28 - Décimo sexto dia

865 102 30
                                    

Helloo, eu não atualizo desde o mês passado rsé pq eu to de ferias e a unica coisa que eu faço e respirar :3 

---

Os ventos uivantes despistariam seus passos na neve, jamais saberiam que caminho haviam tomado os usurpadores do príncipe. Era o que mais o preocupava, não o frio, não sua ferida cicatrizando, e sim a possibilidade da princesa guerreira não encontrá-lo.

À frente, Hyb ia xingando as quatro gerações de Brainy por não terem parado para comer. Por isso, os dois atrás não deram a devia atenção para outro palavreado inadequado.

— Era só o que me faltava! — Da segunda vez, com aquele tom, levantaram a cabeça.

Hyb tinha razão. Vários metros à frente, no rio Cesura, um corpo residia as pedras geladas.

— Nem pense, Nal...

Antes de tentar discutir contra o ranzinza, Brainy correu. Mais perto das águas, o rosto cinza de uma mulher contrastava com as rochas da margem. O daxamita dobrou as mangas.

— Me ajude, Hyb! — O parceiro segurou a nuca de Alexander, igual um daqueles homens que o sequestraram, o arrastou até Brainy, não poderia deixar o prisioneiro escapar por um homem molenga de coração.

— Não, é uma péssima ideia! — Retrucou o magricela.

Tudo o que menos precisavam era de um peso morto, literalmente, para atrasarem mais sua jornada. Ainda precisavam encontrar um ponto menos furioso do Cesura para atravessar, caminhar por mais um dia até a vila mais próxima, roubar uns cavalos e chegar ao castelo do rei.

Mas isso não parecia não entrar na cabeça cabeluda do Nal, antes de Hyb notar, ele já carregara o corpo para a neve e iniciava uma massagem no tórax gelado.

— Seu idiota, deixa-a morrer! Se ela acordar o problema será maior! — Sabia que, se a desconhecida acordasse, Brainy Nal aceitaria como destino mantê-la viva. Conhecia o rapaz não fazia um ano, mas sabia que o senso idiota dele era ajudar as pessoas, mesmo que isso custasse sua vida.

Chutou a neve. Segundos depois, os dois homens e o garoto arregalaram os olhos, a mulher pulou para o lado em busca de ar, quando conseguiu, vomitou a última refeição que havia tido. Lembrava o quão bom foi a sopa e o frango no banquete do casamento da princesa Samantha. Agora tudo congelaria naquele deserto branco.

— Merda, seu idiota! — Ouviu daxamita atrás de si, tremeu, poderiam ser os guardas que quase morrera para fugir. Eles haviam descido o rio e buscado seu corpo. O som de socos a distraiu, dois homens rolavam na neve. — Não entende que ela vai nos atrasar!

— Oi — Seu olhar focou no garoto ruivo a sua frente, surpreendentemente falava kryptoniano. Abriu mais os olhos, à sua frente ninguém menos que o príncipe Alexander. — Qual seu nome?

— Ah... — Vacilou, ainda atordoada com tantos acontecimentos em um curto período de tempo. — Sofia Copoly... você é Alexander El?

O ruivo deu de ombros, seu rosto formou uma careta fofa que tornou sôfrega ao olhar para Hyb enforcando Brainy. O magricela poderia não ter força, mas era ágil e os socos doíam pelas protuberâncias ossudas nas mãos. Seu rosto estava vermelho do esforço, enquanto o de Brainy pela falta de ar.

Nal tentava acertar o rosto de seu agressor, não saberia dizer quando a pacifica caminhada havia se tornado uma luta pela vida. Mas aqueles eram daxamitas, a calma os irritava.

Leve como uma pena, Hyb teve o corpo jogado no chão, Nal segurava seu colarinho enquanto na outra mão acertava fortes socos. O sangue começou a sair pelos lábios rachados, pelo supercilio quebrado e por cada lugar que a mão acertava. Alexander e Sofia ficavam cada vez mais retraídos, se um daxamita fazia aquilo com um igual, o que faria com eles? Não tinham chances contra um soldado adulto enfurecido.

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora