64. Shivani

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– Vamos? – digo para o Timothy assim que eu chego perto dele. Ele, que até então não havia visto que eu estava ali, me olha de cima e baixo sorrindo logo em seguida. Minhas bochechas enrubescem, nunca nenhum garoto havia me olhado dessa maneira.

– Vamos! – ele diz animado e eu me viro para me despedir da minha filha e da minha avó.

– Tchau, pequena. Eu já volto, dorme bem, tá? – digo dando um beijo estalado na sua testa.

A minha garotinha estava na frente do Timothy com os braços cruzados e uma expressão séria no rosto. Ela não estava gostando de ter outro garoto, sem ser o Bailey, saindo comigo.

– Cadê o tio Bailey,mamãe? – ela direciona o olhar para mim. – eu não gostei dele – a Maya aponta para o garoto e eu arregalo os olhos.

– Essa não foi a educação que eu lhe dei, Maya. – a repreendo – não é porque eu sou amiga do bailey que eu não possa ter outros amigos – disse firme e ela faz bico.

– Desculpa, tio. – a Maya diz.

– Nada não, princesa. – ele sorri e eu acompanho.

– Bom vamos, né? – digo envergonhada.

Me despeço rapidamente da Maya e da minha avó, saindo de casa logo em seguida.

(...)

O carro vermelho do Tim estava na frente da minha casa. O caminho, mesmo que curto, da porta até o veículo pareceu sem fim. Eu estou extremamente envergonhada com a atitude da Maya, ela não pode tratar alguém dessa forma. Respiro fundo e tento focar minha visão na paisagem que as ruas iluminadas formavam. Eu e ele não falávamos absolutamente nada depois que saímos da minha residência. Esse silêncio é muito constrangedor e me fez pensar se realmente foi uma boa ideia ter pedido carona a ele. Eu poderia estar nesse exato momento em casa estudando ou, simplismente, dormindo mas NAOOOO né, Shivani Paliwal? Vamos ir em uma balada de carona com um cara que você não tem muita intimidade.

– Eu não sabia que você tinha uma filha. – ele diz interrompendo minhas lamentações.

Como ele sabe que eu tenho uma filha? – pergunto para mim mesma.

– Err – digo meio incerta – não é algo que se diz por ai, né? – o olho e vejo um sorriso de canto aparecer nos seus lábios.

– Verdade – ele conclui e o silêncio volta a gritar no carro.

– Desculpa pela fala dela – digo depois de incontáveis minutos.

– Tudo bem, ela é só uma criança querendo o pai. – eu me engasgo a minha própria saliva com sua fala.

O QUE? PAI????? ELE ACHA QUE O BAILEY MAY É O PAI DA MAYA?

– Não! – digo alto – o Bailey May não é o pai dela, é um amigo meu que acabou se tornando um bom amigo dela. – disse já com o meu tom normal de voz.

– Ah – ele diz rindo – desculpa, eu não sabia.

– Tudo bem – digo voltando a olhar a janelas do carro. Aquela conversa não estava nada boa e eu sabia onde ela iria parar. Eu só queria chegar logo nessa balada.

– Ela tem quantos anos? – ele me olha de canto.

– Três anos. – o respondo. Eu já até sabia o que ele ia falar. Sempre fazem isso.

– Você ficou grávida dela aos quinze anos? – ele pergunta assustado e eu concordo com a cabeça. Óbvio que era mentira mas eu preferia mentir do que contar toda a verdade. – quem diria que uma nerd como você engravidaria tão cedo. – ele diz focado a estrada e eu o olho confusa.

Posso ter certeza que deve ter um ponto de interrogação bem grande na minha testa. O que ele quis dizer com "uma nerd como você"? Uma nerd como eu não teria chances de arranjar algum namorado ou algum menino para transar? Eu prefiro acreditar que interpretei errado do que pensar que ele é um babaca.

– O que você quis dizer? – as palavras saem automaticamente da minha boca. Eu estava confusa.

– E que os nerds costumam usar sua inteligência para se proteger, né? – ele diz me olhando e eu me recuso a acreditar no que eu havia escutado.

Solto um "ah" para não começar a discutir e penso que, talvez, o Timothy não tenha dito por mal. Afinal ele nunca demostrou ser um idiota.

(...)

Depois de mais alguns minutos de silêncio, finalmente chegamos no local. A fila de pessoas para entrar ali era gigantesca mas possuímos um ingresso VIP então entramos rapidamente.

Aquele tipo de ambiente não era o meu favorito. Música alta, cheiro de cerveja e pessoas bêbadas se esfregando não era uma boa combinação. Livros, calmaria e café era a melhor combinação que existia e eu só queria estar em casa para conseguir estar curtindo isso. Apesar da casa está lotada foi bem fácil achar a Sofya e a Hina, pelo fato da Sofa está usando um vestido prata colado cheio de lantejoulas que com a luz da balada o deixava totalmente brilhante, sendo possível de acha-lá em qualquer canto. Nos dois fomos até elas e a encontramos com copos, que pareciam ter cerveja, nas mãos. Não demorou muito até que Carol e Wesley chegassem e que o nosso grupinho ficasse completo.

(...)

- Deixa de ser careta, Shiv - disse Sofya me estendendo um shot de alguma bebida muito louca. A festa já estava rolando há mais de uma hora e eu apenas tinha tomado meio copo de cerveja, porque basicamente meus amigos me convenceram a beber.

- Não é ser careta, é que eu tenho total noção que não se deve misturar cerveja com esse troço estranho ai. - digo alto para que elas possam ouvir, por causa da música alta, enquanto faço uma cara de nojo apontando para o pequeno copo.

- Mas, Shiv, você não bebeu quase nada da cerveja nem vai considerar uma mistura. - Timothy diz e a Hina concorda. Caroline e Wesley haviam sumido há um tempo, deviam estar se pegando em algum lugar por aí. - é bom, você vai gostar! - ele diz me incentivando e acabo sedendo.

Eu não havia bebido muito mesmo e não custa provar né.

Pego o shot e bebo tudo de vez. Minha garganta arde quando o líquido rosa passa por ela. Um arrepio sobe pela minha espinha junto com um gosto bom, quase indescritível. Sorrio ao sentir esse sabor.

- Eu disse que é bom! - Timothy fala me abraçando de lado.

- Quero mais! - digo animada e escuto minhas amigas comemorarem. Eu estava finalmente curtindo minha juventude.

NOTA DA AUTORA

Oii, gente! Como vocês estão? espero que gostem do capítulo fiz ele bem cansada então ignorem errinhos.

O que vocês acham que vai acontecer? Perceberam algum detalhe? Acham que algo vai acontecer com a Shiv e com o Tim? Me digam ai

E por último, feliz dia do escritor para todos que leem minha fanfic e escrevem histórias. Iniciei isso aqui como uma especie de por minha criatividade em jogo, treinar a gramatica e transformar meus intervalos solitários em algo produtivo. Hoje essa fanfic é minha válvula de escape e meu pontinho de paz. Obrigada por tudo! eu sem vocês não seria nada!

Beijinhos de glitter e até próximo domingo ( um adendo aqui existe muita chance de não haver capitulo novo nesse próximo domingo porque estou em semana de provas e simulados então eu estou abarrotada de coisas para ler e estudar mas eu aviso no mural do meu perfil)

O inesperado - Maliwal / ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora