Eu estava ligeiramente nervoso. É estranho esperar o seu ex que te chifrou bater na sua porta pra que vocês possam fofocar com seus amigos e causar uma estranha tensão sexual, com direito a olhares e flertes.
Eu estou usando uma roupa simples, mas um pouco mais arrumada que o habitual. Eu passei um perfume incrivelmente cheiroso. E falando desse jeito parece que eu estou me arrumando para o meu amado como uma mulher da década de 30, mas (a) pra começar, eu sou gay e (b) ele não é o meu amado. Não mais, pelo menos.
- Você tá tendo aqueles seus momentos de reflexão? - Any perguntou com uma expressão que variava entre curiosa e preocupada.
- Sim, mas ao mesmo tempo, não. Só estava pensando em como é estranho esperar o meu ex bater em minha porta pra podermos ter uma roda de fofoca. Não acho que isso seja muito normal.
- É mais normal do que você pensa. E você deveria ter aprendido que a sua vida não é grande exemplo de normalidade quando você nasceu milionário, branco, loiro e viado, se não fosse o viado, você seria só um idiota milionário que objetifica as garotas e fala que tá livre quando termina com elas.
- Você é milionária, mas não vale 1 dólar. Se fosse assim, ainda bem que nasci viado.
- Você fala como se fosse o tesouro de Atlântida, e pra sua informação, eu estou valendo 5 reais. E realmente, ainda bem. Eu te comeria vivo se não fosse.
- Falando de uma coisa importante, você não acha que o Noah tá atrasado?
- Calma, Joshua, relaxa. Não deu nem 20h ainda, mas eu te garanto que ele vai chegar antes. Mas só pra garantir, você deu o endereço certo?
Eu gelei, e acabei entendendo a sensação de que estava esquecendo alguma coisa.
- Eu vou ligar pra ele. - Eu falei antes que Any entendesse o recado.
Ele atendeu rapidamente.
- Olha, eu sei que você sente a minha falta, mas não precisa ser tão afobado, sabe? Eu já tô chegando, aí você vai poder matar a saudade ao vivo. Se quiser, pode até dar um beijinho. - Noah falou em um tom debochado.
- Você não tem vergonha na cara mesmo, né? Eu só queria saber se você sabia o endereço, eu esqueci de te falar antes.
- O Lamar me passou, diferente de você, ele lembra dessas coisas. - Eu o ignorei.
- Só não demora muito.
Eu desliguei.
Ele não demorou muito. Depois de 5 minutos, ele bateu na minha porta. Noah estava bonito. A calça jeans e a blusa preta valorizavam ele de um jeito diferente.
- Você tá lindo, gatinho. - Ele falou com um sorriso enquanto me olhava. Eu corei um pouco. - Você é muito fofinho quando fica vermelhinho.
Eu não sabia o que falar. Any tentava esconder um sorriso enquanto Lamar sorria abertamente.
Noah se auto-convidou para entrar.
- Não sei se vocês gostam, mas eu trouxe um vinho. O Josh, pelo menos, gostava.
- O Joshua gosta de tudo que tem álcool. - Any falou enquanto me encarava e sorria.
- Eu ia tentar desmentir, mas aí eu estaria mentindo para mim mesmo.
Ela riu.
- E eu ainda gosto de vinho. - Eu dei um sorrisinho enquanto observava Noah. Ele deu um mini suspiro de alívio.
Eu percebi um roçar na minha perna e logo sabia que era Magnus. Ele logo me largou e foi cheirar Noah. Eu olhei para Any, que estava trocando Mini surtos com Lamar pelo olhar. Quando percebi, Noah já estava fazendo carinho em Magnus enquanto falava com uma voz fina. Fiquei com um pouco de ciúmes, ele não vai me conquistar pelo cachorro.
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O amor da porta ao lado
FanfictionJosh finalmente volta ao seu lar, Los Angeles, para cursar sua faculdade, mas não esperava ter que ficar na casa de Noah Urrea, pessoa que mais odeia em toda face da terra, mas também, a única por quem se apaixonou profundamente. Plágio é crime.