O inesperado - Maliwal / Shivley

03. Shivani

       Depois que eu disse meu endereço, um silêncio constrangedor tomou conta do carro, mas eu fiz questão de quebrá-lo.

– Por que você escolheu engenharia civil? – Perguntei olhando para ele, que parecia estar concentrado na estrada. Ele ri fraco.

– Sabe que nem eu sei direito o porquê? Meu pai queria que eu fizesse uma faculdade mas também queria que tivesse a ver com a empresa dele. Como a empresa dele é uma construtora, eu resolvi fazer engenharia, apesar de nunca ter gostado de matemática e saber que ela está em quase todo o curso. – ele alterna entre os meus olhos e a estrada –Mas e você, por que engenharia civil?

– Eu sempre gostei de matemática, é um curso que pode fazer eu realizar meus sonhos e é um curso taxado como "só para homens", digamos que isso me deu uma estimulada para mostrar que nós, mulheres, conseguimos fazer qualquer coisa. Até mesmo aquelas que são taxadas como "atividades masculinas".

– Quais são os seus sonhos? – ele indagou sorrindo.

– Hum, eu tenho vários mas acho que o meu maior sonho é dar um futuro melhor pra minha irmã. Ela e minha avó são tudo para mim. – eu disse observando minhas unhas.

– Seu maior sonho não envolve algo material e nem nada pessoal , uau. Vamos amigar – gargalho com minha última frase dele, ele é maluquinho da cabeça.

– Já estamos amigados – eu completei sorrindo.

        Conversamos durante todo o percurso sobre coisas aleatórias. Acho que eu fiz um bom amigo. Sorri, enquanto entrava em casa, e acenei para ele, que logo deu partida com o carro. Tomo um banho, faço um ovo mexido, e começo a estudar.
Acordei na sala com os livros em cima de mim, olhei pro relógio e já marcava seis e treze da manhã, eu estava atrasada, essa hora já era pra eu estar saindo de casa com a Maya. Dei um pulo do sofá e fui direto pro meu quarto, troquei de roupa, acordei a Maya, enquanto ela se trocava eu fui arrumar minha bolsa e a sua mochila da escola e balé. Sai de casa às seis e quarenta e sete, hoje o dia seria corrido.