Prostitute (Imagine Park Jimin - BTS)

4 - Uma mentira bem contada.

Quatorze de Fevereiro, Sexta-Feira. Seis e vinte da noite.

— Chegou cedo... - Jimin diz ao abrir a porta para que eu possa entrar. Adentro o local, permanecendo em pé e inspirando o cheiro de bebida forte misturada com perfume caro. — A que devo a honra?

— Vim pegar o dinheiro de ontem. - Digo e meu chefe concorda conforme mexe nas gavetas de sua mesa. Enquanto eu espero na mesma posição perto de sua mesa rezo mentalmente para ele não tocar no assunto de eu não ter voltado no dia seguinte

— Aqui está. - Me entrega um pacote semelhante ao da última vez. Pego de suas mãos. — Como foi sua sessão com ele?

— Normal. - Solto sem nenhuma expressão, tentando soar o mais natural possível. Coloco o pacote na pequena bolsa carrego comigo, e Jimin me encara com a sobrancelha arqueada.

— Bem, deve ter sido ótimo já que você não voltou mais. - Ri irônico e se senta na sua cadeira. Engulo em seco, mas concordo levemente com um gesto. — Foi bom, ______?

— Foi. .- Lhe respondo, minimamente. Por que ele faz isso? Seu jeito me intimida. O olhar de Park me deixa pequena e eu não consigo falar mais de três palavras para ele. Mas se ele pensa que vai me pressionar, está enganado, não vou contar que minha sessão com Yoseob foi péssima.

— Por que eu sinto que está mentindo? - Pergunta, continuando a me encarar. Desvio meu olhar para meus dígitos, no mesmo momento em que finjo brincar com minhas unhas. Jimin ri de maneira rouca. — ______... Se Yoseob fez algo contra sua vontade, você tem que me contar. Já falei; eu cuido das minhas garotas. Você sentiu prazer?

Eu pareço estar mentindo, pois é exatamente o estou fazendo. Todavia uma mentira bem contada torna-se uma verdade. Sim, Jimin, Yoseob fez algo contra a minha vontade. Ele deu tapas em minhas coxas que estão doloridas até agora; Me fodeu com força mesmo quando eu pedi para que ele parasse pois estava me machucando; Ele puxou meu cabelo tão forte que achei que meu coro cabeludo sairia de minha cabeça; Yoseob me xingou o tempo de nomes que eu nem sabia que existiam. A última coisa que eu senti com aquela sessão foi prazer. Eu odiei cada segundo junto com aquele homem. Com ele não foi como com você. Eu preferiria mil vezes uma segunda sessão com Jimin do que a primeira com Yoseob.

Eu me tornei em uma grande mentirosa.

Forço um sorriso falso antes de responder.

— Não aconteceu nada. - Respiro fundo para conseguir sustentar a mentira e encaro seus olhos escuros que tanto me intimidam. — Eu senti prazer. A sessão foi igual a que tivemos juntos.

— Bom, isso é um bom sinal.- Abre um sorriso que ao meu ver parece maligno, todavia por mais estranho que pareça, possui uma pitada de meiguice algo que é extremamente esquisito. — Se é assim, vai adorar uma segunda sessão com ele, certo? Yoseob te adorou e quer repetir a noite.

Fico rígida e sem querer demoro alguns segundos para retrucar.

— C-Claro! - Concordo, assustada e sorrindo com nervosismo. Deus! Eu não quero mais uma sessão com esse homem. Uma segunda sessão com Yoseob? Isso é tão repentino que eu nem mesmo sei o que pensar.

Jimin sorri de volta e começa a mexer em sua papelada no mesmo instante em que me diz para esperar. No entanto eu não entendo esse seu riso, esse sem mostrar os dentes e que deixa seus olhos menores do que já são. Por que ele sorriu assim?

E de repente, recordo-me do sonho. Droga. Olhei para o loiro eu só consigo me lembrar de seu abraço e de seu beijo que só aconteceram em meu sonho. Minhas bochechas se aquecem com a memória. Desvio meu olhar para o chão. Eu não consigo ver ele sem sentir meu coração quente ao lembrar do sonho. Na minha mente essa cena tem um sentimento tão reconfortante, independente de que seja com meu chefe. No sonho que tive era tudo tão calmo e possuía uma atmosfera agradável.