Ou ela ou eu 1

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Ouvi um barulho na porta e como eu estava no quarto da minha prima, tive que me esconder. O guarda roupa foi a minha melhor e única opção. Escondi e torci para que ela não abrisse já que se me pegasse no quarto dela eu estaria ferrada. Ela chegou junto com uma mulher. Em seguida, trancou a porta e a mulher sentou-se na cama, ela fechou as janelas e cortinas, o quarto que antes estava claro ficou escuro.

Em seguida as duas se deitaram na cama pequena de solteiro. Começaram a se agarrar ali mesmo, mesmo sabendo que seria perigoso espiar, não consegui não fazer aquilo, ao ver minha prima sentada sobre a mulher e tirando sua parte de cima enquanto ela apalpava seus seios me veio um calor repentino.

Aos poucos as duas foram tirando suas vestimentas. Elas se abraçavam enquanto se beijavam, se pegavam, se agarravam ali bem na minha frente. Um calor fora do comum atingiu meu corpo, senti uma imensa vontade de está ali. No lugar da minha prima, a mulher que ela estava era linda e tinha uma pegada fora do comum. Só pude escutar minha prima gemer. Gemia como aquelas mulheres de filmes pornôs, a voz da mulher que estava com ela era grave e gostosa de se ouvir. Quando espiei, ela estava puxando o cabelo da minha prima pra trás já que ela estava de quatro. Pude ouvir tapas e gemidos em seguidas. Escutei também alguns xingamentos. Nunca quis tanto está no lugar da de alguém como queria está no lugar da minha prima naquele exato momento. Está de quatro apanhando daquela mulher de voz deliciosa. Fiquei uns quarenta minutos ali escutando as duas gemerem, se xingarem e falarem obscenidades uma para a outra. Foram minutos torturantes e ao mesmo tempo excitantes, torturantes pelo simples fato de não ser comigo. Fiquei ali até não escutar mais nada.

Quando vi um silêncio, espiei e consegui ver que elas estavam abraçadas sobre a pequena cama de solteiro, pelo que pude perceber, estavam dormindo. Então com o coração na boca, abri a porta e saí pisando com cuidado, a porta estava encostada e não mais trancada, bastaria alguns passos até eu chegar nela e foi assim que fui, confiante que daria certo. Porém escutei um barulho e virei meu rosto em direção à cama onde as duas estavam. A mulher me olhou meio desorientada enquanto minha prima remexia na cama. Ela não disse nada apenas nós olhamos por alguns segundos até que fui embora.
"Merda" pensei ao conseguir finalmente sair daquele quarto. Primeiro que fiquei com vergonha, pois depois de ter me visto ela saberia que eu estava ali escutando as duas transarem durante todo aquele tempo. E segundo, é claro que ela contaria para minha prima que havia me visto no quarto. Fiquei com medo, mas já não havia mais o que fazer.
Depois que saí, resolvi comer alguma coisa, apesar de não ter sido eu quem havia perdido as energias, minha fome estava estarrecedora digna de fazer barulho no estomago. Abri a geladeira, peguei o sorvete e quando me virei, mulher que estava com minha prima com minha amiga estava na porta do quarto e caminhava até minha direção, com certeza congelei assim que a vi vindo até mim.
-Por que estava no quarto? -Perguntou de maneira séria.
Fiquei quase sem voz, minha mente se atrapalhou toda para encontrar alguma frase cabível para dizer.
-Eu... -Comecei falando mas estava impossível raciocinar com aquela mulher de calcinha e sutiã na minha frente me olhando de maneira incisiva e sabendo que ouvi e vi tudo que as duas fizeram no quarto.
Fiquei sem voz enquanto a encarava, ela fazia o mesmo. Seu olhar firme me assustava.
-Gostou do que viu? -Perguntou com os olhos vidrados em mim. Os olhos dela eram penetrantes.
-Eu.. eu..
-Não precisa mentir. Não vou contar pra ela. -Disse ela, o que de certa forma conseguiu me tranquilizar.
-Eu não consegui ver muita coisa. -Falei um pouco amedrontada.
-Mas você escutou. Não escutou? -Perguntou. E eu apenas confirmei balançando a cabeça.
Ela me olhava de maneira firme, o que me deixou insegura de continuar encarando-a. Então as desviei o olhar, ficamos assim por alguns minutos até minha prima aparecer e nitidamente transmitir desconforto ao vê-la ali.
-Por que saiu? -Perguntou ela sussurrando próximo da mulher.
-Só quis beber água. Não queria te acordar. -Falou a mulher sorrindo enquanto a olhava.
-Vamos. -Disse ela segurando a mão da mulher e levando de volta para o quarto. Nisso eu mal olhei para as duas. Não conseguia encarar minha prima depois de vê-la da forma que nunca tinha visto antes. Aquilo era totalmente estranho pra mim. Primeiro que ser virgem na juventude já era algo incomum, pelo menos ao me comparar com meus amigos, eu era a única e segundo que ser virgem ainda era algo estranho.

Às vezes me imaginava pelada transando com alguém. Outras vezes temia em sentir alguém me tocando ou beijando partes do meu corpo. As vezes eu queria transar. Às vezes não. Mas nem era difícil ser virgem no meu caso, sempre fui a menina feia da escola e ninguém dava encima de mim, ora ou outra aparecia algum garoto mas nunca me interessei por nenhum deles até que comecei a reparar em algumas meninas, comecei a me sentir atraída por algumas.

As vezes me via vidrada no decote delas. Cada dia que se passava eu tinha mais vontade de experimentar uma mulher, mas minha timidez nunca contribuiu para isso. Além da minha estética não me ajudar nada na hora da conquista, por isso nunca tentei flertar com alguém. Geralmente quando alguma menina me encarava, eu desviava o olhar. Seria bom demais para ser verdade que ela estaria interessada em mim. Na minha concepção ninguém se interessaria por mim por conta da minha falta de beleza. E aquela mulher me olhando me deixou de pernas bambas. Ela era gata, minha prima também. Minha prima sempre foi vaidosa e bonita, se cuidava sempre. Era do tipo que tinha o cabelo impecável, as unhas feitas, cuidavam do corpo, usava roupas bacanas, era inteligente. As mulheres que ela ficava também estavam no mesmo nível de beleza, nunca fui apresentada a nenhuma delas, pois minha prima era do tipo discreta, por isso vê-la na cama sendo comida por uma mulher era uma das coisas que jamais conseguiria imaginar que vivenciaria.
Minha prima sempre foi amigável e amável comigo, às vezes achava que ela me tratava como criança e as vezes a odiava por isso, afinal, eu não era uma criança.
Depois que comi o sorvete sentada na mesa da cozinha e pensando no que tinha visto minutos antes, fui interrompida quando as duas saíram do quarto, a mulher estava vestida enquanto minha prima estava de toalha.
-Vou tomar banho e depois vamos sair. Tudo bem ficar aqui sozinha não é?
-É em uma boate. Quer ir com a gente? -Perguntou a mulher sem pestanejar. Assim que olhei para minha prima ela estava nitidamente descontente e eu não poderia aceitar.
-Claro que fico bem sozinha. E obrigada pelo convite mas não gosto muito de festas.
E então minha prima sorriu em forma de agradecimento e em seguida fora para o banheiro. Deixando apenas eu e ela sozinhas na sala.
-Não me apresentei. Me chamo Ana.
-Prazer.Meu nome é Jade -Falei estendendo as mãos. O aperto de mão dela era firme. Nos encaramos ao nós cumprimentar e ela não soltou minha mão de imediato o que me fez ficar sem jeito.
-Porque não gosta de festas? -Quis saber Ana.
-Eu... Eu prefiro ficar em casa. É mais confortável. -Falei sem jeito enquanto ela não tirava os olhos de mim.
Após isso, finalmente ela soltou minhas mãos e se sentou no sofá. Se antes meu corpo estava quase que congelado, no que ela se distanciou, ele relaxou.
-Ei. -Falou ela.
Me virei para saber o que de fato ela queria, ela apenas me encarou e deu um sorriso de canto de boca, foi impossível não reparar na pinta que ela tinha próximo do lábio superior. Apesar de ter me chamado, nada disse, e então eu sorri, em seguida fui embora desconcertada. Afinal, o que aquela mulher que eu nunca tinha visto na vida queria comigo? Porque ela estava fazendo aquilo? Ela não era namorada da minha prima? Ela não estaria afim de mim. Estaria? Essa última pergunta me fez me olhar no espelho.

Meus cabelos estavam amarrados e um pouco desgrenhados, eu estava com moletom largos, que não marcavam nada meu corpo, diferente da minha prima que sempre fazia questão de vestir as peças que lhe caiam bem e valorizavam suas curvas. Eu sempre fui a feia na concepção dos outros, minha prima era gata. Era claro que ela só poderia está zoando com minha cara. Afirmei pra mim mesmo já que não fazia sentido qualquer pessoa que saísse com a gata da minha prima se interessar por uma menina tão sem sal como eu.
Me deitei na cama e comecei a escutar música porém fui interrompidas com batidas na porta.
-Já vamos. Tranca a porta, talvez eu volte hoje ainda. Qualquer coisa te envio mensagem. Pode ser?
Apenas confirmei balançando a cabeça. Ela estava cheirosa, o perfume exalou assim que ela foi embora, enquanto eu mal passava uma colônia barata. Antes das duas saírem, encarei Ana e ela me encarou, ainda não entendi porque ela me olhava daquela maneira.


Autora Bler ou (DM)

ManuJade ~ versão antiga! Onde histórias criam vida. Descubra agora