58. Bailey

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        Assim que ela saiu do carro, eu desabei. Eu havia perdido uma das pessoas que mais me fazia feliz e completo nesse mundo. Chorei por ter magoado alguém tão importante para mim, por feito-a chorar, por ter escondido tanta coisa e principalmente por ter perdido a pessoa na qual eu estava perdidamente apaixonado.

    Fiquei na frente da sua casa por alguns incontáveis minutos, esperando o meu choro cessasse para assim conseguir voltar para casa. Eu estava disposto em falar tudo e mais um pouco para o meu pai. Ele não tinha o direito de falar daquela forma com a Shivani, muito menos ter dito tudo o que falou. Meu sangue ferve só em pensar em suas palavras.

–VOCÊ É UM IDIOTA! – berro entrando no seu escritório. Ele estava sentado atrás da escrivaninha com um sorriso sínico nos lábios. – UM FILHA DE UMA PUTA!  – esbravejo enquanto chegava perto dele.

– Acho que alguém perdeu a sua putinha fixa. – ele ri irônico. Suas palavras aquecem ainda mais o meu sangue, minha adrenalina está nas alturas assim como a minha coragem.

    Sem pensar duas vezes eu soco seu rosto com toda força existente no meu corpo, fazendo sua cabeça girar e sangue jorrar pelo seu nariz e boca. Ninguém chama a minha garota dessa palavra.

– VOCÊ ESTÁ LOUCO, GAROTO? – meu pai grita limpando o sangue que sujou seu rosto. Pude ver seus olhos ficarem cegos de raiva e chegar bem perto de mim.

– EU ESTOU LOUCO? – rio irônico. – VOCÊ QUE CONTA MENTIRAS ABSURDAS PARA A MINHA NAMORADA, ME FAZENDO PERDÊ-LA E EU QUE SOU O LOUCO? – digo debochado

– Eu apenas disse as verdades. Ela só quer seu dinheiro e você apenas uma carne nova. – ele ri.

– Eu não sou um babaca que nem você, pai. – digo – Eu nunca ficaria com ninguém apenas como passatempo e você como pai devia saber disso mas eu esqueço que você não age como um. – vejo seu sorriso debochado desaparecer e uma expressão de pura raiva se formar em sua face. Algo de bom não está por vir. – Eu estou apaixonado por ela, pai. Ela cuida de mim, me faz feliz e se importa comigo. Ela conseguiu me fazer mais feliz em 6 meses do que você que está comigo desde o meu nascimento. Eu não gosto da joalin, não sinto atração por ela e não irei seguir o plano de vida que o senhor criou para mim. Se você realmente agisse como o meu pai, o senhor iria querer a minha felicidade em primeiro lugar e não sua reputação e dinheiro. Eu sou feliz com a Shivani e não com a Joalin. – digo o olhando nos olhos.

– Ninguém consegue ser feliz sem dinheiro e você é muito iludido de achar que alguém favelada como ela vai querer ter algo sincero com você. Tenho certeza que ela é apaixonada por sua carteira. – ele diz entre dentes.

– Ela não é interesseira que nem você. – minhas palavras fez ele me acertar um tapa no rosto. Ardeu um pouco mas nada do que eu já não esteja acostumado. – e a felicidade não se encontra através do dinheiro e sim através de pessoas e momentos.  – engulo seco e continuo – Você não passa de um babaca, mesquinho, frio, calculista e egocêntrico. – ele me acerta outro tapa, dessa vez mais forte.

– Lave sua boca para falar de mim, estrupício. – ele cospe palavras.

– Eu tenho dó de você que só consegue ser feliz magoando os outros. Sinto pena de quem tem o desprazer de te chamar de pai e marido. – Ele se levanta e me acerta um soco certeiro, me fazendo cambalear e ficar zonzo.

– VOCÊ ME RESPEITE QUE EU SOU SEU PAI! – ele esbraveja com seus olhos vermelhos de raiva. Pude escutar barulho de passos perto da gente, é provavelmente a minha irmã ou minha mãe.

– Pai? – rio – você nunca foi meu pai. Um pai que a felicidade de um filho, cuida, educa, brinca e até reclama. Um pai nunca espanca o filho até ter hematomas gigantescos. Um pai de verdade apoia o filho nas suas decisões e dar conselhos quando ele precisa. Você nunca fez nada disso, você nunca foi o meu pai. – Depois disso, ele começou uma série de socos em meu rosto me fazendo cair no chão. No mesmo momento, eu escuto a minha mãe gritar.

– PARA, SIMON! – mesmo com a visão turva consigo vê-la empurrar meu pai para longe de mim e começar a falar com ele de forma baixa, para que eu não ouvisse.

(...)

     Ao contrário de todas as outras vezes que eu briguei com o meu pai, eu não deixei a Yonta fazer curativos em meu rosto pois eu precisava sair dali. Voltei para dentro do meu carro e pude sentir o seu cheiro ainda forte ali dentro, apertei o volante como forma de liberar a tensão e raiva que havia dentro do meu corpo. Dirijo rápido até a praia que nós sempre iamos mas cerca de um quarteirão antes de chegar no local, eu compro algumas grades de cerveja para afogar as mágoas – já fazia um ano que eu não tomava nenhuma bebida alcoólica, pois nunca me sentia bem no dia seguinte mas a situação não tinha como piorar.

     E foi sentado na areia, no mesmo local que eu tinha vindo com a Shivani e a  Maya há alguns dias atrás, que eu chorei, gritei e bebi pelo resto da tarde. Tentando tirar , dessa forma, toda a angústia e raiva que havia dentro do meu corpo.

   Já havia passado de seis garrafas de cerveja quando eu comecei a ligar para a Shivani com a esperança que ela fosse me atender e assim nós resolver. Todas as dezessete ligações caíram na caixa postal. Era óbvio que ela iria me evitar. Como eu posso ser tão burro?  Não pude evitar de chorar ainda mais quando o nosso último encontro, nesse mesmo lugar, começou a passar pela minha cabeça.

" – Mamãe, olha como nosso castelo está lindo! – a Maya disse animada.

– Tá lindo,meu amor. – a Shivani sorri carinhosamente olhando a pequena Maya

– Óbvio, né? O melhor engenheiro da Califórnia está ajudando na construção desse castelo. Não tem como ele ficar feio! – digo convencido e as duas riem.

A Shivani estava mais linda que o normal. Seus cabelos voavam com a ventania e a junção do seu biquíni azul marinho e shorts branco fazia uma perfeita combinação com o tom caramelo da sua pele. Ela era perfeita, mesmo que ela não acreditasse nisso e eu farei de tudo para faze-la acreditar, e eu sou muito sortudo de tê-la em minha vida"

NOTA DA AUTORA

Oiii, gente! Antes de tudo, eu gostaria de dizer que eu sei que todo mundo queria os dois juntos mas é totalmente necessário para o desenvolvimento da fanfic. Deve-se dar tempo ao tempo.

Estou aqui com mais um capítulo da maratona! Espero que tenham gostado. Dedico ele a minha melhor amiga Gisely que me ajudou a construir o final e que sempre está ao meu lado me apoiando em tudo 💗 sou muito sortuda por ter você na minha vida 🥰 


Beijinhos de glitter e até amanhã 🎊

O inesperado - Maliwal / ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora