Capítulo 23

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Se a vida te dá um pênis; faça um boquete. Mas se a vida te com o pênis na cara, bem, dê de ombros.

O que eu totalmente não estava fazendo.

Ah, ok, você pode vir aqui e me dizer com a voz do Mickey Mouse: “hey Frank seja homem e esqueça isso”. Mas porra, eu havia perdido o homem que eu gostava. Poderia ir até uma balada, mas sem um emprego eu não posso pagar o ticket de entrada.

E ainda tinha aquele tal Brendon Colgate Urie.

Argh!

Eu estava resumidamente fodido.

- Oras, vamos lá, Frank! – Bert puxa meu corpo resistente do colchão pelo braço. – Levante essa bunda gorda daí e vá viver! – Larga o meu braço molenga de uma vez me encara. Como quando a professora de matemática do primário me olhou quando percebeu que eu não estava prestando atenção na porra da dizima periódica e sim nos peitos enormes dela.

Ignoro. Não tinha mais nada a ser feito. A merda tinha sido jogada no ventilador através da linda boca de cu do Sr. Way e eu não me formei na faculdade para terminar minha vida limpando as cagadas alheias.

Bert permanece me encarando. Seus braços estavam cruzados. Sua figura engraçada intacta como um pacote colorido de chocolate branco – ninguém leva à sério.

- Vai mesmo me fazer implorar? – McCraken instiga. Ele finalmente toma minha atenção. Meus olhos grandes e famintos (emocionalmente falando) o encaram como se fosse engoli-lo à qualquer mísero instante. – Ah. Então quer dizer que você gosta quando me faço de cadela e imploro pra que você volte ao normal, não é sua megera?!

- Não... – Digo hesitante, desviando o olhar. Mas por dentro haviam um SIM em néon rebolando fervorosamente na minha cabeça.

- É bom que seja não mesmo. Hm. – Cruzou os braços. – Não sou sua Maria Joana e a minha casa não é dela também então levanta daí e vamos comprar um carro usado e uma droga de fantasia para o seu aniversário.

É. Eu estava usando um colchão infantil para dormir. Me neguei a aceitar que Bert me comprasse uma cama. Eu literalmente estava dormindo com os anjinhos. A diferença era que eles não estavam flutuando e sim desenhados e debaixo da minha bunda.

- Não acredito que ainda está com essa ideia de festa. Bert estou desempregado, não posso me dar um luxo de fazer uma After Party pós tragédia. Você está insultando minha capacidade de ficar no fundo poço. O dinheiro da rescisão, quero deixar para pagar as despesas que te causo.

- Mas que porra de despesas, Frank?! – Ele enfiou as mãos na cara. Na verdade ele se tapeou. Acredito que eu realmente estava tirando ele do sério. – Você só dorme e mija nos últimos três dias!

É. Isso era verdade.

- Eu não quero festa. Não tem o que comemorar. Tudo está uma merda e nesse exato instante, Brendon Urie pode estar chupando o Sr. Way, quando era a minha boca que deveria estar lá. – Gesticulei. Ele me encarou como a professora do primário mais uma vez. Filho da puta. Estava conseguindo algo com isso.

- Você tem cinco minutos para tomar banho, vestir uma roupa e ser gostoso novamente, entendeu? – Ele ergueu uma das sobrancelhas como se fosse a Fergie em Big Girls Don't Cry.

No final das contas, eu estava bebendo uma cerveja com uma mulher gostosa no rótulo. Em frente a uma concessionaria de carros usados. Bert parecia animado, enquanto minha cara era uma mistura de poros e mau humor. Eu queria muito socar a dele. Eu. Não. Podia. Gastar. Dinheiro. Eu tenho certeza que os dez mil Coins na minha conta bancária foi em boa parte provocado pelo botãozinho de culpa do Gerard. Passei apenas o que? Quase seis meses lá? Deveria ganhar uns... Não sei... Dois mil em rescisão.  E eu. Vou. Gastar. Apenas. Dois. Mil. Ele e sua culpa e principalmente seu dinheiro, que se fodam.

In The Meantime || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora