seven.

6.7K 527 596
                                    

“soltei  minhas mãos para segurar em você aqui.”- now united.

» Alemanha. Dias atuais.


   — E o que aconteceu depois???? – Melissa pulava em cima da cama eufórica.

   — Acho que vou ter que continuar outro dia, Mel. Está tarde. – Digo pondo as polaroids de volta na caixa.

   — Você não pode me deixar curiosa assim, Sina. – Finalmente ela cessou os pulos e sentou de frente pra mim, fazendo bico... tentando me ganhar na chantagem emocional. E adivinha? Funcionou. Sempre funciona. Chantagem emocional is a bitch.

   — A mamãe não pode saber que você tá acordada a essa hora... – Encaro o relógio em meu pulso que marca exatamente 00:15.

   — Ela já deve tá roncando... Anda logo! – A pequena me olhou com os olhos brilhantes que imploravam por mais da minha história com o Noah.

   — Tá, mas não vou contar tudo hoje... Amanhã depois que eu me mudar podemos continuar. Certo?

   Melissa fez que sim com a cabeça e eu decidi dar continuidade.

   — Bom... – Comecei novamente enquanto vasculhava as fotos. – O Noah não estava brincando quando falou sobre irmos todos os dias à praia... Tá vendo essa foto aqui? – Estendo a mão, mostrando a polaroid para a Mel.

   — Estou.

   — Foi na semana seguinte... Noah dedicou uma semana de sua vida tentando me ensinar a nadar e nesse dia eu finalmente havia conseguido! – Dou risada ao lembrar.

»  Miami, Flórida. 2013.

   — Você conseguiu! Não estou te segurando! – Noah vibrou ao soltar minha cintura e perceber que eu não estava afogando pateticamente, como das outras vezes em que ele tentara.

   — Ahhhh. – Era a única coisa que conseguia sair da minha boca. Eu estava gritando num misto de desespero e felicidade.

   — Josh, tira a foto agora! Precisamos registrar isso. – Noah gritou para o amigo.

   — Tô chegando com a câmera, não afoga ainda, Sina! – Debochou Josh. Reviro os olhos e decido ignorar o comentário.

   — Ai meu Deus... – Murmuro. Minha ansiedade não estava curtindo muito o fato de meus pés não encostarem no chão. Em questão de segundos começou a passar dezenas de reportagens e trechos de documentários em minha mente, meus pensamentos foram metralhados de coisas negativas relacionado a pessoas que morreram afogadas.

   — O que houve? – Noah me olha assustado.

   — Eu... eu... – Tento dizer algo, mas pareço ter desaprendido a falar inglês. Então, num ato de desespero começo a bater meus braços, tentando me manter equilibrada. Sem sucesso.

   — Ei, ei, ei! Calma! – Noah segurou minha cintura novamente. – Relaxa, relaxa... – Ele falava comigo, mas sua voz parecia tão distante que não conseguia raciocinar. – Lembra de tudo que te ensinei.

   Não conseguindo me acalmar eu desisto de tentar ficar boiando e me apresso em cruzar minhas pernas em volta do corpo do Noah.

» thɑt summer - noɑrt. Onde histórias criam vida. Descubra agora