O inesperado - Maliwal / Shivley

37. Shivani

Eu nunca tinha ido num local tão bonito como esse lago que o Bailey me levou. O som da cachoeira junto com a cor da água fazia o local ficar ainda mais bonito e aconchegante. Eu me diverti bastante, mesmo sem ter entrado no lago. Descobri muita coisa sobre o Bailey, por exemplo seus pais já foram presente em sua vida mas quando a empresa deles começou a crescer eles foram o esquecendo. Eu sei com clareza como é ser algo "esquecido" da família. Meu pai nunca quis ter um filho e só fosse pra ter ele queria um menino, para azar dele, minha mãe engravidou por acaso e a o bebê era uma menina, euzinha. Meu pai sempre me ignorou, ele passava o dia inteiro no trabalho e só chegava tarde da noite, por conta disso eu tenho pouquíssimas lembranças dele comigo quando eu era menor. Ele não era uma boa pessoa, o mesmo depositava toda a frustração de ter que sustentar uma criança em minha mãe. Lembro das diversas vezes que escutei ele gritar com a com ela, já tarde da noite ou das vezes que os braços, pernas e o rosto da minha mãe tinham hematomas roxos e arranhões. Quando eu era menor, eu não entendia o porquê dele nunca se sentar para brincar comigo ou se quer falar comigo, e eu como era uma criança falante e agitada sempre ia para perto dele conversar coisas banais de criança mas eu sempre era ignorada ou minha mãe pedia para que eu saísse dali. Conforme eu crescia eu criei repulsa dele e das suas atitudes com a minha mãe. Não existia mais amor no relacionamento deles, se quer esse amor um dia existiu. Quem ama não bate, não grita, não machuca psicologicamente.. Se não fosse pela minha mãe eu teria sofrido muito mais nas mãos do meu pai, ele me batia mas era raro o que ele sempre fazia era os abusos psicológicos, e para uma criança escutar coisas ruins sobre você vindo do seu pai não é fácil. Isso serviu para me fazer ainda mais forte, me dediquei desde sempre aos estudos para que um dia eu pudesse me tirar e tirar a minha mãe daquela situação. Já que ela não trabalhava então não tinha como nos sustentar caso a gente fugisse e ainda por cima não tínhamos ninguém da nossa família nos Estados Unidos, minha mãe era Indiana veio para cá por conta do meu pai que ela conheceu lá na Índia. Meus avós nunca os apoiaram, os mesmos diziam que ele não era um homem bom (e estavam certos), por conta disso minha mãe fugiu junto com o meu doador de espermatozoide para os Estados Unidos.

   Minha mãe me dizia que ele nem sempre foi assim. De acordo com ela, ele era carinhoso, amoroso e romântico mas tudo isso mudou quando eles chegaram aqui. Minha mãe disse que ele começou a mudar o seu comportamento, se tornou grosseiro e rude, não parecia o mesmo garoto que ela havia conhecido. E posso lhe dizer que isso é um dos meus maiores medos, que o Bailey se transforme em um ogro,caso eu tiver algo com ele obvio.

   Ele culpou a minha mãe por ter engravidado, dizia que ela havia engravidado de propósito mas não foi isso que aconteceu. Minha mãe tomava anticoncepcional mas na época em que tudo aconteceu ela estava tomando antibióticos por conta de uma infecção, fazendo com que o efeito do anticoncepcional fosse cortado. Meu pai nunca acreditou nisso, dizia que era mentira da minha mãe e que ela simplismente havia parado de tomar o anticoncepcional. Ele sempre deixou bem claro que não queria ter filhos, que não gostava de criança e mesmo minha mãe tendo o sonho de ser mãe ela aceitou, afinal ela amava ele mais que tudo, amava tanto que jogou tudo pro ar na Índia e foi morar em outro país com um intercambista que ela a conhecia a menos de três meses. Ela caiu no seu papo furado, ele a prometeu uma casa grande, bom emprego, casamento, viagens mas nada disso foi realizado. Minha mãe era uma espécie de empregada e objeto sexual. Me corta dizer isso mas era a realidade.

    Apesar da minha mãe ser indiana, eu nunca presenciei a sua, quer dizer, nossa cultura no dia a dia. Meu pai a proibia de continuar seguindo seus costumes e de me ensinar os mesmos. Se eu acho a minha vida dificil, imagine da minha mãe que estava num país totalmente diferente, com um homem louco dentro de casa, sem emprego, sem a família por perto, sem amigos, sem acesso a nada e nem ninguém, basicamente um cárcere privado. Ela se manteve nisso por dezesseis  anos e ela mesma me disse que passaria por tudo isso de novo se fosse pra ela me ter. Isso é amor, amor de mãe, amor inexplicável. Eu faria de tudo pra te-lá de volta nem que fosse por mais dois segundos.

   Meus pensamentos são interrompidos pelo notificação do meu celular. A sofya e a Hina estavam me ligando, provavelmente querendo saber como foi o passeio. Sequei algumas lágrimas que caíram enquanto eu pensava na minha mãe, certifiquei que a Maya estava dormindo e fui para a sala atender o celular.

NOTA DA AUTORA

Oiii, gente. Desculpa a hora

Gostaram do cap?

Como estão se sentindo pós saber a história da mãe da Shivani?

Beijinhos de glitter até amanhã ✨

VCS VIRAM A LIVE ONTEM NA QUAL O NOAH DIZ "SHIVLEY IS REAL" E O BAILEY COMEMORA ENQUANTO A SHIV FAZ UM NÃO COM O DEDO???? GENTE ISSO É A PROVA DE A + B QUE O BAILEY É CADELINHA DE MALIWAL E TENHO DITO