"Querido Diário, eu e Noah estamos assim a 1 mês. Não namoramos, mas aparentemente, ele não quer que eu fique com outra pessoa. E pegação todo dia, claro. Para querer exclusividade, primeiro é preciso ter algo sério. E nós não temos nada sério. As vezes acho que não sou o suficiente pra ele. Ele é tão...ele. Noah é tão perfeito que até deveria ser um elogio. As vezes acho que não sirvo pra ele. Ele é tão Noah e eu sou apenas uma pessoa tão, sei lá, substituível e normal. Não existe algum fator que me faça ser especial, eu só sou comum. Comum e cheio de defeitos.
Por que ele iria querer alguém como eu?
Eu não tenho nenhum talento além da dança, claro. Eu sou horrível na cozinha, eu não sei costurar, eu prefiro ler em vez de assistir, eu sou meloso. as vezes eu sou bem grosso e antipático. Eu sou apenas uma peça qualquer, e nem umas das melhores.- Com amor, Joshua?"
Eu levantei da cama, mais pela necessidade de comer, não por vontade própria. Eu odeio o clima de domingo. É tão agoniante.
Noah estava na cozinha. Quando me viu, ele sorriu. Geralmente ele me dá um beijinho, mas os pais dele também estavam lá, melhor não arriscar. Eu evitei muito contato. Tomamos café em silêncio. Isso me deixou um pouco desconfortável. Depois eu só voltei pro quarto e voltei a minha leitura de "A culpa é das estrelas". Eu gosto de romances.
Eu não sou muito fã de chorar. E eu estava chorando. Mesmo que eu já soubesse o que aconteceria, eu chorei. Por que eu tenho que ser tão emotivo?
De repente, Any entrou no meu quarto. Ela usava um short preto e uma blusa neon de malhação. Estava com o cabelo amarrado e segurava uma garrafa d'água.- Oi, viado - ela exclamou.
-Tava caminhando? - Perguntei tentando parecer interessado.
Ela assentiu com a cabeça.
-Que horror, caminhar num domingo. - Fiz um sinal de nojo e ela riu.
-Lendo "A culpa é das estrelas"? Aconteceu alguma coisa?
- Não, só queria ler alguma coisa.
- Fala sério, Josh. Você só lê
"A culpa é das estrelas" quando tá deprimido. O que aconteceu? - Ela perguntou e se sentou ao meu lado.-Eu... Só acho que tô errado em estar deprimido.
-Por que acha que está errado?
-Eu e Noah estamos nessa a um mês. Não temos nada sério, e ele quer um tipo de exclusividade. Só que toda vez que eu falo de compromisso, um relacionamento, ele foge. Ele sempre arranja uma desculpa. Sempre. Parece que ele só quer me ter como brinquedinho. Como se tivesse me iludindo. E quando aconteceu pela primeira vez, ele falou que sentia coisas por mim e tals, mas honestamente, eu não consigo sentir que ele também sente isso. E eu tô com a sensação de estar me iludindo, mas não quero admitir isso por que não quero admitir que ele seja capaz de me iludir.
E eu comecei a chorar. De novo.
Any me abraçou e nós ficamos ali por um tempinho.Eu e Any estávamos conversando quando ela teve a ideia de pregar uma peça no Noah. Sinceramente, eu estava tão sem ânimo que eu faria qualquer coisa. E eu fiz. Nós saímos discretamente do meu quarto, indo em direção a porta que fica ao lado da minha, a do quarto do Noah. Any pegou uma buzina que tinha no meu quarto e um megafone (não me pergunte como ela conseguiu isso, eu também não sei.) A ideia dela era simples, mas eficiente. Em vez de ter apenas o barulho da buzina, teríamos barulho em dobro. Ela me entregou os objetos e discretamente, entrei no quarto dele. Estava escuro, com as lâmpadas apagadas e com cortinas fechadas. Eu apertei a buzina e Noah gritou. Não conseguia vê-lo, mas conseguia ouvi-lo. Ele consegue alcançar alguns bons agudos.
Eu liguei a luz. O quarto de Noah estava muito mais arrumado que o comum. Na cama, dois baldes de pipoca e refrigerante. E Noah segurava uma caixa de anel, ainda se recuperando do susto. Eu fiquei em choque.- Bom, acho que eu deveria te fazer uma surpresa. - Noah sorriu.
- E sim, isso é um pedido de namoro, e um meio clichê, sei que você gosta de romance. Mas antes do pedido acontecer, eu tenho que falar umas coisas. Eu lembro até hoje de como éramos quando criança. Como éramos grudados. Nós tínhamos uma conexão muito forte, e bem, nós achávamos que ninguém podia acabar com ela. Eu ainda lembro como eu me senti a primeira vez que te vi, mesmo que eu fosse muito novo, eu ainda lembro. E eu sei que era amor. Sempre foi amor. E Joshua, eu sou completamente apaixonado por você. Eu sou apaixonado pelo seu jeitinho de ser, pela sua personalidade, pelo seu talento, pelas suas manias, pela pessoa incrível que você é. Por tudo. Eu não sou uma das melhores pessoas com sentimentos. Não é atoa que eu fugi disso. Mas eu sei que eu sou completamente apaixonado em você. Então Joshua, - ele se ajoelhou - você aceita namorar comigo?
Eu continuei em choque. Só balancei a cabeça como um sinal de "Sim". Noah me abraçou e eu comecei a chorar. De novo.
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O amor da porta ao lado
FanficJosh finalmente volta ao seu lar, Los Angeles, para cursar sua faculdade, mas não esperava ter que ficar na casa de Noah Urrea, pessoa que mais odeia em toda face da terra, mas também, a única por quem se apaixonou profundamente. Plágio é crime.