Sentiram saudades de mim? Juro que não via a hora de aparecer aqui novamente.
Hoje a história é sobre motos, não necessariamente sobre a histórias das motos, claro, mas sobre como andar de moto virou minha paixão, tudo isso graças a Valentina, ah. Suspiro só de lembrar. Mas então vamos lá.
Depois de muito tempo sem visitar minha avó que moravam em uma cidadezinha pequena que eu particularmente odiava ir, meus pais me obrigaram a viajar para lá, disseram que eu tinha que visitar minha avó que estava prestes a morrer e fizeram todo um drama para que eu me sentisse culpada caso não fosse, aproveitaram para fazer isso justo quanto tiraria uma semana de férias do serviço e como eu estava de férias da faculdade, não seria problema me mandar vazar de casa.
Depois de me convencerem que não seria tão ruim ficar lá e que só teria minha avó, tia e alguns primos que moram próximos a ela, aceitei, sob a condição que iriam me dar o meu tão sonhado carro que eles haviam prometido desde os meus quinzes anos de idade.
-Vocês irão me dar mesmo ou é só mais uma promessa vaga?
-Nós prometemos, mas vai e mostre a neta incrível que criamos. -Disse minha mãe.
Apesar de estranhar um pouco toda aquela exigência para que eu fosse vê-la, me senti aliviada já que poderia levar meu celular e notebook, por mais que a probabilidade do lugar não ter internet, não custava tentar.
Apesar de não estar animada com a viagem, logo fiquei ao lembrar que ganharia meu carro e poderia sair para onde eu quisesse a hora que eu quisesse, e que aos poucos meus pais estavam me dando um pouquinho de liberdade sem me cobrar tanto quanto antes, acho que aos poucos estavam vendo que a filinha indefesa que eles tinham já não existia mais.
Meus pais compraram a passagem e tudo, até me levaram até a rodoviária, se despediram de mim com um largo sorriso no rosto, até pareciam que estavam querendo se livrar de mim. Como pode? Os pais quererem se livrar da própria filha?
Eu mal me lembrava da minha avó, vi algumas fotos, mas fazia muito tempo que não a via, meus primos e tia então, só por redes sociais, até que fiquei ansiosa para vê-los, entretanto logo vinha na minha cabeça como seria tedioso estar lá, provavelmente não teria nada nem ninguém interessante naquela cidadezinha pequena e sem graça, no máximo tinha algumas comemorações especiais que reuniam a família e algumas festas típicas da região, porém nada animador.
-Que saco. -Resmunguei ao pensar que não haveria nada interessante me aguardando naquele lugar. Fiquei olhando a paisagem pela janela do ônibus e escutando música até finalmente dormir.
Acordei com um cutucão forte em meu braço, assim que levantei a cabeça, constatei que era o motorista me chamando.
-Já chegamos, não vai descer? -Disse um pouco ríspido.
-Não, vou cochilar mais um pouco - falei em tom de ironia, ele apenas cerrou os olhos e me encarou. Logo peguei minha mochila e então saí. Nunca vi um motoristinha mais abusado do que aquele, nem me dei o trabalho de olhar para trás ao sair do ônibus, mas tinha certeza que ele havia ficado irritado com minha resposta.
Meus pais disseram que haveria alguém me esperando na rodoviária da região, e já de início aquele lugar me deixou completamente desanimada, era um lugar no meio do nada com quase ninguém ali, tinha umas duas lanchonetes com comidas que pareciam está naquele lugar uma eternidade, tentei encontrar alguém conhecido ou que pelo menos parecia está me esperando, porém não vi ninguém, a não ser dois velhinhos que não pareciam terem ido lá para me buscar já que estavam conversando entre si e tomando uma cachaça, e pelo modo que estavam, era das brabas. Então sentei no banco e decidi que esperaria alguns minutos antes de ligar para os meus pais, indignada por não ter ninguém ali. Esperar estava longe de ser parte de mim, eu odiava ter que esperar .
VOCÊ ESTÁ LENDO
ManuJade ~ versão antiga!
Storie d'amoreQue tal conhecer as histórias de Manoela, mais conhecida como Manu e Jade? Elas são duas amigas que irão compartilhar suas histórias eróticas ou não com diferentes mulheres. O público algo é Mulheres lésbicas ou bi. São histórias lésbicas.