase pula da cadeira de felicidade e admirada diz um Yes baixo com o punho fechado. Guto rir.

— Estou empolgada para começar e, falando nisso, o que irei fotografar?

— Por enquanto não revelarei nada, você ficará sabendo no dia em que começarmos, tenho que preparar algumas coisas.
Anali franziu o cenho pensativa.

— Por enquanto é isso, amanhã traga seus documentos para admissão. — Guto estende a mão para Anali com aperto firme novamente.

Após a entrevista, Anali fala com a recepcionista que lhe entrega um papel com os documentos necessários para o dia seguinte. Satisfeita, Anali sai do prédio onde seria seu primeiro emprego. Já que o de fantasia de rosquinha no último semestre não era considerado um emprego de verdade.

A moça caminhava até o ponto de parada para embarcar em um ônibus que lhe levasse até a faculdade. Enquanto esperava, retirava sua câmera da bolsa e tirava umas fotos do local e do prédio A Notícia. Reparou que o local havia sido reformado e as letras grafadas em dourado chamavam a atenção de quem passasse pela rua.

Era um dos jornais mais respeitados da região.
Ao conferir as fotos tiradas, verificou que estavam ótimas, sem embaçamento estranho nem nada do tipo. Respira aliviada, amava sua câmera e trocá-la seria como trocar um filho.

Após alguns minutos Anali chega finalmente à faculdade para suas aulas de Química, já estava no sexto semestre e não via a hora de concluir os estudos. Chegou à portaria Caio já a esperava.

— Anali, finalmente! Mais uns minutos e iríamos nos atrasar! — Caio disse fazendo um aceno para o seu relógio de pulso.

— Estava numa entrevista de emprego!

— Jura? E como foi? Você fará o quê? — fizera as perguntas com empolgação.

— Foi fácil, até que o cara não exigiu muito, mas até agora não sei o que irei fotografar! — disse fazendo bico.

— Puxa! Então vai ser de fotografia?! Que massa, Anali, estou feliz por você, mas vai ser bem cansativo você conciliar esse emprego com a faculdade. Você está ciente disso, né?

— Ai, eu sei Caio, mas preciso do dinheiro que irei receber. Não posso ser dependente de mãe e irmão o resto da vida. Quero ter meu próprio dinheiro!

— Entendo, eu também queria ter o meu para sair da casa da minha avó e morar sozinho sabe?! — Caio olhava para o nada, pensativo, enquanto falava.

— Ah, um dia você chega lá, e vai que eu não consigo uma vaga para você comigo nesse meu novo emprego... — Pisca Anali para Caio.

— Sério? Ah, Anali, você merece um beijo! — Caio tenta se aproximar de Anali fazendo biquinho. Um possível selinho.

— Ah!, Caio não, sai pra lá! — Anali o empurra com as mãos e Caio ri.

Chegando a sala de aula, onde a professora e alguns alunos já estavam sentados em suas carteiras, Anali pediu licença para entrar seguida de Caio logo atrás, ainda rindo, Anali entortara a cara para que Caio parasse.

Anali sentou na segunda carteira do meio e Caio ao fundo, na mesma fila, enquanto isso, a professora, a senhorita Paula, escrevia no quadro negro. Ela é a professora mais jovem da faculdade. Muito dedicada e inteligente.

— Todos já chegaram? — pergunta se virando para os alunos, pegando um livro e o abrindo.

— Professora! Falta a Carrie, a estranha! — diz Diego, o garoto mais idiota da sala, fazendo com que os demais rissem, menos Anali e Caio, que balançavam a cabeça em reprovação à atitude.

— Diego! Por favor, respeite a colega de classe, não quero esses apelidos ofensivos em sala de aula! — Repreendera-o a professora Paula, ajeitando seus óculos no rosto.

A garota apelidada de forma pejorativa, se chamava Bianca Ross. Era de uma família tradicional,no qual alguns membros foram envoltos em casos bizarros, segundo os burburinhos que rolavam pelos corredores da faculdade. O que queria dizer que podia não ser verdade.

Bianca era quieta e reservada, falava baixo, andava, muitas vezes, de cabeça baixa e desconfiada, vivia sozinha e excluída, mas é a que tirava notas mais altas. Anali uma vez tentou puxar assunto com a moça, porém não obteve sucesso, ela realmente era estranha.

Mas era seu jeito. Teria que ser respeitada.
Após alguns minutos, Bianca entrou e, como de costume, calada. Foi direto para sua carteira, que ficava próxima da janela, com vista para o pátio da faculdade, ao fundo, os alunos começavam a rir baixo, caçoando da pobre moça.
A aula se iniciava em mais um dia e Anali não via a hora de começar no seu novo emprego.

A aula se iniciava em mais um dia e Anali não via a hora de começar no seu novo emprego

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