Hermione
Três dias. Três longos dias sem tocar, sem sentir. Nossos olhos se encontram o tempo todo, minha pele se arrepia quando sinto seu cheiro, tenho vontade de correr ao seu encontro e tenho certeza que ele não vai me afastar, contudo meu orgulho é grande demais e não quero dar o braço a torcer.Me joguei na cama e rolei de uma lado para o outro tentando acalmar meu coração que apertava meu peito e sufocava minha alma. Dormir sozinha novamente tinha se tornado um tormento.
Abracei os vários travesseiros que conjurei a minha volta para parecer que a cama estava cheia, mas o calor do meu loiro faltava. Sentei na cama e admirei a lua que ia alta no céu imperturbável, com seu mar de estrelas encantando seu caminho. Tentei de todos os modos dormir, porém minha mente não desligava de jeito nenhum. Voltei minha atenção para um livro de poções para ampliar meus conhecimentos e modificar alguma coisa na poção, mas nem isso me atraia.
— Maldito Malfoy! —bufei e passei o resto da noite andando e deitando na cama.
Quando o sol começou a raiar desisti de ficar deitada, me levantei e tomei uma ducha fria para esfriar meus ânimos que a cada dia estavam piores. Organizei meu material para as aulas daquele dia e me preparei mentalmente para descer as escadas.
Como de costume lá estava ele mexendo na lareira aéreo a tudo, porém diferente dos outros dias ele resolveu olhar para mim.
— Bom dia — disse sério.
— Bom dia — respondi surpresa, contudo lembrei do porque de estar brava e sai da sala comunal antes de prosseguir a conversa.
Vaguei pelos corredores até o horário do café da manha onde me sentei ao lado de Gina, que já nem questionava mais meu humor. Meus olhos vagaram pela mesa da sonserina até achar meu loiro emburrado que tinha uma expressão bem pior que a minha.
— Está na hora de vocês conversarem — Gina bufou do meu lado.
— Está, mas a minha raiva ainda está muito grande. — mexi no meu café preto sem açúcar.
— Eu também estou com raiva de você e to aqui falando o que penso. — olhei para a ruiva que estava com uma cara não muito boa e percebi que estava magoando meus amigos também.
—Desculpa Gina. —falei envergonhada —Eu não sei como lidar com essa situação.
— Ninguém sabe Mione. — ela segurou minhas mãos —Estamos com medo disso tudo. Não queremos que nada te aconteça e o Malfoy está fazendo o que foi treinado a vida toda a fazer. — ela deu de ombros —Ele lutou bravamente a guerra para proteger quem ele amava e agora ela vai fazer o mesmo por você. — olhei de novo para a mesa da sonserina e ele me olhava intensamente. — Ta na cara que vocês dois estão sofrendo. Então... —ela puxou meu rosto delicadamente para encará-la — Faça as pazes e tente entender o lado dele. Sei que tem uma explicação para tudo.
— Não é tão fácil assim Gina. — abaixei o rosto —E se ele se machucar nisso tudo? E se você se machucar? Eu não consigo mais lidar com perdas. —uma lágrima correu pelo meu rosto — Não posso perder ele, não posso perder você e nem ninguém. — os braços acolhedores da minha amiga me envolveram e tentei ao máximo não desabar, porém foi inevitável.
Minha raiva era saber que todos corriam risco por minha causa, que todo o controle que eu tinha readquirido estava fugindo de minhas mãos. Eu não aguentaria ficar sem mais ninguém. Voltei a encarar a ruiva que chorava junto comigo entendendo a avalanche de emoções que estava fazendo morada em meu peito.
— Você tem que conversar com ele, falar o que está acontecendo. Do mesmo jeito que você tem medo ele também tem.
— Eu sei — falei limpando os olhos — me sinto um fracasso. — Eu amo aquele loiro irritante e não sei o que falar para ele. Me afastei de Gina e tentei tirar o vermelidão do meu rosto antes de olhar novamente para a mesa da sonserina.
— Ele saiu assim que você começou a chorar —Gina disse se levantando.
— Não queria que ele me visse assim.
— Então não chorasse no refeitório — disse rindo me puxando para levantar.
Hoje não haveria nenhuma aula com a sonserina e ao mesmo tempo que era angustiante era um alivio. Tentei ao máximo me concentrar, mas nada prendia minha atenção. No horário do almoço, procurei por Draco para tentar arrumar a bagunça que estava nossa vida. Não teve um canto dentro daquele castelo que eu não procurasse aquele menino e nada.
— Não vai achar ele aqui hoje — Blásio depositou minha mão em seu antebraço — Sabe Granger eu gostava mais de você quando você não transformava meu amigo num psicopata sanguinário. — ele riu, mas para mim não teve a menor graça. — Calma — falou parando — Ele sente sua falta e está sobrecarregado com as empresas e a escola. — voltamos a andar — O humor dele está negro e mesmo ele não se abrindo comigo, sei que vocês não estão bem.
— Onde ele está? — falei num sussurro de voz com medo dele ter ido para qualquer lugar onde eu não consiga trazê-lo de volta.
— Em uma das empresas, parece que apareceu um problema e ele saiu para resolver. — ele deu de ombros — Nada demais.
— Eu não sei como resolver tudo isso Blás. — falei por fim.
— Então deixa que ele faça. Tenho certeza que ele tentou consertar qualquer coisa que tenha acontecido. — confirmei com a cabeça.
— Se o ver, peça para ele me procurar, por favor. — Blásio me deixou em frente a sala ao qual eu teria aula e confirmou com a cabeça, saindo da mesma forma que chegou.
Ao me sentar lembrei que minha carta infinita estava no meio de um dos meus livros e a puxei o mais rápido que pude.
— Volta pra mim! — foi a unica coisa que eu pensei em escrever. Não precisei esperar nem 5 minutos e ele me respondeu.
— Você nunca me perdeu, meu amor — meu coração errou uma batida.
—Onde você está? Você está bem? — eu só queria estar com ele agora.
—Estou na MedPoções.
—Porque? O que aconteceu? Deveria ter me avisado!
— Tentei, mas a srta. não deixou. Hoje cedo, lembra? Recebi uma coruja de madrugada, houve um problema na produção e pediram para eu vir até aqui.
— Poderia ter insistido mais — bufei baixo para não chamar atenção do professor.
— Não é tão fácil assim — sorri com raiva.
— Que horas chega para a gente conversar?
— Não volto hoje Mi, só amanha. Vou aproveitar para visitar outra empresa. Está precisando de alguma coisa? — VOCÊ! VOCÊ! VOCÊ! Meu coração berrou.
—Não, amanha conversamos então.
— Sinto sua falta — mais uma batida errada.
— Também sinto, volta logo — falei sem saber mais o que dizer.
Capítulo pequeno, desculpe gente estou sem tempo, mas juro que só entrego o próximo com 5 mil palavras e um reconciliação de tirar o folego.
Beijos
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Dramione - Um motivo para acreditar
FanfictionNum pós guerra diferente do contado pelos livros, descobrimos uma amizade impossivel surgir. Como o inimigo pode ter tantas afinidades? E se tudo o que está acontecendo for apenas invenção para uma emboscada? São tantos contras que não há possibilid...