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Noah volta hoje. Depois de meses, eu finalmente vou ver ele. Sentir a sua pele, o seu lábio, o seu calor. Me sinto bem só de saber que vou vê-lo. Finalmente essa turnê acabou. Na verdade, ela não acabou. Ele ainda tem um último show pra fazer hoje a noite. O show de encerramento. Não aguento mais essa angústia, eu só quero ver ele. E transar. Por favor, destino, eu só quero transar um pouco.

Eu preparei uma surpresa pra ele. Eu fiz um super café da tarde. Eu e a any. A maior parte foi a Any. Ela é uma boa cozinheira e ainda conseguiu um pote de açaí, mesmo que ela fale que o que vende aqui não é que nem o do Brasil. Eu ainda não sou um bom cozinheiro, mas dá pro gasto.

Todos já estavam aqui. Eles querem fazê-lo se sentir bem-vindo, mesmo que seja a casa dele. Sina estava emburrada. Ela queria ir buscar Noah no aeroporto, mas ele insistiu em vir com o nosso motorista. a última vez que eu falei com ele, ele falou que em 20 minutos já estaria aqui. E isso já faz 24 minutos. Espero que tenha sido apenas o trânsito. Ou Noah errou a conta. O que é mais provável de ter acontecido, ele não é uma das melhores pessoas com matemática. Eu não aguento mais esperar.
Eu tô a (espero) menos de 20 minutos de distância do meu amor. Depois de 6 meses, finalmente vou ver Noah. O meu bem, a minha vida, o meu amorzinho, o meu papagaio de brinco. O amor da minha vida.

Depois de alguns minutos, a porta se abriu, e ele estava oficialmente de volta. Noah usava uma bermuda de moletom, uma blusa de frio preta e estava usando um crocs brancos que não é mais um branco. E estava com grandes olheiras. Mas do mesmo jeito, Noah continuava perfeito. O meu coração disparou. O meu peito estava quente. Eu me sentia bem. Muito bem. Como se ele fosse o sol que ilumina as minhas noites. E eu precisava desse sol. Precisava de um pouco de calor. Precisava de alguém que me iluminasse. 
E quando a ficha caiu, eu corri pra cima dele. Eu parecia correr em câmera lenta. Quando eu cheguei perto o suficiente, ele largou as bolsas que carregava e abriu os braços. Nós literalmente nos chocamos. O impacto foi forte, e Noah caiu. Mas ele estava feliz. O seu sorriso era tão verdadeiro, e o seu abraço tão quente e acolhedor. Ele me apertava forte, como se eu fosse uma peça rara e que precisasse de proteção. Mas na verdade, ele era a minha peça rara. Nós ficamos assim por alguns minutos, como se o mundo não tivesse fim. E com ele, realmente não parecia ter.

Depois de um tempo, todos já estavam juntos. Conversávamos, comíamos e bebíamos. Noah estava ao meu lado, com a cabeça encostada no meu ombro, enquanto conversava com Sina e Heyoon. Elas querem adotar um bebê. Eu acho a decisão adorável. Elas já entraram com a papelada e tudo. Eu quero ter um filho, mas não agora.

Noah já foi. Não embora, no caso, mas pro último show da turnê. É em um lugar meio longe daqui e é provável dele ficar em um hotel. Antes dele sair, nós transamos. E eu ainda me sinto nas nuvens. Eu já transei com algumas outras pessoas na vida, mas com o Noah é especial. Ele humilha os outros. Ele faz coisas que ninguém nunca fez. Ele desperta coisas que eu nunca imaginei que iria sentir antes. Ele é tarado e carinhoso ao mesmo tempo. Ele conseguiu transformar o sexo em algo além do prazer carnal. Ele é perfeito. E o pau também.

Any estava deitada ao meu lado quando eu recebi uma notificação do TMZ. Eu entrei em choque.

"Noah Urrea é flagrado traindo o namorado"

O meu coração disparou. Todo o ar dos meus pulmões se foi.

"Hoje, recebemos de uma fonte anônima, uma foto que mostra o cantor Noah Urrea beijando um homem não identificado, na festa da vogue. Mas a fonte afirma que não seria Josh Beauchamp, namorado do cantor, já que ele se encontrava em LA, onde mora com o cantor."

Eu não consegui ler o resto.
Na foto, Noah beijava um cara alto e de cabelos castanhos. E realmente era Noah. Não tinha como não ser. O mesmo cabelo, mesma roupa,  mesmo relógio. E ele beijava com vontade. Muita vontade. Aposto que depois disso, eles transaram no banheiro. Sempre foi assim comigo.
O meu coração se despedaçou. Como se ele tivesse caído de uma prateleira e quebrado. E alguém ainda esmagava os cacos. Eu não consegui processar tantos sentimentos de uma vez só. Eu entrei em Pânico. Me senti tão mal, que achei que fosse morrer nos braços de Any, que me abraçava e chorava discretamente. Ao mesmo tempo que queria chorar até morrer, eu queria socar Noah. Como ele pode?
A consciência dele não pesou depois de me ver? Ou eu sou tão irrelevante que nem era de se cogitar se arrepender? Ele me ama como eu amo a ele? Eu realmente sou a peça rara dele?

O amor da porta ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora