Prazer em te rever 2

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Já no outro dia, acordei ao som do meu celular tocando, se quer olhei quem era, apenas ainda, ainda sonolenta.

-Jade? -Perguntou Manu do outro lado da linha.

-O que foi?

-Vamos sair hoje? Por favor. Preciso muito. - Disse minha amiga um pouco melancólica na tentativa de me convencer.

-Hoje?

-É. É em uma balada LGBT. Por favor, vamos. Você tem que vir comigo. -Insistiu,

Apesar da desanimação que eu estava, acabei por aceitar, pensei que bebidas, músicas e um ambiente animado poderia me animar em meu momento de pura vibe negativa já que minha vida não estava indo tão bem quanto eu gostaria.

Após chegarmos na porta da balada, Manoela estava super contente e animada visto que havíamos ido no dia em que ela estaria mais lotada do que o habitual. Já eu, nem tanto. Baladas não era o meu forte. Passado alguns minutos na fila, finalmente entramos e ao poucos formos nós dispersando na multidão.
-Onde você vai? -Falei na tentativa de ser ouvida porém o som estava muito alto fazendo eu ter que repetir mais vezes para que Manu pudesse me escutar.
-Não entendi.
-Onde você vai? -Perguntei gritando no ouvido dela.
-Vamos dançar. Vem -Falou Manu me puxando pelas mãos e então fomos para o meio da pista. A música estava alta e apesar da dificuldade em andar com tanta gente aglomerada, conseguimos encontrar um espaço suficiente para dançar.
-Vou pegar uma bebiba pra gente -Disse Manu saindo em seguida. Eu permaneci ali, parada na pista, apesar da música ser animada e dançante, eu nunca fui muito de dançar ou rebolar, então apenas tentei quebrar o galho quando se tratava de dança, o que não era nada sexy de se ver. Fiquei ansiosa na espera da bebida, pois só depois de alguns goles de álcool que eu conseguia me soltar, e as vezes cometia loucuras. Diferente da Manu que já estava pilhada de tanta animação.
Enquanto fiquei esperando as bebidas, olhava para os lados observando a quantidade de gente e se tinha alguém interessante que me chamasse atenção, por mais que eu ainda fosse travada, se encontrasse alguma menina trocando olhares comigo, depois de uma dose de coragem eu até chegava. Quando pûde observar de longe alguém com o biótipo conhecido.
"Não pode ser" pensei assim que a vi, antes que pudesse ver o rosto da mulher fui chamada por Manu. Ao se virar novamente para ver se realmente era quem eu pensava que era, já havia entrado diversas pessoas em minha frente atrapalhando assim minha visão.
-Finalmente. Que demora - falei pegando a garrafa de bebida e dando um longo gole.
-Vê se não exagera. Não estou nenhum pouco a fim de cuidar de bêbada. -Falou Manu me dando uma espécie de bronca, já que as vezes eu exagerava um pouquinho.
Nós duas começamos a dançar ao som da música vibrante e das luzes piscantes que inundavam o ambiente de cores coloridas. Logo uma se perdeu da outra, Manoela apenas fechou os olhos e sentia a batida da música e seu corpo acompanhar o ritmo, dançar para ela era natural já que dançava super bem, ficou assim por longos minutos enquanto eu tentei fazer o mesmo, relaxar e curtir o som da música até não me sentir tão bem, imaginei que tivesse exagerado na bebida e então caminhei vagarosamente até o banheiro, esbarrando em um ou outro já que aquele lugar estava definitivamente lotado, na entrada dei de cara com quem menos esperava encontrar justamente ali.

Nós duas apenas nós olharmos sem dizer absolutamente nada, eu geralmente tinha algo para dizer na ponta da língua assim que encontrava um conhecido, porém travei, fiquei sem voz, não ousei falar absolutamente nada, já que não havia o que falar, deixando assim para que ela tomasse iniciativa em dizer alguma coisa já que a situação estava ficando estranha.

-Você por aqui... -Disse enquanto me fitava.

Eu apenas sorri. Aquela mulher me deixava nervosa, por mais que eu não quisesse sentir aquilo, não só por ser quase que minha chefe, mas também por tudo que havia acontecido entre nós. Sem contar que nunca imaginei encontra-la em uma balada, já que ela parecia sempre tão séria e formal. Balada não parecia o lugar que ela frequentaria nas horas vagas, porém após vê-la ali, talvez eu tivesse que repensar minhas teorias a respeito de Ana.

ManuJade ~ versão antiga! Onde histórias criam vida. Descubra agora