Dramione - Um motivo para acreditar

Um novo começo

Draco

Voltar para Hogwarts era estranho, mas ao mesmo tempo extremamente reconfortante, por mais que eu quisesse falar o contrario a verdade é que aqui se tornou parte de mim, mesmo com todos os acontecimentos. Não posso negar que o que eu vivi me ajudou a melhorar meu caráter e ter certeza de que eu não queria ser como meu pai.

Lúcius, a quanto tempo não  me permitia pensar nele. Mesmo depois de sua morte, suas maldades ainda estampavam toda a mansão Malfoy e minha mãe em cada cicatriz e trauma mental que carrega até hoje. 

Ele nunca foi um pai ruim, até que você-sabe-quem voltou e me forçou a fazer todas as barbares do ano anterior. Não conseguir realiza-las foi o carma de meu pai, que me julgou e condenou antes mesmo de eu tentar terminar minha missão.

Voldemort não foi tão cruel como Lúcius, ele me disse que por manchar o nosso nome eu deveria sentir na pele o que era dor de verdade, que todos sempre passaram a mão na minha cabeça, que o que ele fez a vida inteira por mim fora para me tornar um homem e eu era um covarde uma vergonha.

— Patrulhando — respondi Zabini sem muita emoção.

— Que eu saiba ainda não é hora da sua ronda. — me desafiou.

— Preciso pensar Blás, só preciso pensar — falei parando e olhando para ele.

— Ainda com pensamentos suicidas? —ele ficou sério ao meu lado esperando uma resposta — Não basta sua mãe sofrer pelo que seu pai fez, vai querer dar ainda mais desgosto para ela — sua fala me atingiu em cheio.

— Só estou pensando em tudo que passou, nada demais. Não vou fazer nenhuma besteira. — tentei ser o mais convincente possível, mas não acho que ele tenha acreditado.

— Draco, o que passou passou, temos que continuar seguindo em frente por mais que seja difícil. —ele pousou sua mão em meu ombro e continuou—sei que a vida te deu algumas rasteiras e que te cobra um preço alto por isso até hoje, mas arranjar um meio mais fácil de acabar com isso não é o melhor caminho. — seu olhar de pena era o que mais me irritava e que me fazia manter distancia de todos. — pensa nisso, se precisar de algo pode sempre contar comigo. — e esse falatório de ajuda também não me ajudava em nada. 

A única pessoa que não me olhava assim era a Granger, essa continuava da mesma forma de sempre, com seu olhar de rancor e sua pompa de sabichona. Nunca cansava disso, achei que estaria um pouco mais reservada sem seus fiéis escudeiros, mas para mim não mudou nada.

— Está me escutando Draco? — Zabini insistia naquela conversa.

— Sim, só quero um pouco de paz, pode ser? —voltei a andar e resolvi que o melhor lugar para se ter silencio e ficar com os meus pensamentos seria na biblioteca. — Vou para a biblioteca estudar um pouco, tá afim?

— Estudar? Malfoy, as aulas recomeçaram agora, tá louco? — sabia que daria certo. — eu vou atrás de algumas lufanas que passaram por aqui, não está afim não? Está precisando se distrair.— somente isso motivava a mente de Zabini, minha unica escapatória do converseiro interminável.

— Tenho pendencias do ano passado se não se lembra, preciso retomar minha vida, como você mesmo disse. — sorri e voltei a andar — Te vejo no salão principal. — sai o mais rápido que pude para que ele não mudasse de ideia.

Como planejado, a biblioteca estava pacata e sem ninguém para me atormentar, a bibliotecaria me olhou incrédula, mas não comentou nada. Mantive minha carranca e fui até uma seção qualquer e peguei um livro para não chamar atenção.