57. Shivani

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                            Maratona (02 /?)

     Em silêncio, nós dois fomos quase todo o percurso. Quando o carro para no primeiro sinal vermelho, ele começa a falar pela primeira vez.

- Me desculpe - ele remexe no cabelo enquanto me olha arrependido. - tudo o que ele falou não é verdade. - ele diz me olhando nos fundos dos meus olhos.

- Como eu me garanto que você não está mentindo pela quadragésima vez? - paro de encarar e começo a observar uma estrada que nos cercava. Eu estava cansada.

- Eu nunca menti. - ele diz baixo.

- Sério, Bailey? - digo irônica - Ou você realmente vai insistir em que o trabalho criativo de Yonta realmente existe? - digo alto e vejo-o me olhar assustado.

- Como você sabe? - ele diz ainda mais baixo, de forma quase inaudível.

- Tá vendo! Eu nunca devia ter acreditado em você! Meu deus, como eu fui tola - eu esbravejo. Sinto minhas mãos tremerem ainda mais.

- Você não é tola, Shivani. Eu menti porque era necessário. - ele tenta puxar meu queixo para olhá-lo mas eu grito.

- NÃO ENCOSTA EM MIM! - berro me encostando na porta. - Não venha com essa "eu precisava" porque você poderia simplesmente me dizer a porra da verdade! Seja ela qual for - esbravejo. - Eu fui muito burra de acreditar que alguém como você, iria querer alguém como eu! - digo sentindo como lágrimas salgadas descerem, finalmente, pelo meu rosto. - Eu não tenho nada para oferecer! Sou só mais uma diversão ou passatempo!

- Não, Shivani, você não é! - ele diz angustiado. E eu olho assim que percebo que ele estaciona ou carro em um lugar qualquer.

– Seu pai está certo! Eu devo ser apenas novidade pra você! Deve querer apenas transar comigo e depois cair fora. Eu não devia ter caído nesse papo! Eu devia ter acreditado na minha intuição. – eu digo alto olhando para ele enquanto eu sentia as lágrimas descendo pela minha bochecha.

Ele se desesperou ainda mais quando as minhas palavras últimas palavras foram ditas. Seu olhar estava focado em mim e era perceptível o tremor das suas mãos, assim como as minhas.

– Shivani, não! Eu nunca, definitivamente, nunca faria isso com você e nem com mais ninguém. Eu não me aproximei de você pensando nisso! Eu nem se quer pensava nisso antes da gente começar a ter algo – ele diz relutante. – acredita em mim – sussurrou.

– Quem em sã consciência, Bailey, preferiria ficar comigo do que a Joalin? – eu o olho. – ela é linda, rica, famosa, tem um corpo lindo  e provavelmente é muito inteligente.

– Eu, Shivani. Eu prefiro mil vezes você do que ela. – ele falou exasperado – Eu não tenho absolutamente nada com a Joalin, ela nem se quer gosta de homem! Nossos pais forçam um namoro que nunca vai existir! – ele desabafa agitado. – Não se rebaixe, pequena. Você é linda, muito linda, por dentro e por fora. Você tem uma beleza que é inalcançável. – nossos olhos se encontram e eu pude ver suas orbes castanhas cheias de água, ele está se segurando para não chorar.

– Porque você nunca me disse isso, Bailey? – indago cansada. Eu estava cansada daquela conversa apenas queria chegar em casa.

– Eu não sei, shiv. – ele corta o nosso contato visual, olhando para o volante. – eu acho que eu tinha medo. Medo de perder você, de você se afastar de mim por conta disso.

O inesperado - Maliwal / ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora