six.

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  “O som da tua voz sacudiu meu mundo inteiro.” — anônimo.

  
   Passaram-se três horas desde que chegamos na praia. Inúmeros assuntos já tinham sido pauta, perdi as contas das risadas que dei e minha barriga estava explodindo de tanto que comi.

   — Gente, preciso voltar pra casa, minha mãe vai trabalhar nessa madrugada e tenho que ficar com minha irmã. – Zoe disse após atender uma ligação. Ela havia mencionado que sua mãe era enfermeira e seus horários eram todos loucos.

   — Tudo bem, vai lá. A gente vai ficar aqui mais um pouco até o Josh voltar. – Noah falou e sim, o Josh ainda não havia voltado desde o início.
 
   — Então vocês vão passar a noite inteira aqui porque garanto que ele não tem a mínima vontade de parar o que está fazendo... – Um sorriso malicioso se formou em seus lábios e nós três nos entreolhamos, caindo na risada em seguida. – Enfim, vou indo... Obrigada pela noite de hoje, adorei te conhecer melhor, Sina. – Ela sorri.

   — Igualmente.

   Zoe pega seu casaco e se retira.

   Ficamos somente Noah e eu, sentados perto da fogueira e assando mais marshmallows mesmo sabendo que não aguentávamos mais. Todos já haviam ido para suas casas, outros optaram por ir comer nos restaurantes e havia alguns se banhando nas águas frias do mar.

   Depois que a Zoe saiu ficou um silêncio perturbador entre nós dois, é como se ela fosse a ponta que nos unia, sem ela, éramos só dois adolescentes que não tinham assunto em comum.

   — Toma. – Ele me entregou um marshmallow quase queimado.

   — Passou do ponto. – Comento. Ele ri.

   — Desculpa, fiquei distraído com aquele cara desmaiado na areia.

   Começo a rir. Noah se referia a um cara que bebeu a noite inteira e agora estava simplesmente jogado no chão, sem camisa e todo babado.

   — Será que amanhã ele se lembra de tudo o que fez? – Pergunto mordendo um pedaço do marshmallow.

   — Se ele lembrar o próprio nome estará no lucro. – Noah diz e dá um gole em sua cerveja. – Eai? Mudou de ideia sobre a praia? – Ele me encara e só então consigo notar o quanto seus olhos são bonitos. A luz da fogueira os realçava.

   — Ahn... Acho que sim. – Desvio o olhar, encarando a areia.

   — Você acha?

   — É que preciso de mais experiências para me acostumar, sabe? Uma só não basta... – Respondo por fim.

   — Entendi, então vamos fazer isso todos os dias, simples.

   O encaro com dúvida.

   — Quê?

   — É, ué. Todos os dias vamos vir na praia, assim você terá experiências de sobra. – Ele diz como se fosse óbvio e lança um sorriso. Seus dentes eram milimetricamente perfeitos e branquinhos. Noah Urrea era realmente muito bonito.

   — Isso é loucura, desse jeito vou acabar enjoando.

   — Antes de você enjoar passará pela fase de ficar perdidamente apaixonada... – Ele diz e dá uma pausa, mas volta a falar rapidamente. – Pela praia, quero dizer... – Completa desconcertado.

   — Lógico que é pela praia, pelo o quê mais eu me apaixonaria? – Dou uma risada de desespero. A conversa estava começando a ficar embaraçosa e eu nem entendia o porquê.

» thɑt summer - noɑrt. Onde histórias criam vida. Descubra agora