Eu acordei com uma ligação. O quarto estava escuro e eu não enxergava nada além da tela da TV ("Tem alguém assistindo?") mas reconhecia o toque do celular. O toque personalizado da Any é uma música de Moana. Entre os meus (confortáveis) cobertores, meu celular tocava desesperadamente.
- Bom dia, peste.
- Acordou de mal humor, galinha loira?
- Não me chama de galinha.
- Tanto faz, loira do tchan.
Depois que a Any me explicou o que é uma loira do tchan eu passei a achar esse apelido genial.
- Por que me ligou? Quer ouvir minha voz sexy?
- A última coisa que a sua voz é, é sexy.
- Desculpa, são os hormônios.
- Você não deveria uma achar outra pessoa sexy?
- Eu não tenho resposta pra isso, acabei de acordar.
- Na verdade eu liguei pra falar de uma pessoa sexy.
- Você não me arranjou outro encontro não né?
- Eu juro que nunca mais vou fazer isso sem te falar antes. Mas não, não é um encontro novo, e sim um antigo. E talvez um novo. Daqui aqui a 15 minutos eu apareço na sua porta. Trate de abrir, vamos levar seu cachorro pra passear. Se você não abrir, eu arrombo e sequestro seu cachorro.
Ela desligou.
Em uma rapidez absurda, eu me arrumei. Na verdade, eu até já acostumei com caminhadas matinais desse tipo, mas elas geralmente não ocorrem num domingo. Any não brincou quando disse que em 15 minutos ela estaria na minha porta - eu cronometrei. Quando abri a porta, a primeira pessoa - animal - a recepcionar Any foi o Magnus, meu (lindo, cheiroso e peludo) Golden Retriever. A Annie, minha outra (linda, cheirosa e peluda) Golden Retriever, continuou deitada e dormindo. Acho que ela não quer passear.
Em frente ao meu prédio, existe um parque que até um lago com cisnes (eu tenho certo receio de passar perto deles, eles são estressados) e é onde eu geralmente passeio com meus pedacinhos de ouro.
Enquanto eu e Any andávamos com Magnus, ela me contava sobre as novidades (não só delas). A Any é a personificação jovem daquela senhora meio fofoqueira que sabe sobre a vida de absolutamente todo mundo da vizinhança. Mas eu não posso negar que as vezes, essas informações são úteis de algum jeito. Muitas vezes, na minha vida romântica. Já consegui diversas paqueras com essas pequenas informações.
Any sentou ao meu lado num banco da praça. Enquanto víamos Magnus correr atrás de uma bolinha, Any continuava falando, e honestamente, perdi metade da conversa por me distrair facilmente, mas uma parte me tomou toda a atenção.
- Tá, eu preciso falar. O Noah entrou em contato comigo. É por isso que eu te chamei. Ele pediu indiretamente pra não te contar, mas ele quer que te conte. Ele perguntou sobre você, se você tá bem, se já superou e se tá com outra pessoa. Até do Magnus ele perguntou, falou que se daria bem com ele. Josh, ele ainda é completamente louco por você. A sua teoria doida de que ele te traiu por que quis é sem sentido. As músicas do álbum dele já falava isso. Existe alguma explicação pro seu chifre, ele é apaixonado, apegado e emocionado demais pra te trair.
Meu emocional variava rapidamente. Ao mesmo tempo que me senti um lixo, me senti completo. Eu não conseguia falar, era muita coisa.
- Wow.
Eu deitei minha cabeça no ombro de Any e tentei organizar meus pensamentos.
- Eu achei que estava completamente sozinho nesse amor. Achei que já era passado pra ele e que eu sofria sozinho. Acho que não sou mais o único.
Depois de um tempo, fomos pra um café que ficava ao lado do prédio. Enquanto Any fazia carinho em Magnus e prestava atenção no meu desabafo de choque, eu tomava (e falava) meu café e tentava me acalmar a cada pausa (muitas, pra simplificar. Eu acho que preciso tomar menos café.)
- Eu nunca vou esquecer como eu fiquei naquele dia. No começo eu fiquei completamente desolado e decepcionado. Eu nunca pensei que Noah poderia fazer algo do tipo. Eu me senti tão mal, mas tão mal. E nem conseguia demostrar metade do meu sofrimento. Depois, no avião, eu comecei a me sentir um lixo. Pensei mais na situação e me senti completamente substituível. Noah falava que eu era único, que era a peça rara dele. Eu nunca fiquei tão mal na minha vida que nem fiquei nesse dia. Irônico, os piores dias da minha vida foram causados pela mesma pessoa.
Any me reprendeu com o olhar.
- Desculpa. Você sabe como eu fiquei esse tempo todo, ficou mal junto comigo. E eu ainda me sentia idiota por amar alguém que me traiu. É que ao mesmo tempo que eu não quero contato, pra previnir um sofrimento, a única coisa que eu quero é falar com ele, abraçar ele e ficar horas deitado de conchinha assistindo Netflix e rindo de coisas bestas e de como somos apaixonados. Eu só não quero ficar mal de novo, sabe? Mas eu também quero voltar a me sentir inteiro, mesmo que isso talvez custe mais do que eu tenho. Eu nunca pensei que seria o tipo de pessoa que perdoa um chifre.
Eu comecei a lacrimejar discretamente. Any riu e sentou ao meu lado pra me dar apoio. E de quebra, Magnus apoiou sua cabeça nas minhas pernas. E pronto, eu comecei a chorar como se desidratar fosse o melhor caminho.
- Acho que eu deveria falar com ele.
- Primeiro pro Magnus se ele quer mais um pai.
Eu ri e voltei a chorar.
💢💢💢
BOM DIA MEU POVOOOO
então, eu atrasei (e muito) essa att, desculpas :(
Mas eu juro que vou voltar pro calendário normal de atualização. Essa semana aconteceu algumas merdas (e eu ainda tô tendo que me dedicar um pouco mais pra escola) que me atrapalharam de escrever pra vocês, mas eu juro que vou tentar meu máximo pra lançar att nesse domingo.
Até o próximo cap :)
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O amor da porta ao lado
FanfictionJosh finalmente volta ao seu lar, Los Angeles, para cursar sua faculdade, mas não esperava ter que ficar na casa de Noah Urrea, pessoa que mais odeia em toda face da terra, mas também, a única por quem se apaixonou profundamente. Plágio é crime.