O amor da porta ao lado

Despedidas

21 de maio de 2018

É, hoje finalmente era o dia. Eu finalmente voltaria para o meu lugar no mundo, o único lugar em que eu me sinto confortável de estar, o único lugar que me faz sentir eu mesmo, Los Angeles.

Antes que realmente fosse embora, Josh foi ao único lugar dessa cidade no qual ele se sentia confortável, o Píer. Bom, ele não foi o único a ter essa idéia. Taylor, Will e Kyle estavam sentados, encarando o  lago em absoluto silêncio, pareciam pensar em um mesmo assunto, a despedida. O silêncio foi quebrado por Josh, que pisou na única madeira falha do píer. Todos viraram as cabeças e quando viram o Josh abriram todos o mesmo sorriso, o de tristeza. Era inevitável que Josh voltaria a LA e era impossível não pensar nisso, o melhor amigo deles vai embora. Josh sabia o que seus amigos sentiam, não era a primeira vez que isso ocorria
Afim de quebrar o clima, Josh começou a falar:
-Arrumar a mala é horrível e eu sempre esqueço alguma coisa óbvia, tipo meus documentos.
Ele se sentou ao lado de Kyle que começou a rir.
-Eu lembro desse dia. Nós perdemos o voo porque você não
conseguia achar seus documentos, e quando estávamos chegando no condomínio, você achou seus documentos, eles estavam no bolso detrás da calça.
Will e Taylor também começaram a rir.

É, como eu vou sentir falta deles.

Aquela foi a última conversa do Quarteto talento antes que Josh fosse finalmente para LA.

O que eu estou esquecendo de levar?

Josh sabia que estava esquecendo de alguma coisa, por isso revirou o seu quarto inteiro.
Tudo da sua lista de itens está dentro da mala, então que droga ele estava esquecendo?
O seu colar da sorte
Quando finalmente veio em sua mente o que faltava, aonde estava o colar?
Faz anos que ele não usa aquele colar, que lhe foi dado por Noah.

19 de março de 2010
Los Angeles
Estávamos eu, Noah e Diarra no Píer de Santa Mônica, apenas observando o quão lindo o por do sol era lindo, num absoluto silêncio. Noah se levanta e vai em direção as barracas de vendedores e volta minutos depois com uma pequena sacola em suas mãos. Ele faz um sinal discreto com a cabeça que apenas eu percebi, e saiu andando em direção a saída do píer. Eu o segui e o alcancei. Ele parou, e se virou, dando de cara com o meu rosto. Estávamos tão próximos que podia o sentir respirar em meu rosto. Ele se afastou com um passo e me mostrou a sacola que carregava:
-O que é isso Noah?
Ele abriu a sacola e dentro tinha dois colares.
-Eu comprei para selar a nossa amizade e para que mesmo que estivermos longe, algo nos deixasse próximos.
Ele retirou o colar da sacola e me mostrou detalhadamente. Era preto e tinha um N gravado no meio. Já o dele tinha um J gravado. Ele se virou para que eu pudesse colocar o colar em seu pescoço, e depois eu fiz o mesmo.

21 de maio de 2018

Todos estavam aqui. Meus pais, meus amigos, meu irmão, todos. Se despedir sempre é a pior parte, e droga, como eu sentiria falta de cada um deles. Abracei primeiro meu pai, que sempre me encorajou a seguir o meu sonho, e desde que passei na academia de dança, ele vem se preparando para esse dia. Minha mãe chorava desesperadamente em meus braços, ela nunca deixou que eu abaixasse minha cabeça e que deixasse que  minha coroa caísse. Taylor, Will e Kyle me abraçaram, juntos. Toda vez que eu estava prestes a cair, eles estavam ali para me dar forças para me reerguer. Meu irmão, que sempre falou verdades a mim e que me fez perceber o quão talentoso eu sou. E finalmente era hora de ir. Eu sei que a viradinha de quando alguém está prestes a entrar num voo e a poucos segundos atrás se despedia da sua família é clichê, brega e o necessário para que alguém chore, mas foi inevitável não fazer isso. Antes que pudesse passar pela ala que me levaria ao meu voo eu virei. Meus pais estavam abrasados, chorando. Meu irmão me encarava com um sorriso, prestes a chorar. E meus amigos, o quarteto talento, choravam com um sorriso de orgulho, eles sabiam o quanto aquilo era importante para mim. Antes que eu pudesse desistir, voltei para o portão que me levaria ao meu sonho, o portão 31.

Aqui vou eu, LA.