23 - Décimo dia

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Hello :3

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— Não venha. — Interviu Alex.

Kara nem mesmo havia aberto a boca, estava apenas de encontro com a irmã.

— Por que acha que quero alguma coisa? — Rapidamente retrucou, era meio injusto saber que Alexandra tinha toda uma tática de comandante, eles sempre sabiam o que seus soldados precisavam ou sentiam.

A ruiva deu um gole no vinho, os olhos castanhos concentrados na morena de olhos verdes em torno da nova família. Exibindo a roupa militar, sorria para os outros familiares de Kara.

— Porque hoje foi seu casamento... — bebeu mais um pouco. — e está vermelha vindo falar comigo... — virou o rosto para olhá-la. — E a minha resposta é não.

— Alex! — Sibilou.

— São essas coisas na vida que não podemos ajudar. Pena... — Sua tentativa de mover de lugar foi impedida por Kara, o toque era gelado. A ruiva respirou fundo.

Mesmo sendo um ano mais nova que Kara, sempre tinha a frente de assuntos... Que eram contrários aos cronogramas reais. Tinha um filho antes do casamento, transava com quem tinha vontade, não suportava diplomacia ou as "frescuras da corte". Um exemplo eram as grandes festas, como aquele casamento. Porém, depois de infinitos puxões de orelha, tanto por Alura, Eliza e Kara, que tentava ao menos parecer feliz.

Nem se lembrava do último casamento que esteve, talvez de um nobre do Sul, ou de um dos seus soldados.

Entendia o lado de Kara, ela esteve vinte e dois anos fora da jogada. Ao menos poderia aconselhar a irmã a agradecer a Rao por estar casada, haviam coisas piores que ter sua primeira vez com sua mulher, um exemplo é seu parceiro ser um espião que queria apenas recolher informações e descobrir estar grávida depois de mata-lo.

— Por favor... — Tentou a loira, precisava de alguém, um norte para seguir.

Alex soltou o ar bem forte, então virou toda a taça de uma vez.

— Tudo bem, mas você deve entender que ninguém é igual. Há mulheres que amam que toquem seus seios, outras que preferem a nuca, há aquelas que amam algo bruto, outras o mais suave toque. — Observou Kara morder o lábio, possivelmente pensava sobre suas ações naquela noite. — O fato é que precisa encontrar a estrela polar e seguir até aonde o Sul levar.

— Que? — A última parte havia deixado um nó em seu cérebro, uma hora Alex falava sobre sexo, outra sobre estrelas?

Mais uma vez, Alex respirou fundo. Kara era um possível caso perdido. Segurou seus ombros.

— Haverá um lugar, um ponto, mágico. Encontre-o e será feliz pelo fim de sua vida.

Com isso, fugiu por entre o mar de pessoas, a coisa mais fácil do mundo era conversar com seus colegas de trabalho sobre o assunto, mas era embaraçoso falar com sua irmã mais velha, instruí-la sobre sua nova cunhada. Só de imaginar as coisas que aconteceriam... Precisava de outra taça cheia.

Kara bufou, adiantou tanto quanto um manual em Yagrum, nem sabia por onde o idioma começava.

Tudo aumentou quando Zor bateu as taças, era hora.

— Ao novo casal, que sejam tão sábias quanto os antigos reis, que ajudem El a crescer nos seus anos. À El! — Poucas palavras, mas o suficiente para atingir como uma flecha.

Não entendia como as pessoas desejavam um bom reino em sua vida, parecia uma louca sedenta pela coroa, pelo lugar de seus pais. A verdade era que odiava a ideia, pois, apenas um rei ou rainha sentava no trono. Se estava com a coroa sobre sua cabeça, a do seu pai descansava no macio travesseiro na tumba.

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora