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Empurro fortemente a porta e sou recebida por uma rajada de vento gelado por conta do ar condicionado forte do estabelecimento

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Empurro fortemente a porta e sou recebida por uma rajada de vento gelado por conta do ar condicionado forte do estabelecimento. Caminho lentamente entre as pessoas, tomando o devido cuidado para passar despercebida e não esbarrar em ninguém. Olho ao redor tentando ver se há alguém que me conheça e abaixo mais o boné sobre minha cabeça.

Chego no meu local alvo e me debruço sobre a bancada apoiando o cotovelo no mármore frio. Olho para fila enorme logo ao meu lado composta por casais de mãos dadas e reviro os olhos por baixo dos óculos, volto minha atenção para frente quando o atendente pigarreia. Retiro meu boné e meus óculos escuros rapidamente dando uma piscadela para ele que sorri e me entrega uma chave com um pingente de gato, pisco novamente me virando para sair.

- Qual é do disfarce da vez Wendy? – Me viro rapidamente sobre os calcanhares, fuzilando com chamas nos olhos a pessoa atrás de mim.

- O que você acha que sou? – Ele sorri colocando a mão no queixo e me encara.

- Um E.T de óculos e boné – Passo por trás da bancada e dou um tapa em sua testa.

- Presta atenção em como você fala comigo, bocó. – O encaro enquanto visto meus acessórios novamente.

- Putz Wen, estava brincando, doeu sua besta – Ele faz drama enquanto volto para frente do caixa o ignorando e indo para meu quase destino final – Sala 12, quatros horas – Grita Enrico e apenas faço um joinha com a mão.

Passo apressada pela multidão e me enfio na fila da batata frita, olho brevemente por cima dos ombros de um casal e vejo que tem quatro pessoas na minha frente. Como forma de espera, pego meu celular e verifico as mensagens.

Ariella: Fala comigo, por favor? 28 de outubro  de2018.

Ariella: Posso explicar pelo menos? 5 de novembro de 2018

Ariella: Cacete Wendy faz tempo que isso aconteceu! 15 novembro de 2018

Ariella: Quem raios de contou isto? 16 novembro de 2018

Ariella: Vai me ignorar desse jeito? 25 dezembro de 2018

Ariella: Acho que já está bom essa coisa de fugir, não? Faz três meses, volta pra mim, Din! 31 de janeiro de 2019

Suspiro forte e bloqueio o celular guardando-o no bolso. Ando calmamente me posicionando na fila e retiro os óculos escuros novamente. Dona Suzy sorri e me pede para esperar um pouco. Logo após ela me entrega dois baldes com batatas fritas, um drops de chocolate e uma garrafa de refrigerante, mesmo sem abrir a boca para pedir.

- Você me conhece tão bem - Ela sorri e eu a agradeço jogando um beijo no ar, então saio para, agora, meu destino final.

Subo dois lances de escada e encontro com a sala 12 depois de virar o corredor - que estava escuro como a noite lá fora - não havia mais ninguém nas outras salas, pelo simples fato de essa ser a única no último andar a realmente funcionar. Recolho a chave, de modo desajeitado por ter tantas coisas, no bolso da jaqueta preta e abro a porta rapidamente apenas a encostando e não passando a chave como de costume. Acendo a luz que ilumina todo o local vermelho e preto, observo em volta notando que está limpo como a última vez que pisei aqui.

Simplesmente um segredo | Pausa | RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora