À Tróis 4

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Fiquei deitada na cama por alguns minutos, Alice foi a primeira a se levantar.

-Onde você vai? - perguntou a mulher que eu nem mesmo sabia o nome.

-Minha mãe vai vir me buscar, tenho que me arrumar. -Disse serena.

E então Alice foi ao banheiro, eu fiquei apenas calada, não queria acreditar que Alice era filha de Gustavo e aquela mulher seria sua mãe. "Não. Claro que não, não é possível" pensei rapidamente na tentativa de não pensar coisas do tipo.

Senti beijos quentes na minha nuca em direção ao meu colo, confesso que fiquei desconfortável depois das coisas que eu estava supondo na minha mente, e claro que ela percebeu.

-O que foi? Qual o problema? Está arrependida? - perguntou docilmente.

-Não, eu só tenho que ir embora - tentei levantar da cama entretanto fui impedida, ela segurou pela minha cintura e me abraçou por trás.

-Me diz qual é o problema, você ficou diferente...- falou sussurrando no meu ouvido.

-Só quero minha roupa, tenho que trabalhar, será que tem como me ajudar? - falei bem dengosa.

Ela me beijou na nuca e então saiu, provavelmente para buscar o meu vestido.

Não queria pensar na hipótese de que aquilo era um incesto e eu estava fazendo parte, mas só de pensar me embrulhava o estômago, se bem que Alice não parecia nada com aquela mulher, então podia ser coisa da minha cabeça.

-Alice minha filha - Falou o homem entrando no quarto. Logo que me viu se virou de costas.

-Meu deus, desculpe.

Assim que o vi não sabia como responder, fiquei extremamente perdida.

-Você tinha sumido da festa, não sabia que...

-Aqui está - disse a mulher entrando no quarto que em seguida me entregou o vestido.

-Acredita que ontem a Manoela bebeu demais e acabou passando mal? A Alice a deixou dormir aqui com ela, ainda bem que isso aconteceu na nossa casa, imagina se não tivéssemos aqui, seria um perigo para uma moça completamente alcoolizada e sozinha, aproveitei e mandei lavar o vestido dela - se explicava a mulher enquanto me encarava.

Gustavo por sua vez riu, comentou que ele e Bruna ficaram me procurando por algum tempo até que Bruna desistiu dizendo que provavelmente eu teria ido embora sem avisar, então ele nem se preocupou.

Em seguida, Gustavo se despediu de mim ainda envergonhado por ter me visto nua e acompanhado da sua esposa, namorada, ou seja lá o que for, saíram do quarto.

Finalmente eu estava pronta para ir embora, e exatamente na hora de ir Alice saiu do banheiro.

-Aonde você vai?

-embora- falei rápida já querendo sair dali o mais rápido possível.

-Não quer uma carona?

-Não, obrigada - agradeci tentando sumir dali o mais rápido possível.

-Vi que você estuda na mesma faculdade que eu.

-Como assim? -perguntei.

-Dei uma rápida pesquisada e olha que coincidência, ainda teremos muito tempo para nós divertimos mais - falou sorrindo.

E claro, se uma parte de mim estava querendo entender quem eram aquelas mulheres outra parte temia em saber mais sobre elas.

Mas uma coisa não tive mais dúvidas, aquilo tudo só estava começando.

Vesti minha roupa rapidamente, fiquei tão nervosa com minhas próprias teorias que senti vergonha por tudo que fiz anteriormente. Ela logo percebeu e me fez algumas perguntas. Porém ignorei todas. Me vesti, peguei minha bolsa e saí pela porta torcendo para que a garota não fosse atrás de mim e por sorte ela se quer me seguiu. Rapidamente desci as escadas torcendo para não ver a mulher e muito menos o amigo de Bruna, só que como azar é quase meu sobrenome. Dei de cara com ela assim que cheguei ao piso inferior.

-Está nervosa? - Me perguntou atenciosamente.

-Não. Só quero ir embora. -Falei em seguida dando um sorriso na tentativa de disfarçar.

-Eu sei identificar mentiras como ninguém. Aconteceu alguma coisa? - Insistiu.

-Não. Não aconteceu nada. Só estou atrasada. -Insisti em não falar nada e apenas ir embora e foi assim que fiz, sai em disparada na tentativa de sair dali o mais depressa possível, entretanto, assim que cheguei a porta, respirei fundo e me virei, eu não poderia dormir com a dúvida de que elas eram mãe e filha.

-Só me responda uma coisa, o que vocês duas são?

A mulher me olhou com surpresa, em seguida deu um sorriso simpático.

-Isso é mesmo importante para você? Foi só uma noite. Precisa mesmo saber da nossa vida?

Depois de ter escutado aquilo, engoli em seco, talvez aquela mulher tivesse razão e eu não precisaria saber quem elas eram já que eu nunca as veria novamente. Foi apenas diversão, por que eu estava me preocupando?

-Ela é filha do amigo da sua amiga e eu? Sou a namorada de mentira. -Disse com um pouco de rancor em sua voz.

Fiquei com receio de fazer mais perguntas, ela não parecia muito a vontade de desabafar por mais que talvez estivesse precisando. Mesmo com um pouco de receio de está sendo invasiva, perguntei.

-O que quer dizer com ser namorada de mentira?

-Quero dizer que... -Ela ia falar porém antes de terminar de dizer o que havia pensado, apenas me encarou.

-Enfim, é isso que somos. -Disse séria. E eu apenas assenti, me tranquilizei por um lado já que se trata de madrasta e afilhada. O que continuava sendo ruim, mas quem era eu para julgar. Apenas sorri e me virei. Com certeza aquilo tudo tinha sido inesquecível e evitei o máximo que pude julgar ou questionar o que aconteceria entre elas, afinal, foi só uma vez e nunca mais. Não é mesmo?

Engano meu, mas essa é história para um próximo conto.

E aí, gostaram? Ficaram curiosas? Deixa aqui seu comentário. Até breve gatas.

ManuJade ~ versão antiga! Onde histórias criam vida. Descubra agora