21 - Décimo dia

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Hello, súditos, como vão? 

Espero que bem, sumi por um tempinho, mas pq eu passei mal e não pude escrever, cá estou eu again. 

<3 Espero que gostem 

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O clima parecia ciente do dia de hoje, a sol pleno, o frio parecia de menos. As ruas estavam paradas por um único motivo, sediar uma festa. Homens e mulheres interrompiam seus trabalhos para irem às ruas, beber e comemorar.

No meio da roda, alguém puxa uma canção, o alvo; a nova princesa vinda do nada, de olhos verdes e perspicácia invejável.

Dentro do refúgio real, de banho tomado e toalhas em volta ao corpo, observava Sofia. A mulher depositava um vestido na cama. Com saias exageradas, fios dourados e botões brilhosos. Coisas demais para uma mulher acostumada com tão pouco.

— Não posso usá-lo. — Disse Lena.

Sofia empalideceu. Uma princesa recusar-se usar um traje criado e dado de presente, poderia levar não só a princesa, quanto as servas a sentença. Então o que seria um casamento tornaria uma execução.

— Perdão, alteza, mas o vestido foi feito para a ocasião — tentou argumentar, trêmula com a ideia de uma não aceitação por parte de Lena.

Ela não se afetava pelo pensamento de quem o fez, deu ou pagou o vestido caríssimo.

Sabia que em algum lugar, alguém teve a ideia, desenhou com mãos habilidosas, o desenho foi comprado por um monarca que mandou as melhores artesãs trabalharem a seda e costurar com ouro. Deveria ter custado uma vida, além de ter demorado anos em confecção. Porém isso não a convenceria a aceitar.

— Não me importo. — Rebateu convicta de sua decisão.

Quando criança assistia aos desfiles dos filhos do rei; Luara, Caspian, até mesmo Alex. A forma como vestiam, era o sonho que qualquer menino ou menina da vila. Em algum momento, bem distante, aceitaria a peça de olhos brilhando e muito grata. Entretanto, agora, com idade o suficiente para ser menos egoísta, jamais.

Assistiu amigos congelando em suas camas, outros morrendo de fome. Viu os vizinhos venderem seus primogênitos para alimentar aos casulas. Atrocidades pela necessidade da fome e frio. Perdeu tantas coisas que, hoje em dia, jamais aceitaria uma exorbitância dessas enquanto o punhado de conhecidos sobreviventes passava necessidade. Isso era uma pequena amostra do que acontecia na sua região, imagine Leste e Oeste combinados.

— Avise a quem deve que avisar, eu não vou usar. E aproveite a caminhada e chame Alexandra.

De mãos trêmulas, com muito medo de perdê-la ou aos dedos, levou o traje para longe. Orava a Rao da porta até seu destino, precisava de proteção para não serem punidas. Não aceitar um presente, era como renegar a benção de Rao, o preço era a sua própria vida. Os soberanos poderiam entender como um insulto, quem era digno de negar alguma coisa?

— Mandou me chamar — Ouviu Alex adentrar, com os cabelos molhados e penteados para trás. — E de toalha, teria me preparado melhor para ocasião — zombou, Lena revirou os olhos, com o tempo de convivência se acostumara com o jeito invasivo da ruiva. — Qual o problema?

— Preciso que me arrume algo vestir — Um pedido simples, se o dia não fosse hoje, um casamento.

— Não sou artesã, muito menos costureira, Luthor.

Lena bufou.

— Isso é obvio, mas é militar. — A afirmação levantou uma sobrancelha da ruiva, confusa aonde a morena gostaria de chegar.

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora