Um novo dia iniciara, Anali despertou animada para a entrevista. Naquela manhã, usava seu vestido cor de carmim e um top florido por baixo, calçou as sandálias e amarrou o cabelo em um coque.
Preparara a câmera limpando a lente e a colocara dentro da bolsa. Descendo as escadas até a cozinha, seu irmão Thiago e sua mãe, dona Nakato, estavam à mesa já tomando o café.
O desjejum foi farto: pães, bolo, queijo, presunto, suco, leite e achocolatado tudo o que Anali adorava.
— Sente-se querida, tem tudo o que você gosta hoje! — fala Dona Nakato com um sorriso quase fechando seus olhinhos puxados.
— Obrigada, mamis! — Anali se aproxima a beijando-a na testa.
Dona Nakato é uma senhora reservada sem muito diálogo, seu português é impecável devido à sua profissão, professora de Geografia. Já o pai, seu Nian Shin, morava no Japão, é engenheiro químico e, por não se habituar ao clima tropical do Brasil, preferiu permanecer no Japão, por fim, os dois se separaram. Anali e Thiago resolveram ficar com a mãe e mantêm uma comunicação com o pai não muito constante.
— Dormiu bem, irmãzinha? — diz Thiago.
— Sim, irmãozinho, estou ansiosa com a entrevista! — diz pegando um pedaço de bolo.
— Entrevista? Que tipo de entrevista? — pergunta dona Nakato.
— Recomendei-a a um amigo, mãe, ele precisa de alguém que saiba tirar fotos para um documentário. E logo pensei na nossa especialista em fotografias aqui! — diz Thiago tocando na cabeça de Anali.
— Eu aqui! — Anali sacode as mãos no ar.
— Nada modesta. — diz o irmão.
— Mas que maravilha querida, espero que dê tudo certo! O documentário é sobre o quê? — pergunta dona Nakato curiosa.
— Ele não me disse, só informou que é para um documentário. Quem sabe não seja sobre animais selvagens e manda ela pra África vestida de Gnu! — Thiago ri.
— Rá, rá, rá! Engraçadinho! — ambos riram.
...
Anali pega uma carona com Thiago seguindo a estrada rumo ao jornal chamado "A notícia", onde trabalha o tal amigo Guto, responsável pelo documentário.
— Como você acha que vai ser essa entrevista? — pergunta Anali.
— Bom, sei mais ou menos... Vão perguntar de sua experiência com fotografias, vão sondar sua psiquê, para se certificarem de que você não é nenhuma psicopata… Vão lhe colocar numa cadeira de choque... — Anali desfere-lhe um tapa no braço e ele ri.
— Seu bobo!
— Relaxa, irmãzinha, vai dar tudo certo! — diz Thiago rindo.
Anali e Thiago seguiram em meio a vielas e ruas enquanto Anali - como seria de se esperar - tirava fotos da floresta de cimento, até que pararam no farol em frente à grande faculdade antiga e abandonada. O local era enorme e o prédio também. Como um local assim ficara abandonado?
Anali tirava fotos do prédio até o farol abrir e Thiago seguir viagem.
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A Fotógrafa Sobrenatural.
HorrorAnali uma fotógrafa por Hobby, ama a natureza, animais e lugares inusitados. Em um certo dia é convidada por um jornal local por meio de seu irmão Thiago á fotografar para um documentário sobre uma faculdade antiga e desativada onde aconteceu inumer...