44 - A guerra

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Hello súditos :)

Capítulo final ;)

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Ao entardecer, Avery os notou. Um exército de kryptonianos à porta do castelo, em uma mancha branca e dourada reluzente, milhares de inimigos simplesmente parados em uma ameaça silenciosa, à sombra de sua casa. Avery deixou a janela, pronta para fugir, mas quando seus olhos vagam pelos corredores, ninguém está se movendo. Eles estão conversando, rindo, bebendo, mas ninguém parece preocupado com a ameaça iminente, era como se eles nem estivessem ali.

A princesa lança outro olhar para fora, apenas conferindo, e sim, eles continuam lá, não são seus olhos ou sua imaginação. O uniforme branco se destaca muito bem na grama verde, é como um tapete de neve, só que vivo. El está pronto para destruir a dinastia Daxam, e as pessoas parecem despreocupadas.

Seus pés se movem, usando metade do tempo usual para chegar à biblioteca, Avery passa pelas portas. Em uma das mesas, seu filho está concentrado nas lições do Mestre. Niko está realmente absorto na aula, pois não nota sua mãe com olhos arregalados e respiração ofegante entrando. É o Mestre que o faz, levantando os olhos inquisidores das palavras complexas para a princesa. Como portador de quase todo conhecimento, ele nota com velocidade o estado que ela se encontra.

— Alteza? — É o suficiente para que Niko tire os olhos das páginas e note sua mãe.

Eles estão aqui. — O jovem príncipe entende com rapidez quem são eles, sua mãe sempre o preparou para esse dia. Avery sempre contava ao garoto os erros que seu tio, o Rei Lar Gand, havia cometido contra El, e sempre dizia, mesmo que Avery não desejasse, que a Rainha Kara um dia cobraria justiça.

— Meu príncipe, por que não interrompemos as lições de hoje? — O professor questionou, tomando o braço do garoto. Como Mestre do príncipe Nikolai, o filho de Jor-Uh, o único irmão de Lar Gand, sua missão nessa terra era ensina-lo tudo sobre todos, e o proteger com sua própria vida se necessário.

Niko não queria ir, apreensivo sobre o que significava o exército de El em sua casa. Ele já lera o suficiente para saber que, em pouco tempo, El arrombaria os portões e então todos no castelo estariam mortos. Avery se ajoelhou a frente do filho, segurando suas mãos com delicadeza.

— Vá com seu professor, eu estarei logo atrás. Eu só preciso falar com seu tio.

O garoto fez um bico com lágrimas, ele não queria se separar da mãe.

Eu te amo, pequeno. — Ela sussurrou ao puxá-lo para um abraço, Avery beijou seus cabelos macios, aspirando o cheiro de banho recém tomado.

— Eu também te amo, mãe. — Avery sorriu para o garoto, desejando que ele não notasse que, na verdade, ela também estava assustada.

— Vamos, alteza — O Mestre interrompeu ao sinal da princesa, tomando a mão do garoto enquanto saiam às pressas.

Com o filho sendo levado para a segurança, ela atravessou o castelo, ouvindo o som das cornetas de alarme junto com os tambores e gritos kryptonianos.

Avery o encontrou na sala do trono, sentado e rindo, as duas mãos ocupadas, em uma um copo de vinho de ouro, e a outra na bunda nua de uma mulher. A princesa deu um passo à frente, notando que Lar Gand não estava sozinho. Em pé, com as mãos ocupadas do mesmo jeito que o rei, mas beijando a mulher que o acompanhava, estava seu marido. Jor-Uh. Ela o ignorou, anos de traição explícitas a anestesiaram para momentos como esse, assim como a rainha Rhea fazia com Lar Gand, ela ignorou.

Era repulsivo, Lar Gand com seus cabelos brancos longos e ralos na cabeça, segurando uma mulher que tinha menos da metade de sua idade. Jor-Uh era muito mais velho que Avery, mas sua diferente de idade parecia insignificante perto da mulher que ele beijava.

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