12 - Sexto dia

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Hello súditos, sentiram saudades? 

Minhas aulas começaram :c 

A proposito, dia 27 do mês passado foi meu niver, 17 aninhos ^^ i'm a baby 

espero que gostem e perdoem qualquer erro :3

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Zor assistiu um pássaro voar para seu ninho, se seus empregados estivessem certos, haviam dois filhotes que a ave azul protegia no emaranhado de gravetos e folhas. Aquilo inspirava-o. Suas mãos seguraram firme o pedaço de papel, o reino dependia daquelas informações.

— Mandou me chamar? — Interrompeu Kara, sua filha possuía uma careta de confusão, não haveria motivos para uma reunião apenas em dois. O rei acenou ainda atordoado em pensamentos, guiou-a à porta de madeira escura, o jardim ainda abrigava funcionários demais com ouvidos atentos, não poderia arriscar.

Ele serviu uma taça de vinho tinto, a safra mais cara, feita apenas para o rei e a rainha. Hoje, compartilharia com Kara, sua primogênita.

— Feito apenas para reis. — Pontou, entregou o copo e acomodou seu manto branco na poltrona. Os dois deram um gole, não estavam presentes mentalmente naquele lugar. A loira estava afogada demais em teorias de sua presença ali. — É meio mórbido gostar tanto de algo que já fez tanto mal? — A pergunta tomou a princesa de surpresa, o significado por trás era mais que apenas um simples vício. O vinho, um suco de uva fermentado, mudou a vida do rei. O filho mais novo, não sentaria no trono nem por bondade do mais velho. Não foi feito e preparado para aguentar o peso da coroa. Entretanto, lá estava ele, bebendo vinho como água no trono.

— Não. — Afirmou a Kara — Se fosse por isso ninguém beberia ou comeria nada. Cada alimento tem sua história. Muitas pessoas morrem sufocadas com carne, nem por isso os outros param de comer.

O queixo quadrado atrelou a um sorriso, triste e carregado de lembranças de pessoas que não voltavam mais.

— E se soubesse que morreria bebendo-o? — Tornou a questionar, seu corpo projetou para frente, reclinando na mesa lotada de papeis sobre guerra, ela poderia muito bem ler o nome "Vrangs" muito bem grifado — Beberia?

O pássaro lá fora cantarolou, enquanto Kara suspirava. Não entendia muito bem a pergunta, o contexto ou o que quer que acontecia ali, só queria que alguém desse um tradutor.

— Não sem um bom motivo. — Seus ombros moveram rapidamente para cima, uma resposta despreocupada acompanhada de um gole de vinho.

O homem suspirou, cansado, os indícios de idade formavam linhas fundas ao redor de seus olhos. Poderia ter trinta anos, mas era um rei, e reis eram tão escravos quanto um servo. Zor esperava que um dia, em seu domínio, Kara entendesse isso. Entendesse o que era fazer o impossível para proteger os seus.

— No seu casamento — murmurou. — Abra esta carta, é de alguém que te ama muito. Entenderá tudo no seu tempo.

Como se já não estivesse confusa o suficiente.

Ele levantou, bebeu o resto do líquido na taça e depositou-a na mesa antes de sair. Poderiam ter passado minutos que apertava o papel em suas mãos, curiosidade corroía seus ossos mais que qualquer coisa, porém seu pai confiara para o dia do casamento. Com esse objetivo, levantou e tentou concentrar no que realmente importava. Seu casamento.

Lena mordiscava suas unhas sem importar com a pele que sangrava, precisava descontar em alguma coisa. Uma nuvem densa e cinza sobrevoada sua cabeça e todas poderiam notar isso, até mesmo a saltitante Samantha que adentrava o ambiente com calma.

— Que bicho te mordeu? — Ponderou, a última pessoa que esteve nesse estado teve a cabeça cortada, literalmente. E ao julgar pelo fogo nos olhos verde, algo definitivamente não estava certo. — Se não quiser falar, tudo bem, sentarei aqui como uma boa amiga que sou.

Estava queimando em raiva por uma estúpida ruiva, seu cérebro tentava imaginar as soluções por isso sem pôr Sam ou Kara em risco, e sem comprometer sua estádia no castelo ou suas chances de ser escolhida.

— Não é nada de importante, só estresse por amanhã. — Mentiu. Poderia não ser de todo mentira, entretanto também não era toda a verdade. Uma omissão apenas.

— É por isso que nem Rao quer iluminar esse quarto? — Brincou enquanto abria as cortinas, o movimento atentou Lena, o pequeno frasco estava escondido na gaveta perto a janela.

Ainda não havia tomado uma decisão sobre aquilo, não poderia simplesmente destruir.

— Não vai me dizer o motivo de estar distribuindo flores para o vento?

Samantha deu de ombros, como se não fosse importante, o que fez a Luthor estreitar os olhos, conhecia a garota e sabia quando algo estava sendo contado pelos olhos.

— Samantha Arias — Exclamou, seu rosto em choque e, ao julgar pelo medo no rosto da amiga, tinha acertado em cheio em sua dedução. A ex dama de companhia respirou fundo.

— Tudo bem, eu beijei a princesa — A revelação levantou a Luthor em um pulo, as duas se encararam por um segundo, essa era a reação indesejada que Sam não queria. Seu medo maior medo bem na sua frente, a reação negativa de Lena. — Você está com raiva?

— Apenas... não sei

— A quer só pra você — Constatou, o ar ficou mais pesado no quarto. — Tessa, tem que entender que não é só você, duas de nós terá a sorte de estar ao lado de Kara!

— Nossa amizade não iria durar mesmo. — Murmurou, o olhar resignado para frente.

— O que isso quer dizer? — A resposta foi o silêncio, com a mão na maçaneta ouviu a última acusação de Sam. — Pensei que não fosse tão egoísta assim, Lena Luthor

A ideia de estar se tornando como seus pais a fez acelerar o caminhar, queria sair daquele maldito castelo, daquelas víboras vestidas de pessoas e das maquinações pelo ouro. Sentia falta do campo, sua casa e de não se preocupar em receber uma facada pelas costas. Sua única aliada havia sido bruscamente tirada do título. Se sentia presa em fios de teia de aranha, fios compostos por riquezas, fios dourados e pegajosos.

Seus passos pararam bruscamente, havia colidido com a princesa. Desde o beijo não trocavam palavras longas demais ou olhares, eram simplesmente duas idiotas com medo de conversar. Lena foi a primeira a falar, precisava conversa com alguém depois de ter brigado com sua melhor amiga.

— Alteza, tem um minuto?

— Claro. — A princesa resolveu não questionar o uso de formalidades ou o caminho úmido no rosto pálido. As duas caminharam lado a lado pelo castelo, sem rumo certo, apenas andando para espairecer as cicatrizes que aquele lugar abria. — Algo lhe incomoda.

— Digo o mesmo para você, alteza. — As duas se encaram em desafio, quem começaria primeiro? — Briguei com minha amiga

— Essas coisas são comuns, digo, as vezes brigo com a Alex, mas nos amamos e é isso que importa — A morena baixou o olhar, conseguiu acabar com a coisa mais sincera que teve no palácio por algo egoísta.

— Não sei se minha situação resolva assim — Talvez fosse arriscado demais ter Samantha ao seu lado, era o alvo mais fácil e não queria pôr a amiga, ou ex amiga, em perigo.

— Não há nada que não possa ser resolvido com amor. 

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* música dramática * 

até eu fico triste por essa amizade, amo muito Sam & Lena :v 

risos, foi mal a demora 

até a próxima att <3 

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora