17 - Sétimo dia

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HELLO SÚDITO, genti... demorei pra porta, sorry :'3

mas cá estou

espero que gostem <3

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— Você já está bêbado o suficiente — murmurou Alura, seu humor havia acabado no começo da festa. — Alex, me ajude com seu pai.

Zor contradisse a ordem, estava sóbrio o suficiente para ficar sentado, era o suficiente para beber mais vinhos. O que a rainha não duvidava, desde o anoitecer Zor engolia litros de vinho. Parecia tentar testar a capacidade que seu corpo tinha em absorver álcool.

— Mande uma das minhas mulheres para meus aposentos, faz tempo que Jasmim não vem — disse, a voz tão ilegível quanto um balbuciar de um bebê.

Alura girou os olhos, jamais imaginou no dia do seu noivado que teria que cuidar dos filhos do rei e do próprio rei, que bêbado era a mesma coisa.

— Irá acertar o buraco certo? — Maggie, que até o momento não se pronunciara, provocou.

— Margaret. — O tom sério de Kara surpreendeu, a garota nem mesmo era próxima da mercenária, mas o olhar confuso das crianças na mesa a fariam repreender quem estivesse ali.

— Estou falando da fechadura — Defendeu-se, deu de ombros fazendo-se de inocente.

Alura contou até dez, precisou apenas acenar para os soldados levantarem o soberano do reino, nem mesmo os dois homens conseguiam manter a postura certa de Zor. Batendo uma faca de mesa na taça, Alura chamou a atenção.

— O rei se retira do banquete, boa noite.

Os sons de pratos e talheres cessaram, ninguém ousaria continuar a noite sem a presença do anfitrião. O adicional som de madeira ferindo a pedra incomodou, mesmo que abafado pela abertura das enormes portas. Kara levantou-se assim como todos, o dia seguinte seria tão cansativo quanto qualquer outro. Seu aniversário significava visita a cidade, conversas paralelas com pessoas que não conhecia e noite adentro com mais bêbados famintos.

— Podem nos acompanhar — Falou Alexandra, a princesa estava ansiosa para assistir como Kara lidaria com as duas noivas ao mesmo tempo. A irmã nunca conseguiu a façanha de conversar com uma garota, quem dirá reger duas.

— Há tantas pessoas no castelo que pode ser perigoso — completou Luara. Os dias em silêncio acabaram no momento em que um casamento foi anunciado, faziam anos desde o último, o que significava mais extravagância que todo o ouro pudesse pagar, aquele era o momento de esbanjar a riqueza que os El tinham.

Um comboio de, em estima, oito pessoas saíram furtivas pelas portas. Alex ia na frente, Alexander em seu colo, enquanto tentava provar a mercenária que o castelo poderia sim ser mapeado, mesmo que demorasse alguns anos. Lena sorria para o membro mais novo dos El, o príncipe fazia gargalhava pelas caretas que a morena fazia, além de tombar o rosto em vergonha quando percebia não conhecer muito bem a nova figura em sua casa. Mais alguém parecia apaixonado por Lena Luthor.

— Se Kara não casar logo, Enzo vai tomar o lugar — provocou Alex, como sempre. Seus dias incluíam; batalhas, estratégias e levar as pessoas da sua família a níveis elevados de estresse ou vergonha.

— Treze anos de diferença, não tem chance comigo em um torneio pela mão da princesa — Kara murmurou, era uma das poucas vezes que se incluía em uma brincadeira boba. Lorenzo gargalhou, como se entendesse o que a irmã havia dito. A verdade era que, nem mesmo se o garoto quisesse, poderia deixar de ser o bebê da família.

— Cessa — balbuciou.

— Eu chamo de Tessa, mas você acabou de inventar outro apelido — Os olhos castanhos do garoto foram para Sam.

— Pode deixar que daqui eu cuido, altezas — No corredor dos quartos, uma empregada pediu com os olhos abaixados. Aquela era uma das inúmeras amas do pequeno príncipe.

Lena o entregou, era pequeno, mas pesava.

Os quartos seguiam uma ordem interessante. Ao lado direito; Elizabeth, a nova adição que era Lena, Luara, Alexandra e o quarto de Eliza. Mesmo que a matriarca pudesse dormir no harém, as vezes sua presença era necessária para que os garotos não derrubassem as colunas do castelo. No lado esquerdo; Lorenzo, Samantha, Jonathan, Caspian e Alura compartilhavam os enormes cômodos. A rainha e o rei não possuíam o hábito de dormirem juntos, era algo cultural e saudável. Cada um poderia aproveitar o espaço para refletir e viver sua vida sem a necessidade de dependência.

Ainda mais na posição que tomavam.

Os riscos eram sempre enormes, por isso a necessidade de muitos herdeiros, árvores fortes produzem muitos frutos.

— Acha que ela consegue? — murmurou Maggie, Ale estava profundamente adormecido em seu colo, os dois criavam laços tão fortes que até a mãe dele tinha ciúmes, jamais fora próxima emocionalmente do ruivinho, por óbvios motivos.

— Ela vai se trancar no quarto, pular a janela ou entrar em um quarto aleatório

A mercenária riu, seus olhos vagaram para o local onde Kara se despedia de Luara, ficando sozinha com Elizabeth, Sam e Lena.

— Cinquenta dinnos que ela consegue — Alex levantou a sobrancelha em desafio, Maggie poderia ser boa em trabalhar por dinheiro, mas não sabia o que estava apostando.

— Deixe o meu filho no quarto, somos adultas o suficiente para sabermos nossas habilidades, quem se esconder melhor e ganhar a aposta terá um prêmio — decretou a princesa.

— E seria?

— Você escolhe — deu de ombros. — Se eu ganhar, você irá lustrar todos os meus materiais de limpeza por um mês.

Maggie gargalhou, era ótima em apostas.

— Se eu ganhar, você terá que aceitar um encontro comigo... e um beijo.

Alexander foi deixado de forma sútil na cama, ficaria bem sozinho enquanto as duas faziam coisas importantes para a vida do castelo. Seus dias em batalha e espionagem nunca seriam tão bem usados quanto no momento. As duas retornaram para o fim do corredor, onde Elizabeth resmungava sobre não querer entrar, a loirinha odiava dormir "cedo". A princesinha estava dando tempo para o momento de silêncio que tornaria assim que Kara ficasse sozinha com as duas.

— Ela vai se perder se for no banheiro sozinha — disse Alex para as meninas no corredor, seus olhos se reviraram em desgosto, nunca acostumaria a ter que mostrar cada pedacinho do castelo. — Vamos, inútil

Enquanto as três deixavam o última membro da família no seu devido quarto, as duas bisbilhoteiras se camuflavam entre os enormes vasos e bandeiras com o símbolo de El.

— Bem... boa noite — Kara, sem graça, murmurou. Seus dedos inquietos brincavam com as peças pequenas do vestido, Alex olhou para Maggie em comemoração.

— Amanhã é seu aniversário, meu presente provisório — disse Sam, antes que perdesse a coragem, deu-lhe um selinho rápido, se Kara não soubesse o que aconteceu pensaria ser divagação da sua mente.

Maggie olhou para Alex, seus olhos gritavam a vitória. A ruiva revirou os seus.

Sozinhas, Lena e Kara se entreolharam.

— Espero que tenha boa noite também — Maggie quase se bateu pelo jeito da irmã de Alex.

Felizmente, Lena possuía mais atitude do que aparentava. Seus pés empurraram a loira até a parede.

— Presente adiantado?

Dantes de compreender, Kara sentiu seus lábios serem pressionados. Sentia o gosto do creme de baunilha da sobremesa final, um pouco de álcool e o calor costumeiro de um beijo. Infelizmente, beijos demoram para acontecer e são rápidos em sua duração. Não parecia em nada com os livros, não dava tempo para pensar nas milhões de sensação. Seu corpo notava apenas quando a outra pessoa vai embora, mas a sensação não.

Aquele era o recorde de pessoas que Kara El tinha beijado em um dia. 

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Na vida eu sou a Maggie. (ou a Kara...)

Até a próxima att ^^


Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora