ManuJade ~ versão antiga!

Sobre duas rodas 2

Eu apenas a observei se distanciar, como se não pudesse acreditar no que tinha acabado de acontecer, conhecer uma mulher gata do nada em um lugar que parecia ser só mais uma viagem ruim? Era presente do destino, com certeza.
Antes de entrar, fiquei imaginando o que faria para garantir que aquela motoqueira gata ficasse comigo, ela parecia ser do tipo que adorava dominar, um pouco tímida para o meu gosto, mas nada que eu não pudesse atiçar, se ela fosse a dominadora que eu achava que era, logo ela estaria louca para me pegar visto que o jeito já tinha, bom, era esse o meu plano para o dia seguinte.
-Motoqueira gata que me aguarde. -Murmurei para mim mesma.
Ver minha avó depois de tanto tempo foi incrível para mim, ela ficou tão feliz em me ver que fez de tudo para me agradar, até mesmo meu bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro, ela sabia que era o meu favorito já que quando era pequena, lembro de nunca ter faltado um bolo desse na geladeira, e é claro que eu amava ser paparicada pela minha avó, coisas que meus pais não fazia a anos.
-Vovó, posso te perguntar uma coisa?
-Claro meu amor. O que quer me perguntar?
-Quem é aquela mulher que a senhora disse para me buscar?
-Mulher? Não mandei nenhuma mulher ir te pegar meu amor. Eu tinha mandado o Valentino. -Disse e em seguida deu uma pausa para se sentar, depois continuou.

-Vez ou outra, ele vem me ajudar com os serviços pesados aqui em casa.
-É mesmo? E como ele é?
-Oh meu amor. A vovó não anda enxergando muito bem, mas sei que ele sempre está de preto e é um pouco franzino. -Disse ela.
Primeiramente estranhei todo aquele episódio, já que quem foi me buscar era uma mulher chamada Valentina e não um cara de nome Valentino. Mas se minha avó não a conhecia. De onde ela havia surgido? me questionei e é claro que eu perguntaria a ela quando a visse novamente.

Pensei até que ela poderia está enganando a minha avó e se fingindo de homem, afinal, Valentino e Valentina? Sem contar que ela estava toda de preto e era magra, será que ela engana minha pobre velinha? Fiquei me questionando sobre isso durante toda a noite, tanto que não via a hora de amanhecer e ver Valentina novamente, ou será Valentino?

Assim que o dia amanheceu, fiz questão de acordar cedo por mais que não precisasse já que estava de férias. Como mal imaginei que iria encontrar novidades na cidadizinha do interior que minha avó morava, tive que tratar de me depilar as pressas. Como não havia nada dessas coisas na casa, tive que sair para comprar.
Assim que cheguei no mercadinho simples e pequeno que ficava poucos metros da casa da minha avó, avistei um amontoado se homens em um bar logo ao lado e acreditem se quiser, ao lado deles estava a minha motoqueira, não ao lado exatamente, ela estava jogando sinuca e uns três ou quatro rapazes pararam para me olhar, logo ela também se virou e me viu. Apenas a encarei enquanto os bobõs riam e acenava para mim, como sou simpática, acenei para eles e então fui para dentro do mercado. Não demorei muito já que peguei o que havia ido comprar e algumas besteirinhas para comer, o senhorzinho me atendeu e assim que estava me devolvendo o troco, observei que Valentina estava vindo até mim. Ao sair, esperei até ela finalmente chegar até mim.
-Você por aqui. -Disse ela séria.
-Claro. Minha avó mora bem ali se você não se lembra -Disse sorridente.
-Como eu poderia me esquecer?
-Impossível. Não é mesmo? -Completei.
Ela riu e me encarou.
-Sabia que você se acha?
-Já me disseram isso. Mas o que posso fazer se sou tudo o que dizem e mais um pouco? - Dessa vez ela riu e se aproximou um pouco mais.
-E o que você acha que as pessoas acham de você?
-Que eu sou linda. Uma delícia. Também acho que supõem que sou boa de cama. -Falei sem titubiar esperando a reação dela. E ela começou a ficar um pouco vermelha e sorrir de maneira mais tímida.
-Estou mentindo?
-Ou não vai me dizer que seus amigos comentaram isso quando me viram?-Insisti já que ela ficou muda e não me disse mais nada.
-É. Você sabe que é gata. -Disse ela.
-Então concorda?
Dessa vez ela respirou fundo e estufou o peito. Me encarou de maneira séria e depois olhou para os meus lábios.
-E então, vai mesmo ir comigo para a rave?
-Só me fala a hora que vai me buscar que eu vou.
-Daqui umas três horas. É um pouquinho longe daqui, mas de moto chegamos rápido.
-Claro. Daqui três horas sou toda sua. -Falei me aproximando dela a ponto de sentir seu nervosísmo, porém nada fiz apenas sorri e me virei.
Fui contente para casa, já que era nítido o quanto ela me queria, tanto quanto eu a queria, claro.
- É hoje Manoela. É hoje!-Comemorei.