Capítulo 27

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Algumas coisas precisam ser sabidas antes de começarem a ler o capítulo:

1- Cosa Nostra é uma máfia italiana muito famosa e poderosa.

2- Em Oasis, cidade planejada e "perfeita" em que se passa a nossa história há pena de morte para crimes que ofedem a moral:
Ex: estupro, feminicidio, violência contra mulher e assédio.

3- O Conselho de Empresários de Oasis ( que ironicamente tem a sigla "CEO" ha ha rindo muito/ ignorem a minha demência) tem o controle de todas as empresas da cidade, é como se fosse o nosso "COAF" ( pra quem não sabe o COAF controla e observa transações bancárias e suspeitas) mas no caso a CEO controla um pouco mais, pois ela tem um pouquinho de cada empresa e com isso, caso algum escândalo ocorra por exemplo *pigarro* substâncias que não deveriam estar em cervejas de cervejarias famosas, matando e hospitalizando pessoas, a CEO apareçe e aplica "sanções" e se for algo muito grave eles fazem com que o culpado suma do mundo empresarial. É como se fosse uma auditoria empresarial, sabe?







Me ergui de forma desengonçada. Tão ridículo quanto sua acusação. “Uma denúncia feita por mim” a única coisa feita por mim contra ele foram estocadas.

E das fortes.

Gerard passou a me olhar daquele jeito esquisito. Um olhar de... Chefe. Um chefe que está te demitindo e não há nenhuma gota de pena e muito menos dúvida sobre o que vem a seguir.

Eu poderia suportar tudo. Menos sua mágoa por mim.

É nesse momento que eu deveria estar falando pelos cotovelos, me defendendo; argumentando. Mas de repente ninguém tinha mais nada para falar. Haviam ecos de “não fui eu” flutuando em círculos na minha cabeça. A noite anterior foi divina e estar dentro dessa situação catastroficamente ridícula me faz pensar que a porra do mundo está perdido.

Quem nos prejudicaria? Em especial a mim? Me colocando como o gatilho?

Eu posso ser uma matraca de vez em quando. Morro de preguiça de fazer comidas simples e colocar minhas cuecas na máquina de lavar. Odeio matemática e não tenho religião e eu duvido, de vez em quando, que eu realmente existo. Mas traidor eu não sou. Até para trair, seja da  forma que for, requer certa inteligência, e já ficou óbvio que eu sou uma anta.

Gerard deu meia volta e seus passos fizeram barulhos ocos pelo piso. Bert murmurou um “mas que porra?!” e eu esperei o barulho da porta.

- Eu perdi ele pra sempre. – Afirmei olhando a parede. Eu não estava triste, arrancando os cabelos e rolando em posição fetal no chão. Não ainda. Mas pretendia.

-Vai lá, vai atrás dele. – Bertie me incentivou. – Se estivéssemos em um filme de romance nauseante essa era a hora que você correria de cueca atrás do carro dele, ele iria parar e vocês fariam as pazes. – Ele cruzou os braços e de repente inclinou o pescoço para o lado, me olhando de um jeito engraçado.

Eu até poderia fazer o que ele estava me sugerindo, porém pessoas com raiva não escutam sequer uma estocada no escuro.

- É, Bert. Mas não estamos em um filme de romance nauseante. Estamos em uma fanfic e tudo só pode piorar porque é exatamente isso que acontece. Nos fodemos gloriosamente sem volta. – Dei alguns passos. Fitei o colchão e algo me veio à cabeça. – Ele disse que eu havia feito a denúncia,  certo?

Bert tentou entender o que eu queria dizer antes de eu de fato falar. Mas ele não chegou lá.

-Certo? – Ele ergueu os ombros em dúvida.

- Os jornais diziam que a notícia havia sido feita de forma anônima. Mas que a “vítima” sou eu. – Coloquei a mão no queixo e voltei a andar.

In The Meantime || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora