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Por fim, Kenny

Caos.

Havia vidro em toda parte.

Meu peito doía, eu não sabia o porquê, parecia que havia uma peso pressionando-o.

Eu não levantaria daquele chão frio.

Eu chorei.

Chorei mesmo.

Depois ri da minha cara.

Fechei os olhos com força para evitar que mais lágrimas saíssem dos meus olhos.

As juntas do meu punho doíam tanto que eu não conseguia nem mexê-las. E se eu olhasse para minhas mãos, veria o estrago que havia feito com elas. Havia sangue.

  Eu queria tanto abrir os olhos agora e encontrá-lo na minha frente. Queria tanto que doía. Doía a certeza de saber que ele não estaria ali, mesmo que eu gastasse toda minha energia implorando aos céus.

***

– Sr. Johnson, seu motorista está aqui.

– Mande-o entrar.

Eu não sabia o que Stuart queria àquela hora, ele só aparecia quando eu o chamava.

Ele entrou e logo notei que havia acontecido alguma coisa.

– Foi difícil te encontrar, o último lugar que imaginei que você estaria seria na casa de seu pai, no escritório dele. – Eu só estava ali porque meu pai estava viajando, e porque seria o lugar que Rachel nem cogitaria em me procurar, então, apenas fiquei aqui o dia inteiro, sem sair nem para comer. Havia uma sensação inquietante percorrendo todo o meu corpo desde que acordei.

– Vá direto ao assunto, Stuart.

Ele suspirou longamente. Estava tão nervoso que eu quase perguntei se ele estava bem.

– Kenny... – Ele nunca me chamava pelo primeiro nome. Prestei ainda mais atenção. – Eu não sei como... eu não sei como falar.

– Só fale, Stuart! – Falei, ficando alterado. Eu estava nervoso, e nem sabia porquê.

– O menino... Jack... – Ele parou de falar.

– Que porra tem o Jack? – Levantei e bati a palma da mão na mesa, com força.

– Ele... atiraram nele... ele... morreu.

JackOnde histórias criam vida. Descubra agora