68. shivani

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       Escuto meu celular tocar de longe e bufo antes de me levantar. Já havia tomado três remédios para a dor de cabeça, nas últimas duas horas, e até agora nenhum deles havia funcionado. Eu nunca havia ficado de ressaca e agora, depois dessa terrível experiência, percebo que eu estava certa em não beber nada alcoólico. Dores, enjoo e a falta de memória estão me martirizando desde que eu acordei.

   Com pouca coragem, me levanto e vou até o quarto atender a chamada. Agradeci aos céus por não ser o Timothy mas meu coração logo apertou ao ver que era o Lamar, meu chefe, ligando.

— Bom dia, Shiv. Desculpa estar te ligando essa hora mas eu preciso falar com você. – seu tom apreensivo e levemente sério, me fez gelar. Eles saibam do possível vexame que eu fiz ontem e agora irão me demitir por passar uma mau imagem ao café?

– O que houve? Aconteceu alguma coisa? – minha voz quase falha na última palavra. Eu definitivamente não poderia perder meu emprego.

– Nada preocupante, Shiv. Pode ficar tranquila. Eu só queria perguntar se você pode vir hoje trabalhar. – meu coração se alivia ao ouvir as palavras – eu sei que não é seu dia mas...

– Claro que posso – o interrompo – não tenho nada marcado para o dia de hoje, então é um prazer ajudar vocês.

– Ai, Shiv, obrigada! Mas você vai ganhar hora extra, pode ficar tranquila.

– Não precisa, Lamar. De que horas eu preciso estar aí? – indago pensando em meios de fazer minha cabeça parar de latejar até a hora do expediente.

– Se possível – ele diz meio envergonhado – daqui a meia hora mas só se você realmente puder e eu não atrapalhar nada.

– Posso sim. – escuto a porta do meu quarto ser aberta e o meu bebê entrar por ela, me chamando para ir para a sala ver filmes da Barbie com ela – Lamar? – o chamo antes de desligar a chamada.

– Sim? – ele diz.

– Eu posso levar a Maya? – pergunto com receio. Foram poucas vezes que eu tinha levado a minha pequena ao meu trabalho, só quando houve a extrema necessidade. Apesar de não haver necessidade, a minha avó já havia ficado com ela ontem a noite inteira. Sem contar que depois eu podia levá-la no parque. Acho que seria legal sair com a minha pequena e tentar apagar as palavras que a Sofya e a Hina haviam dito na ligação.

– Claro que sim, Shivani. – O Lamar diz – a Maya sempre é bem vinda. – sorri, mesmo que ele não pudesse ver.

– Tudo bem, chego aí em meia hora. – desligo a chamada logo depois dele também ter se despedido.

– Quer ir pro parque, pequena? – pergunto olhando para a Maya, que agora estava sentada na cama me observando.

– SIM!! – ela pula da cama, fazendo uma dancinha doida.

(...)

Depois de ter tomado banho, me arrumado, arrumado a Maya e ter dado todas as orientações sobre o que pode fazer no meu trabalho, finalmente saímos de casa. Minha dor de cabeça havia melhorado e o enjoo sumido.

Me pego de surpresa ao ver o carro do Bailey parado a frente da minha porta.

O que ele estava fazendo ali?

Me aproximo do carro, junto com a Maya, e bato no vidro da janela. Percebo que ele está dormindo assim que ele se mexe e tira o óculos de sol assustado. Ele estava com uma blusa social, uma bermuda, cabelo bagunçado e um óculos de sol. Parecia que ela havia virado a noite em uma festa, então tudo se ligou em minha mente.

" – Eu vi, você chegou carregada ontem. – minha testa enruga e minha cabeça tende ir para trás com a dor insuportável. – Você não lembra? – nego – A Hina, a Sofya, o Bailey – me engasgo – e uma garota se cabelo cacheado te trouxeram até em casa, te deram banho e te colocaram na cama. "

Lembro das palavras da minha avó e tudo se junta como um quebra-cabeça.

Ele estava lá esperando por mim. Cuidando de longe.

Antes que eu pudesse raciocinar, a Maya grita animada ao ver o Bailey – assim que ele abaixa o vidro do carro.

– TIO BAILEY! – diz ela. – Ele vai no parque com a gente,mamãe? – Maya diz animada mas eu nego com a cabeça.

– Oi, princesa. – o Bailey diz olhando para minha irmã. Seus ombros estavam tencionados, indicando o seu nervosismo. – Oi, Shiv. Como você está?

– Bem, na medida do possível. – rio fraco e ele me acompanha mas deu pra perceber que foi uma risada nervosa. – Por que você dormiu aí? Perdeu o caminho de casa? – digo de forma engraçada, tentando quebrar o clima estranho que estava ali. As poucas vezes que eu e o Bailey conversamos sempre ficava com esse clima chato, em que nos dois não sabíamos como falar ou agir perto um do outro.

– Não – ele diz risonho – eu fiquei com medo de você passar mal de madrugada e sua avó não conseguir te levar para o hospital. – minhas bochechas coram. Ele continuava sendo cuidadoso comigo. – e também eu tive medo do Timothy vim para cá. – engulo seco e o Bailey me olha receoso. – Você se lembra? – eu nego com a cabeça.

– As garotas me contaram. – sinto o meu café da manhã querer voltar para a boca.

– Tio bay, o senhor não vai nos chamar pla entlar não? – a Maya pergunta com as mãozinhas na cintura e uma cara de sapeca. Nos dois caímos na risada. Ela me tirou de um assunto que eu não queria falar.

– Me desculpem, garotas – ele diz rindo enquanto destrava a porta. – Podem entrar.

– Não precisa, Bay. – sorrio e repreendo a Maya com um olhar.

– Claro que precisa. Estou literalmente na sua frente, com gasolina e com boa vontade. Para onde vocês querem ir? – ele diz e antes que eu pudesse negar a Maya responde por mim, já abrindo a porta.

– Para o trabalho da mamãe. – ela se senta do banco de trás e eu a olho incrédula.

Lá vamos nós, Shivani.

NOTA DA AUTORA

Eai, Surtaram??? O que vcs acham que vai acontecer no próximo capítulo? Não vale dizer que é a reconciliação tá?

Me perdoem o péssimo capítulo, já fazem dias que eu não estou bem mas não podia deixar de postar para vocês.

Estou bastante desanimada com tudo mas não pretendo largar a fanfic, apesar de pensar nisso com frequência.

Beijinhos de glitter e até próximo domingo ❤️

O inesperado - Maliwal / ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora