Capítulo 11

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Nota:  cap dedicado à  mayieroway





Meus olhos tinham as cores mais autênticas do universo. Meus pés eram pequenos, mas dançavam com agilidade pelo piso do quarto, como uma pluma desavisada e apaixonada.

Eu sou tão tolinho.

O tolinho de olhos verdes e dono de malas marrons.  Elas apareçam no meu quarto. Talvez por ele achar que a minha bolsa era vergonhosa e vermelha demais.

Elas estavam sobre a cama, como um pão francês recém cortado e meu entusiasmo era contagiante, senão de impressionar.

- The summer's wild and I've been waiting, For you all this time I adore you. Can't you see, you're meant for me? Summer's hot but I've been cold without you, I was so wrong not to tell, Medellín, tangerine dreeeeeaams... – Cantarolei enquanto minhas bermudas sorriram felizes ao serem dobradas e postas na mala. Essa música tinha muito a ver com o meu momento. Salvatore. Sim Lana. Pode me chamar de Indie depressivo, mas eu sabia cantar todos os álbuns de cor. E sem dúvida Gerard era o meu salvador.

E embora tudo que saísse da minha boca – em termos de música, soasse sempre como uma espécie de gemido preguiçoso e às vezes sussurrado, eu não liguei. Meu humor estava ótimo, não acordei com olheiras e falei com Bertie e meus pais.

E o melhor de tudo: beijei Gerard. Quem não gostaria de fazer isso?

- I want money, power and glory, I want money, and all your power, all your glory, Alleluuuia! I wanna take you for all that you got, alleluuuuia! I'm gonna take them for all that they got... Uh...

-Dinheiro, poder e glória? – Ouvi sua voz. Droga, ele sempre tinha que chegar no momento mais constrangedor? Era o meu momento world tour, do tipo, “Guetto Bitch”.

E...

Eu estava rebolando como uma dançarina barata.

-Gerard? – Me virei de súbito. – Oh... – Ajeitei o cabelo, rindo nervoso.

E lívido.

-“Mas isso não é o que essa vadia quer”? -Ele citou um trecho da música. Agora era a hora de eu sumir definitivamente. – “Alelluia”? – Ele sorriu incrédulo.

Bem, isso é porque você ainda não me viu cantando Religion”

-É... Só... – Desviei o olhar. – Uma música. 

-Que fala que você quer dinheiro, poder e drogas.

-Ham, na verdade é dinheiro, poder e glória. – Corrigi, achando o azulejo deveras bonito, como diria meu avô.

-Você dançava como uma menina.

“oh desculpe, vou ser mais macho da próxima vez”

-Posso te pedir uma coisa? – Falei, agarrando uma de minhas camisas com força.

-Tudo que você quiser...

Será que se eu pedisse uma Lamborghini ele me daria?

-Pode esquecer que viu isso? – Sorri para ele. Gerard fechou os olhos e torceu a boca em um  sorriso. “Tudo bem” ele disse, tirando as mãos dos bolsos e uau, que pulsos...!

Me voltei para mala, não sabendo exatamente o que iria acontecer. A cama estava ali, diante dos meu joelhos, e de repente, as ideias que eu tive antes de beijá-lo pareceram assustadoras e eu quis muito não estar ali.

Senti seu corpo por trás do meu. Seu peito nas minha costas e sua respiração batendo contra minha cabeça. De repente, suas mãos estavam na minha cintura e eu senti que precisaria de um caixão. Mas um balão de oxigênio também serviria sem problema algum.

In The Meantime || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora