27 - Décimo segundo dia

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Hello súditos 

espero que gostem :3

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Quando criança, seus pais controlam você. Ditam a hora de comer, tomar banho, dormir. É importante, quando pequenos somos totalmente dependentes dos adultos, porém, há uma contradição. Todo esse cuidado, esse controle, exercido de forma incorreta, nos deixa sem controle. Se tivermos nossos pais como o Norte, sem eles, nossa vida perde a direção.

Kara, a filha mais velha, criada para controlar uma nação, sentia-se sem controle.

— É uma inútil mesmo! — Soou Agatha, seus passos tiraram-na do invisível. Frente a Kara, parecia muito mais alta do que realmente era. Talvez fosse seu rosto vermelho, olhos arregalados e maxilar travado, mas uma das mulheres que praticamente criaram-na, que ajudavam a reger sua vida, parecia querer atitudes de Kara.

Era hipocrisia, ninguém jamais havia dito a formula mágica ou avisado o quão difícil poderia ser chefiar um reinado. Saberia dizer que horas é o recomendável para dormir, mas o que fazer quando sua irmã é sequestrada?

— Agatha! — Eliza, como a boa segunda mulher que era, advertiu. Seus cabelos esvoaçaram no caminho de trás de Alura à Agatha. Era miúda, mas não menos imponente, seu lugar na hierarquia era muito mais alto que uma mulher do harém. A loira jamais deixaria ofenderem seus filhos, mesmo os que não pertenciam ao seu sangue. — Estamos todos de cabeça quente, muitas coisas para um pequeno espaço de tempo. Que tal ir descansar? Preparo um chá para você.

Agatha arrebitou o nariz afilado, as rugas de desgosto foram os únicos indícios de chateação. As duas andaram lado a lado, a mãe de Luara só parou por um segundo para lançar um olhar de reprovação para Caspian, havia criado como um filho e foi paga com a perda de sua garotinha.

— Guardas, prendam-no. — Quebrando o silêncio, Alex preceituou. A ruiva massageava suas mãos no rosto, só parou de andar quando Alura pôs a mão em seu ombro, Kara acompanhava tudo, uma espectadora do caos.

Caspian lançou um último olhar para Kara enquanto era levado, possivelmente estaria inacessível para qualquer visita, qualquer familiar era suspeito a cometer uma loucura de solta-lo.

— Temos que resgatar a Lu! — Resmungou a pequena Liz. Alex ajoelhou a sua frente.

— É mais complexo que isso, meu amor. — Passou as mãos pelos cabelos que caiam nos olhos da irmã. Precisavam proteger os últimos que amava ou não restaria nenhum El para contar história.

Luara observou sua vida ser deixada para trás com indiferença, ao menos era isso que seu rosto demonstrava, porém só Rao saberia sua vontade de chorar no colo de sua mãe. Mordeu o lábio, como estaria sua família? Esperava muito que não mandassem ajuda, qualquer ato impensado e todos eles estariam mortos.

— Finalmente, meu sonho de me casar com uma linda princesa se tornará realidade — O príncipe quebrou o silêncio, como se Rao estivesse com raiva, a carruagem passou em um buraco criando uma brusca subida. — Estradas de merde.

Ignorando o erro e a pronuncia horrível, a morena tentou não rir, um príncipe que se dizia tão inteligente não tinha a decência de aprender um idioma correto.

— Isso não tem nada haver com o fato de se, ao se casar comigo, pelas leis de Vrangs, você consiga o direito de herdar meus títulos e riquezas? E até onde sei, sendo a terceira na linha de sucessão, matando as duas primeiras, o reino de El fica todo para você. Não é?

A garota observou o sorrisinho sarcástico morrer, só um idiota não veria suas reais intenções. Luara esperava não estar certa em todas suas suposições, as vezes, o peso de estar certa eram enormes.

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora