twenty seven.

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"Estamos aprendendo a amar, mas é difícil quando você é jovem.” — the chainsmokers

Miami, Flórida. 2013.

   Os dias seguintes foram confusos. Preferi dar uma chance a ele. Todos nós cometemos erros, né? E mesmo que ele tenha de fato traído ela, o que impede dele ter mudado? Os tempos são outros, a situação é outra... Ninguém é o mesmo de um mês atrás. A evolução faz parte. E desculpa, mas o Noah que eu conheço, não parece nem um pouco com o monstro que a Zoe descreveu ontem.

   Enfim, a questão é que eu não falei com o Noah sobre aquela noite. E acho que foi o maior erro que pude ter cometido. A falta de diálogo é o câncer de qualquer relacionamento.

   Era uma sexta-feira e havia passado 1 semana desde o ocorrido com a Zoe. Ela sumira da casa do papai e mal nos mandava mensagem marcando algum rolê. O Josh era o único que mantinha um contato mais direto com ela, sempre que podia ele dava uma passada em sua casa.

   Passei a semana inteira analisando o Noah, cada movimento dele me deixava desconfiada e aquilo me fez sentir a pior pessoa do mundo.

   — Cê tá bem? – Josh senta a meu lado no banco de frente a um stand de roupas usadas. A praia estava lotada aquela noite. – Trouxe cachorro quente.

   — Não tô com fome, valeu. – Digo sem tirar os olhos do Noah que estava em ligação com alguém na esquina da orla.

   — Você tá estranha... – Josh comenta e em seguida dá uma mordida em seu lanche, sujando um pouco a gola da sua camiseta branca de ketchup.

   — Estranha como?! – Finalmente o olho.

   — Sei lá, tem uns dias que você tá tratando todo mundo mal...

   — Eu? Tratando mal? – Falo num tom um pouco rude.

   — Ih, deixa pra lá. – Josh revira os olhos.

   — Ah, cala boca. Só tô na tpm, é isso. – Respiro pesadamente e puxo meu celular com força do bolso. Vou até o WhatsApp e procuro o contato do Noah. “Online”. – Mas que porra... – Novamente volto meu olhar na direção dele e percebo ele digitando freneticamente.

   — O que foi? – Josh pergunta. – É alguma coisa com o Noah? – Ele fala ao notar minha inquietação.

   — Ele tá muito estranho. – Digo de uma vez. – Faz 30 minutos que saiu pra atender uma ligação e agora tá falando com Sabe-se Lá Quem.

   — Relaxa. Certeza que é a mãe dele dando uma de coruja. – Josh solta uma risada abafada.

   — Quer saber? Eu volto já.

   Levanto antes que o Josh possa responder algo e caminho rápido em direção ao Noah.

   — Por que a demora, amor?! – O surpreendo pelas costas. Noah parece assustado e tenta três vezes até conseguir bloquear a tela do celular. Rapidamente consigo ver o nome do contato da pessoa que ele conversava. Camila.

   — Ah, oi, amor! – Ele força um sorriso e me dá um selinho. Guardando o celular no bolso da calça. – Estava conversando com minha mãe sobre esse fim de semana.

   O fim de semana que o Noah se referia era uma programação especial que nós havíamos planejado. Nossas férias estavam quase no fim e mal tínhamos um tempo a sós... Por isso Noah entrou em contato com seu tio que tinha uma casa de praia desocupada. Iríamos passar dois dias sozinhos, curtindo a companhia um do outro... Isso, é claro, se eu não estragasse tudo antes do tempo.

» thɑt summer - noɑrt. Onde histórias criam vida. Descubra agora