C.4

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Não, isso não podia estar acontecendo comigo, eu só podia ter nascido com algum carma

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Não, isso não podia estar acontecendo comigo, eu só podia ter nascido com algum carma. Noto que estou prendendo a respiração e tento voltar ao normal.

Eu sou muito azarada, meu Deus.

Ele. Tenho certeza que é ele.

- Poderia sair da minha mesa? – escuto a voz familiar e olho para Eve pedindo socorro, que acena indo embora, volto minha atenção ao menino a minha frente. Estávamos cara a cara, mas ele não me reconheceu? Pode isso ser possível?

Murmurei uma desculpa enraivecida e me levanto tentando desamassar as folhas do caderno, em vão.

- Só sai daqui garota! – ele diz pegando em meu pulso e retirando minha mão de cima do seu caderno. Sinto toda a raiva que estava tentando esquecer de ontem voltar com tudo. O encaro séria levantando e apertando a mochila do ombro, viro o rosto para sala que me olha, ignoro os olhares curiosos caçando um lugar vago, acabo por achar um no outro lado da parede na primeira carteira.

O professor chega à sala minutos depois e agradeço a Deus por respeitarem minha decisão de não ser apresentada para sala toda formalmente. Os professores apenas iam até mim para dar boas-vindas e prosseguiriam com as aulas, esse era o combinado.

A primeira aula prosseguiu calmamente, vira e mexe eu notava alguém me olhando de rabo de olho, como já estava acostumada com isso apenas resolvi ignorar, como sempre.

Remediava meu olhar entre o relógio à cima do quadro – desejando que esse dia passasse o mais rápido possível - e o meu caderno. Apesar de estar encucada com o menino da porta, vulgo idiota do karaokê, não ter me reconhecido em momento nenhum. Ele era muito cara de pau, ontem ele invade meu espaço, me beija, me insulta e agora finge que não me conhece?

Mordo a tampa da caneta e dou um sorriso de lado ressaltando o lado bom disso, eu também bati nele, então era melhor que ele não me reconhecesse mesmo. Aliás por que eu estava me importando com isso? 

Estava salva! Pelo menos por agora.

Levanto meu olhar sutilmente quando escuto uma batida na porta e o professor manda entrar.

- Sr. Hayes, atrasado no primeiro dia de aula – semicerro os olhos encarando meu primo encostado na porta com a mochila em um único ombro e a mão no bolso.

- Desculpa professor, estava na orientação – seu olhar se encontra com o meu, o sustento até que ele desvia para o professor de novo.

- Sente-se Sr. Hayes, e não se atrase novamente – Josh acena para alguns meninos perto da porta e caminha para se sentar na fileira ao lado da minha. Reviro os olhos e desenho ''pode parar'' com os lábios quando ele ri debochadamente para mim. Volto minha atenção para o professor com minha cabeça a mil por hora. 

O sinal toca anunciando o intervalo, pego minha carteira calmamente e caminho até a cantina observando todos no colégio, pareciam que eles eras normais, pelo menos até agora

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O sinal toca anunciando o intervalo, pego minha carteira calmamente e caminho até a cantina observando todos no colégio, pareciam que eles eras normais, pelo menos até agora. Levo um susto quando sinto alguém cutucar minha cintura, sorrio quando vejo Eve ao meu lado segurando um copo térmico.

- Como está sendo as primeiras aulas? – pergunta para mim enquanto me posiciono na fila da venda da cantina.

- Até agora tudo bem – forço um sorriso sem mostrar os dentes.

- Bom... – ela me olha de cima em baixo – deixa eu te perguntar algo...

- Por que me visto assim? O que há com o meu look? Algo do tipo? – a interrompo, já prevendo esse tipo de pergunta sobre meu estilo meio maluco. Ela me encara confusa e gargalha.

- Não menina, onde conseguiu essa peruca roxa? Eu amei – rio sem graça – eu amei seu estilo, é original, tudo que esse colégio não tem.

- Ah, sou a primeira, então... – ela concorda.

- Então se ficarem te olhando ou implicarem com você ignora ou mete a porrada – olha para ela assustada – Estou brincando, mas pode contar comigo. 

Eu fiz...uma amiga? Isso seria novidade.

Agradeço a ela que diz que vai me esperar em uma mesa para almoçarmos juntas. Chegada a minha vez na fila encaro surpresa ao ver quem está trabalhando aqui.

- Oh Suzy? E o karaokê? – ela sorri largamente e explica que está trabalhando aqui de manhã e à noite lá.

- Aqui não tem refrigerante e batatas pra você – diz me entregando um sanduíche e um suco de maracujá.

- Tudo que é feito por você vale, Suzy – jogo beijos procurando Eve quando a encontro num lugar afastado do refeitório. Passo todo o intervalo conversando com ela e explicando a minha vinda para cá e essas coisas, até que o sinal toca e ela segue para sua aula de Inglês e eu para a minha aula de Física.

Tirando os constantes e discretos deboches de Josh e o intervalo um pouco agitado, podemos dizer que meu dia foi ótimo, as pessoas olhavam pra mim, e não tiro a razão – aluna nova, estranha e com cabelo roxo, até eu ficaria curiosa. Mas no final até que eles se acostumaram.

Escuto o sinal tocar, indicando o termino das aulas, e espero todas as pessoas saírem apressadas da sala para começar a arrumar minhas coisas tranquilamente.

- Priminha linda – Escuto uma voz masculina vindo da porta e me viro sobre os calcanhares já pronta para ouvir as mesmas ladainhas de sempre.

- Me deixa em paz – ele se aproxima cutucando minhas costas como sempre e me ajuda terminar de guardar as coisas. – Ah, não sabia que estudava comigo, achei que era na outra turma.

- E era – levanto meu olhar enquanto ele ri baixo – Porém, eu pedi para me trocarem de turma, por isso estava na orientação.

- Ah, mas você não fez isso – bato a mão de leve na mesa e coloco a outra na cintura – me diz que não foi por minha causa?!

- O mundo não gira ao seu redor, Wendy - rio, se fosse outra pessoa falando ficaria constrangida -  Nicholas, Matt e Daniel estão todos aqui, achei sacanagem da diretora me deixar sozinho lá – dou ombros suspirando enquanto pego minha mochila e livros.

- Ela deve ter um motivo para ter te separado do seus amigos - me viro para ele que dá ombros.

- Não sei que motivos seriam - Josh faz cara de sonso e rio alto. Olho no relógio e vejo que vou me atrasar para o karaokê.

-  Enfim, hasta la vista baby – digo indo em direção à porta, mas paro me virando para ele que caminhava atrás de mim – Jho, mais cuidado quando for falar comigo, você se lembra do nosso combinado, não é?

- Sim – diz revirando os olhos – carona?

- Qual é,  que parte do trato você não entendeu? – bufo indo embora e o deixando para trás. Saio tão apressada que me esbarro com alguém na porta. Suas mãos fortes me seguram, quando levanto o olhar me afasto rapidamente, em um só susto e abaixo a cabeça.

- Eu disse que estava indo, Nicholas – diz Josh atrás de mim – Sentiu saudades minha foi meu amor? – ele passa por mim cutucando de leve minhas costas e abraça e menino do karaokê em forma de zoação fazendo biquinho. O outro murmura alguma coisa com raiva e empurra meu primo. 

Babaca!

Levanto meus olhos para ele que me encara a todo o momento, tento sustentar o olhar, mas desvio quando ele sorri de lado debochadamente. Josh o puxa pelo pescoço e sai caminhando pelos corredores enquanto fico estátua na porta esperando eles virarem à esquerda. Quando isso acontece relaxo os ombros e sorrio de lado ironicamente lembrando-me do quanto eu tenho ódio dele.  

Então seu nome é Nicholas, né? 

Oi meus brilhos! Espero que tenham gostado do capítulo. Comentem e votem para ajudar a amiga aqui. 

Beijos de neon :* 

Postado em: Maio/2019

Revisado em: Janeiro/2021

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