Capítulo 04

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O que faz aqui?! – Perguntou entrando no carro. Queria socar a cara de Jamia. Mas claro que não poderia.

-Vim ver meu amor. Como você está? Nunca mais nos falamos. – Sorriu.

-Talvez porque tenhamos terminado?! Não temos mais nada. Pode por favor do meu carro?! – Frank pediu. Mas ela apenas sorriu. Assustadoramente.

Jamia era nitidamente dócil. E o fato de ela ficar o atazanando e agindo dessa maneira, fazia com que tudo se tornasse ainda mais assustador. Era macabro.

-Não. Não vou sair. Você não sabe mais ser cavalheiro? Por favor, leve sua Jamia para casa. – Deu um sorriso ainda mais aberto.

Ela morava bem longe da sua casa. 

Sabia que tinha que ter cuidado com tudo que falava. Nos últimos tempos, ele cogitou que Jam seria muito mais capaz do que ele imaginava. Até seu tom de voz havia mudado. Seu olhar estava sempre banhado em um brilho homicida. Ok, haviam leis, poderia pedir uma ordem de restrição, mas ele não colocava muita fé nisso. Uma folha de papel não evitaria que ela, em um acesso de descontrole, o matasse ou ferisse.

-Como conseguiu entrar no meu carro? – Perguntou, dando partida no carro. Já sentia aquele calor terrível da raiva preenchendo os extremos de seu corpo, fazendo com que agarrasse o volante desgastado com força.

-Eu tenho os meus truques! – Ela admite animada, com as mãos juntas entre as pernas. Suas bochechas estavam vermelhas. Frank não soube distinguir se de raiva ou vergonha. Jamia tinha uma cor de pele esquisita. Branca, amarelada... Nunca soube dizer ao certo. Mas não era como se ela devesse sentir vergonha. E não fazia o menor sentindo sentir raiva também.

-Não vai me dizer, não é? Que droga Jamia. – Manobrou o carro, até que virou para direita na rua, logo depois que saiu do estacionamento.

-Sua mãe te contou que nos falamos? Ela continua tão legal. – Disse, ainda sorrindo como uma retardada.

-Eu já te disse para deixar minha mãe em paz. E vem cá, você tomou alguma coisa? – Frank olhou rapidamente para ela e depois tornou a olhar a rua.

-Eu não vou deixar ela em paz. Frank, você jogou sete anos da nossa vida fora. Olha, podemos recomeçar, vai ser tudo diferente...

-Não repita isso. Já tentamos quatro vezes, mesmo eu não gostando de você. E sabe que não vai dar certo. Só quer que eu volte pra ficar alimentando essa sua nóia de que eu sou propriedade sua. – Disse, acelerando o carro, enquanto Jamia procurava pelo cinto. Parecia que as palavras de Frank entravam por um ouvido e saiam pelo outro. Jamia parecia não ter muito senso da realidade.

Mas no início do relacionamento dos dois, Frank não era diferente. Ele, desde criança foi possessivo e ciumento com tudo. Rancoroso também. Achava que ela não deveria ter mais ninguém ao seu redor além dele. Depois do beijo debaixo da escada, ele reavaliou seu comportamento. E desde então, os papéis se inverteram. Mas antes disso Jamia já dava sinais... Pelo menos nos últimos três anos ela andava o observando de longe, com uma desconfiança que virou obsessão.

Ela não estava inconformada. Queria ele à todo custo de volta, nem que tivesse que usar sua família para isso.

-Nós vamos voltar, Frank. Você sabe que somos iguais... – Acariciou seu ombro lentamente, assustando ainda mais ele. – Não importa se você anda por aí, beijando homens e indo para a cama com eles...

Frank quis protestar.

Eu nunca trisquei em um homem depois daquele dia!”

-Você tem que ter amor próprio... – Balbuciou, olhando preocupado para a rua. A mão dela desceu pelo seu braço e logo em seguida estava pousada no início da sua coxa, bem próximo a seu quadril. Ela apertou, inclinando o seu corpo sutilmente. – Tire essa mão daí. – Olhou de relance para ela, que tentava fazer uma expressão de desejo, mas não estava conseguindo despertar nenhum tipo de tesão nele. Na verdade, Iero cogitou lançar-se para fora daquele carro em movimento.

In The Meantime || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora