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Enfim chegou o sábado que todos ansiavam, rolo na cama e acabo parando de barriga para cima, encaro o teto branco de casa

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Enfim chegou o sábado que todos ansiavam, rolo na cama e acabo parando de barriga para cima, encaro o teto branco de casa. Eu tinha um jogo hoje.

Eu tinha um campeonato hoje.

Eu tinha que tomar uma decisão hoje.

Meu mentor da academia disse que se isso for o que realmente quero, haverá alguns patrocinadores a procura de novos alunos para investirem, o que me animou muito.

Mas eu não podia. Todos contavam comigo no jogo de basquete. Era decisivo para a nossa escola. Só hoje que eu viveria pela última vez como objeto das vontades dos outros. A verdade era que minha vida inteira no ensino médio eu estava vivendo em função de um grupo social na qual eu nem gostava de estar.

Eu ia a festas sem querer, bebia algumas vezes sem gostar, ficava com as meninas apenas por ficar, e namorava outras só por sua fama na escola e de sua família. Eu jogava algo fingindo ser meu sonho, mas que na verdade era uma farsa. Eu era uma farsa.

- Nicholas almoço está pronto – olho no relógio e vejo que marca 11:00hrs da manhã. Disperso dos meus pensamentos e me levanto descendo as escadas de casa.

Desde o dia que tive um ''leve surto'' com meus pais, eles estão... como posso dizer? Diferentes, amorosos, e por incrível que pareça, assustadoramente de bom humor todos os dias. Até segunda de manhã.

Quem fica de bom humor, segunda de manhã? Ou qualquer manhã!

- O que está pensando? – olho para meu pai e levanto as sobrancelhas – Você está parado ai por uns dois minutos, olhando para o nada.

- Hã? Estava esperando a alma voltar para o corpo – eles riem e me sento-me à mesa pegando uma torrada. Meus pais me encaram e eu paro de comer – O que foi?

- Já pensou no que vai fazer? – minha mãe questiona.

- Com o que? – tomo meu chocolate quente.

- Os jogos de hoje, querido – ela fala e anuo lentamente.

- Vou jogar basquete, pessoal depende de mim – eles se olham e suspiro me encostando na cadeira – eu sei o que estão pensando, mas eu estou bem. É sério.

- Você sabe que...

- Vocês irão me apoiar em qualquer decisão – completo – Eu sei, e obrigado por isso, mas também sei que estou tomando a decisão certa.

- E a Wendy? – meu pai questiona inocente.

- Não a vejo a umas duas ou três semanas.

- Vocês terminaram?

- Não tinha nada para terminar, pai – o olho mordendo o lábio.

- Impossível não ter algo, vocês se gostam...

- Eu já nem sei mais se isso é verdade – abaixo a cabeça.

- Por que não pergunta diretamente a ela? – rio rouco.

Simplesmente um segredo | Pausa | RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora