6 - Terceiro dia

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internet voltou :P

hoje tô com preguiça de escrever alguma coisa aqui lksksks

aproveitem <3 

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Os soberanos de El não eram violentos. Zor El era um filho político, prezava a paz, a inteligência e raciocínio. Escolhia a cabeça invés da espada, mas o povo não. As tradições também não, e a lei se encarregava que os antigos reis bárbaros ainda dominassem. Homens que valorizavam o sangue a paz, homens que não evoluíram e que fizeram as leis. Cravaram-nas na mente de todas as pessoas que viviam em suas terras.

A atual família real podia ser amorosa, inteligente e astuta, mas eram apenas os cuidadores da ordem, a norma era antiga demais, enfiada na cabeça de velhos grisalhos demais para ser removida em uma ou duas gerações.

Uma vida por uma vida ainda ressoava naquela tarde pela cabeça de Lena. Seus pais eram tão antiquados quanto o povo, mas ela não, jamais concordou com as crueldades que sofriam. Era de se questionar o por quê da população concordar com barbaridades contra eles mesmo. E, usando aquele vestido espalhafatoso, se perguntava do por quê de ainda estar ali, deveria se esconder em um quarto pequeno ou armário, não queria assistir à condenação.

O tecido de seda, cortesia do rei, lhe caia muito bem, mas não importava para ela. O que adiantaria estar linda se não era uma comemoração?

Se remexeu na cadeira à sua reserva, as outras se colocavam de pé na sacada de madeira. A vista era inteiramente para a praça, para o local da execução, para o sol se pondo. Samantha infelizmente estava a muitas cadeiras de distância, não teria a fiel amiga ali. O povo se amontoava no espaço aberto, pareciam curiosos sobre o chamado real. Todos se levantaram na presença do carrasco. O homem, coberto de preto com machado da mesma cor, representava a morte, a dor e o sangue, tudo o que aqueles com coração mau desejavam ver.

— Rebecca Volth, você foi condenada perante a corte, seus crimes são de assassinato, traição contra a coroa e falso testemunho — leu o carrasco. Os olhos verdes se perderam na garota morena que tentavam não chorar, algumas pessoas se indignavam pelos crimes, outras gritavam por justiça. — Além de culpada pela morte de Nara Lion, uma das garotas da futura rainha de El, Kara El. Segundo a lei, a vida dela será paga com a sua. Quer dizer algo em sua defesa?

Ela negou veemente, parecia mais concentrada em não se permitir desabar ali.

— Não consigo fazer isso — disse Lena, os integrantes da sacada a olharam curiosos. — Não somos bárbaros! — Sabia que gritar e chamar a atenção do povo lá em baixo não era uma boa ação, mas também não poderia ficar apenas olhando. — Não consigo — Repetiu antes de rumar ao corredor, precisava de distância da cena.

Ouvia passos atrás de si, mas não queria olhar, estava com raiva de todos. Aquelas pessoas que ainda compactuavam com aqueles atos de crueldade, Rebecca poderia ter matado sua amiga, mas haveria outro jeito de pagar. Raiva dos reis que permitiam aquilo, e pior, raiva de si por em algum momento da sua vida pensar em fazer parte daquele mundo.

Uma mão tocou seu braço de forma relutante, mesmo com os olhos embaçados, poderia muito bem distinguir os fios dourados. Os olhos azuis pareciam conflitantes sobre o que falar.

— Eu também não concordo com a lei, mas não podemos simplesmente perder o controle — tentou a princesa, a voz calma e incerta sobre como iniciar aquela conversa.

— À merda com suas leis, isso não passa de desculpas — Esbravejou, o que deixou a loira surpresa pelas palavras rudes.

— Você está muito nervosa — disse o óbvio, não para irrita-la, apenas para não parecer uma ameaça diante dela. — Que tal deixarmos as palavras deselegantes de lado e ir comigo até um lugar melhor que aqui?

Fios de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora