Segunda dose

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Draco

Mais uma noite ela dormia em meus braços. Mais uma noite seu cheiro me acalmava e acalentava minha alma, ela transformava tudo a minha volta. Mesmo com as ameaças de Minerva seria impossível dormir sem ela. 

O sol já estava raiando e eu ainda não tinha fechado os olhos, meus pensamentos vagavam entre minha mãe e Hermione. Eu queria que ela se lembrasse de tudo, mas tudo indicava lembrar de quem era Hermione, uma pessoa que meu pai nos ensinou a odiar e não sei se estou preparado para esse embate. Elas são tudo que eu tenho, tudo que eu preciso.

Me levantei devagar, não queria acordá-la. Nesse sábado nós não tínhamos horário para ir até o hospital e por mais que minha ansiedade me fizesse ter vontade de ir agora, eu me controlaria o quanto fosse possível. Fui até o meu quarto que agora nem parecia me pertencer, tudo ali era tão vazio sem ela, realmente o calor daquela leoa aqueceu a cobra que existi em mim. O sorriso fácil que agora aparecia em meus lábios deixava evidente que algo em mim mudará, eu ainda não sabia como denominar o que nascia dentro de mim, mas era bom.

Desci as escadas despreocupado apenas com uma calça de moletom e uma meia estação branca fina, fui até o sala e me sentei no sofá pensando o que eu poderia fazer para surpreender Hermione, por tudo que ela estava fazendo por mim. Num instante corri de volta para meu quarto para calçar meus sapatos e corri até a cozinha, queria levar um café da manha na cama para ela. Peguei tudo que ela gostava e até me admirei com a atenção que os elfos me davam, eles sabiam exatamente o que minha morena gostava.

Voltei para o quarto carregado de frutas, pães, sucos e bolos, a verdade é que aquilo alimentaria no minimo 10 pessoas. Ri por dentro sabendo que ela brigaria comigo pelo exagero. Entrei devagar em seu quarto e ela continuava dormindo de bruços, com o lençol no meio da cintura e o cabelo jogado no rosto. Me aproximei devagar para não assustá-la e depositei a bandeja na cama, me aproximei dela e tirei delicadamente o  cabelo de seu rosto e espalhei beijos em seu rosto. 

Seus olhos demoraram a abrir, mas o sorriso provava que ela já tinha acordado, coloquei minha mão em sua cintura e sua pele aqueceu tudo dentro de mim. Ela abriu os olhos para me olhar e sorriu angelicalmente, se eu não a tivesse tocando poderia dizer que ela era um anjo.

 — Bom dia — bocejou em seguida — Acordou cedo — se ajeitou para sentar e ficar na mesma altura dos meus olhos. 

— Bom dia — me afastei e puxei a bandeja depositando na frente dela.

— Draco?! — ela me olhou assustada inclinando a cabeça de lado, tentando entender.

— Um singelo agradecimento por tudo que tem feito por mim e pela minha mãe. 

— Não estou fazendo nada demais — ela disse se ajeitando na cama — Mas agradeço por isso — ela disse puxando uma xícara onde eu acabará de colocar chá.

Demoramos mais que o normal para comer e como eu tinha dito ela reclamou da quantidade excessiva de comida. Era engraçado como eu começava a conhecer coisas dela que eu jamais tinha imaginado conhecer em qualquer pessoa.

[...]

— Está pronta? — Gritei do lado de fora da sua porta. Eu não via a hora de continuar a sessão de surpresas que eu tinha planejado para hoje.

— Quase! — gritou de volta. Me virei e desci as escadas e fiquei andando de um lado para o outro. Eu não queria parecer muito formal, mas estava com saudade de usar meus blazers, meus trajes pretos.

A ansiedade já estava a mil quando ela finalmente desceu vestindo um lindo vestido verde oliva, com brincos pratas que pareciam pendentes e os cabelos soltos. Nos braços ela trazia um casaco de pelo sintético preto e um bolsa fina de ombro.

Dramione - Um motivo para acreditarOnde histórias criam vida. Descubra agora