C.21

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- Esse jardim não existia antes de eu ir embora há cinco meses! – Wendy me olha e tenta sorrir sem mostrar os dentes, mas no fundo sei que ela estava magoada

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- Esse jardim não existia antes de eu ir embora há cinco meses! – Wendy me olha e tenta sorrir sem mostrar os dentes, mas no fundo sei que ela estava magoada. A porta se abre e uma mulher de cabelos vermelhos a encara surpresa.

- Wendy, minha filha – diz e a abraça forte, ela não recua do abraço e passa os braços em volta da sua mãe. Elas se afastam e a mulher segura seu rosto – Por que está chorando meu amor?

Wendy ri alto e funga o nariz.

- Flores – fala. Sua mãe olha para o jardim e ri sem graça e Wendy apenas balança a cabeça me puxando pelo braço para ficar ao seu lado – Mãe, esse é o Nicholas, meu colega de turma.

- Sim, Josh me avisou que ele que te traria, pois sua amiga de lá passou mal. – Ela sorri para mim e me puxa para um abraço, tento retribuir ainda sem jeito – Prazer Nicholas, me chamo Ellen.

- Muito prazer Dona Ellen – sorrio mostrando os dentes.

- Ah pelo amor, sem Dona. – rio sem graça – vamos entrar Wendy, precisamos tratar dessa alergia. Ah, Onde dormiu essa noite?

Nos entreolhamos e Wendy tosse sem graça.

- Dormimos na dona Cecilia – Wendy fala baixo e a mãe dela só balança a cabeça, ela me olha e sussurra: - Minha mãe confia muito na dona Cecília, estamos salvos.

- Ela está bem? – Anna pergunta.

Wendy concorda e segue sua mãe para dentro de casa, o local era simples, mas muito chique e muito aconchegante, Ellen aponta para o sofá indicando para sentarmos e sai para a cozinha. Sento ao lado de Wendy e cutuca o canto da unha olhando para a casa.

- Algumas coisas mudaram por aqui – diz sem me encarar, apenas fico em silêncio – não parece mais com minha casa.

Antes que eu possa abrir a boca, a mãe dela retorna com um jarro de suco e bolo de chocolate. Wendy sorri e pega um pedaço, seu nariz ainda funga e lembro que sempre deixo um antialérgico na carteira por conta dela. Retiro o remédio de lá e a entrego, ela agradece tomando-o com o suco. Olho para Ellen que nos encara sem entender muito bem e sorrio pegando o copo tomando um gole. Ficamos em silêncio por um bom tempo, sinto que estou atrapalhando elas conversarem.

- Irei te esperar no carro ok? – digo para Wendy me levantando, ela segura minha mão me olhando nos olhos e me puxa para o sofá novamente. Olho sem graça para a mãe dela. – Vou recolher as coisas do café então.

Wendy concorda e sua mãe aponta para a cozinha. Pego a bandeja com os copos e os pratos indo para o local indicado. Começo a lavar os utensílios e posso ouvir sua mãe começar a falar.

- Como está sendo lá no interior filha? - Anna diz se remexendo no sofá.

- Bem, estou melhor – diz baixo – melhor do que quando estava aqui.

Simplesmente um segredo | Pausa | RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora