24

2 0 0
                                    

Aldebarã e Violetta partiram para dentro de uma trilha na selva, teria sido mais rápido se tivessem entrado lá com o veículo, mas Violetta temia que levar uma maravilha da ciência como um automóvel para dentro de um ninho de escravistas fosse pedir para ser roubado, e por isso eles optaram por serem menos chamativos.

- Não vejo nada além de um porto velho. - Aldebarã assumiu, quando finalmente pararam em algum lugar.

Haviam avançado fundo dentro da selva, numa região tão úmida que mais parecia um tenebroso pântano do que outra coisa, a frente deles havia uma casa de barcos velha e iluminada por tochas, além de uma pequena barcaça e um porto consumido por ervas daninhas. Violetta caminhou na direção da casa e suspirou, procurando alguma coisa.

- O que você está fazendo? - Aldebarã entrou dentro da casa atrás dela.

Viu Violetta em meio a uma enorme quantidade de tralhas velhas como bancos e mesas de madeira jogados ao chão e apodrecidos pelo tempo, ela estava abaixada com a bunda voluptuosa erguida alta no ar enquanto jogava lixo para os lados buscando ativamente por algo.

- Violetta... - Aldebarã começou a falar.

- Olha, se você for falar alguma coisa sobre a minha bunda, eu juro que te mato. - Ela se ergueu imediatamente e virou apenas o rosto para encará-lo.

- Que? Não. - Aldebarã não conseguiu evitar uma gargalhada fraca. - As luzes são tochas, não estamos sozinhos aqui.

- Não me diga. - Ela disse, dando de ombros. - Eu só preciso encontrar... Ah encontrei.

Ela tirou algo do meio das tralhas, uma caixa de metal que parecia pesada, como um pequeno cofre de combinação numérica, ela jogou para Aldebarã, que desengonçadamente o pegou no ar.

- Coloca aí, 589. - Ela disse, conforme Aldebarã colocou os números no cofre.

Nas mãos grandes e vermelhas de Aldebarã o pesado cofre se abriu, revelando um interior brilhante e lotado de moedas de ouro de aparência antiga, ele arregalou os olhos em confusão.

- Por que existia um cofre cheio de ouro num porto velho. – Aldebarã fez uma careta. - E mais importante, por que sua bunda é tão grande?

- Porra Aldebarã eu disse que ia te matar. - Ela sorriu. - O cofre é uma coisa que eu tive de deixar por aqui da última vez que visitei os contrabandistas, eu tinha que deixar em algum lugar que ninguém ia encontrar então foi no meio da tralha mesmo.

- Você já esteve aqui antes? E carregando um cofre cheio de ouro? - Aldebarã ergueu uma sobrancelha.

- É, foram dias divertidos. - Violetta piscou. - Mas vamos precisar desse dinheiro de qualquer forma. Vem.

Aldebarã a seguiu para fora da casa de barcos, percebendo que agora haviam seis indivíduos de pé, altos e vestidos com armaduras de couro, carregando nos braços mosquetes rústicos de forma ameaçadora, Violetta não pareceu se importar com eles e apenas caminhou na direção da barcaça.

- Violetta... o que tá acontecendo aqui? - Ele perguntou.

Encarando os indivíduos tornava-se difícil enxergar os rostos deles de baixo dos grandes capuzes que vestiam, mas pareciam ser todos de raças diferentes, todos com um sorriso assassino macabro no rosto.

- Relaxa Aldebarã... esse aí é só o nosso comitê de boas-vindas. - Ela balançou a cabeça despreocupada, aproximando-se de Aldebarã e pegando algumas moedas do cofre que ele carregava nos bruços. - Toma aí.

Violetta jogou um trio de moedas de ouro na direção de um dos homens de capuz, ele agarrou as moedas no ar com velocidade e sorriu, então moveu-se até a borda do porto perante as águas, e vociferou uma ordem em uma língua que ele não entendia. Segundos depois eles escutaram sons altos e distintos, como se um terremoto se aproximasse, e a primeira gigantesca perna de rocha se chocou contra o chão saindo da neblina distante.

Profundezas EthéreasOnde histórias criam vida. Descubra agora