41 - Fuga

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Hello, povo meu. Quarentena (o que eu espero que vcs tbm estejam fazendo, se possível) tem me dado tempo para finalmente escrever. Demorou, mas cá estou.Espero que gostem, lavem a mão e fiquem em casa. <3

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O dia estava escurecendo quando Maggie se deu por satisfeita de seu serviço. A saída de Lena custou uma comitiva com vinte soldados escoltando-a até o acampamento a Oeste, deixando lacunas na segurança que a atual comandante deveria preencher. Não foi fácil, com a imensidão do castelo Solare, proteger o que os El humildemente chamam de casa. Eram muitas torres, corredores e portões para defender, sem o número costumeiro de soldados.

Tomou um dia todo para modificar suas estratégias, fechar portões com barricadas, acabar com as importações. No final, ela tinha certeza. Ninguém entraria em Solare, não sem permissão.

Seu último destino era o quarto de Sam. Mesmo que Alura e Eliza estivessem juntas a ajudando, era possível ver que não era o suficiente para Samantha. Não quando está sozinha com duas crianças, no meio de uma guerra, comandando um país inteiro. Não foi chocando quando Maggie a encontrou chorando, ou soluçando o mais silenciosa o possível.

Sam enxugou os olhos, mesmo sabendo ser tarde demais para esconder seu pico de emoção.

— Ei, está tudo bem? — Perguntou Maggie.

Sua pergunta possuía uma resposta óbvia, mas ignorar a epifania levaria Sam a esconder o que quer que estivesse sentido, como estava fazendo. Como uma observadora nata, ela tinha suas suspeitas. A rainha tinha uma tendência a se doar completamente, era de forma totalmente justificável pelo seu passado, porém, as pessoas não podem deixar de viver por elas mesmas.

Sam apenas acenou.

— Se me permite, majestade. Eu vejo que algo a incomoda. — Maggie se ajoelhou frente a cadeira. — Minha função é melhorar sua vida, diga-me. Farei o que está em meu alcance.

A estelliana fungou. Os sentimentos subindo à superfície, derramando por uma simples afirmação. Ela jamais imaginou ter Maggie como confidente, mas as circunstâncias mudavam e ensinavam que um dia, você talvez precise de amigos inesperados.

— Tudo...? — Deu de ombros. — Se perdermos essa guerra... Daxam marcha à nossa casa, derruba nossos muros, mata nossos aliados, leva o resto de nós como prêmios. — Ela abraçou a si mesma, em busca de alguma proteção, ou talvez esperando que alguém a abraçasse. — E me sinto horrível por querer, em meio a isso tudo, um momento para mim...

Maggie segurou suas mãos, em um suave toque.

— Você não é horrível, ou deveria se sentir assim. Pedir ajuda não torna você uma mãe ruim! — Afirmou, esperando que conseguisse convencê-la. — Você tem estado vinte e quatro horas para suas filhas, eu nunca vi tal emprenho por tamanhas criaturinhas. Elas são sortudas por ter você, mas com pessoa, você também precisa descansar. Uma ama pode...

— Não... — Sam interrompeu. — Não é justo tirar alguém de seu bebê apenas para alimentar o meu, somos poderosas, mas não cruéis...

— Tudo bem, sem ama. Mas... — Seus olhos percorreram as garotas dormindo tranquilamente no berço ao lado da cama. — E se eu ficar por essa noite, você dorme e resolvemos o resto pela manhã?

Ofereceu Maggie. Após pais abusivos, ser vendida como escrava e sobreviver, ela pensava ser capaz de lidar com duas princesas que não faziam nada além de serem fofas.

— Algumas horas. — A rainha pontuou com firmeza.

Seu corpo implorava pelo que sua mente refutava. Ela não diria que seu cansaço era apenas a falta de sono; seus seios racharam, causando dor ao amamentar, e que, às vezes, sangravam. Seus problemas eram irrelevantes no cenário geral. Isso afogaria junto as lágrimas, em algum momento. A rainha de El não se deixaria derrubar por incômodos.

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora