Capítulo 07

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Dentro do carro, Gerard parecia estar muito ocupado com seu celular novo. Desta vez, o veículo estava sendo guiado por um motorista profissional que o próprio Frank solicitou.

Como conseguiram levar suas malas, a única coisa perdida fora o carro.

Quando questionado sobre isso, Way deu de ombros e disse que não tinha problema.

Em partes, Iero se sentia extremamente culpado. Se não fosse por seus devaneios – vamos incluir a vaca tranquila e despreocupada, nada daquilo teria acontecido. Em compensação, isso fez com que os dois se aproximassem mais, tirando um pouco do incomodo de Frank à respeito de sua indiferença. Mas não era como se o Sr. Way não tivesse parado de dar suas patadas habituais.

Estavam no banco de trás. Ele, concentrado em alguma coisa na tela do celular, com as pernas cruzadas – que para Frank fazia ele parecer muito mais rico e poderoso, e claro, o pobre secretário de Gerard estava com um tablet na mão, vendo as fotos do hotel.

"Engraçado. A tela do tablet ficou intacta, mas quase perdi minha cabeça nesse acidente. Mamãe vai morrer quando souber"

Depois foi verificar o e-mail de trabalho do Sr. Way.

-Oh... Merda. Isso é uma grande, grande merda. – Murmurou, querendo se mexer mais no banco por estar inquieto, mas o cinto de segurança o puxou para trás.

-O que você disse? – Gerard perguntou parecendo... Ofendido? Iero não soube distinguir.

Não sabia se ele era adepto de palavrões. Não era como se estivesse falando com Bertie.

-Desculpa, é só que... O acidente saiu em um jornal essa manhã. Estão estampando o nome da sua família e isso pode afetar a bolsa e toda essa merda. – Notou que falou palavrão de novo. – Ai, desculpa. Isso me preocupa. Sei como você é... E essa exposição complica tudo.

-Odeio essa febre de estrelismo. Se um bombeiro salva alguém, ele vira uma estrela. Se eu bato o carro e sou rico, viro uma celebridade. Quanta estupidez. – Disse, largando o celular no banco.

-Você tem que contratar uma assessoria de imprensa. Principalmente agora que vocês estão expandindo. Tem aquele projeto social para o próximo ano, e como vai estar lidando com a sociedade... – Frank falava e Gerard assentia. Mas então o celular de Iero começou a tocar. Observou quando ele o tirou do bolso, e o quanto a tela estava rachada e escurecendo. – Desculpe. É a minha mãe...

-Pode atender. – Falou calmamente, desviando seu olhar para a janela.

- Oi mãe. – Falou.

-Frank Anthony Thomas! – A voz disse, exacerbada.

-Iero, Júnior.  O que eu fiz dessa vez? – Disse docemente.

Gerard olhou para ele de relance ouvindo absolutamente tudo que Linda dizia.

"Acho que ele odeia o Anthony Thomas. Deveria chamar ele assim todos os dias"

-Você sofreu um acidente e não me falou nada. Quer matar a sua mãe?! Eu soube num jornal e ninguém tem nenhuma informação de onde vocês estão!

-Não mãe, eu não quero matar a senhora. Eu...[suspiro] Estou muito ocupado. Não deu para contar. E... Estamos bem e seguros. Fomos ao hospital e nada de ruim aconteceu, além da perca do carro. Quando eu voltar, eu explico tudo.

-[Suspiro e burburinho] Tudo bem. Quando chegar nas Ilhas Carolina, me ligue. E... – Sua voz mudou drasticamente de humor – Bata  fotos. Quero ver se esse lugar é tudo isso mesmo de que falam. – E desligou, deixando um sorriso pensativo no rosto de Frank. Sua mãe era um caso à parte.

In The Meantime || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora