Capítulo 47

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Tinha um ditado que dizia assim: Quem Lereis o capítulo e não votareis, sem dente ficareis. Cês não quer ficar banguela né..?

Tá.. ta bom, vou ali tomar meu  Rivotril enquanto vcs vão lendo aí

 ta bom, vou ali tomar meu  Rivotril enquanto vcs vão lendo aí

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Pezão

Eu tô desesperado! Mais do que a outra vez que ela foi sequestrada.

Agora, a minha última conversa com ela fica remoendo na minha cabeça.

Eu bato tanto no peito pra dizer que sou sujeito homem, e fiz uma molecagem do caralho.

Deixei ela sair de casa sozinha carregando um filho meu. Filho esse que minha consciência faz questão de acusar em não saber se existe mais.

Um mês inteiro. 30 dias sem nenhuma pista sequer.

Se ela tiver apanhando? Ou se ela tiver passando fome ou sede? Ou até mesmo frio?

Tudo isso por culpa minha.

Meus sonhos, que tinham diminuído agora voltaram com tudo. Mas dessa vez, ao invés de a menininha chamar por mim para ajudá-la, ela foge. Se assusta e diz que eu a matei.

Isso tá acabando comigo.

Bêbado eu já tô andando noite e dia. A vontade de dar um raio vem junto, e a de matar também.

Eu já decidi, se qualquer coisa acontecer com ela, eu não vou viver. Prefiro me dar um tiro na cabeça, do que viver sabendo que fui responsável pela morte de dois filhos e mais minha mulher.

Neste momento, estou na minha sala com meu fiel escudeiro uísque puro, e com um pino na mão. A vontade de cheirar chega dói! Ouço batidas na porta:

Pezão: Entra

Rato: Quê que pega aí irmão? - ele entrou vindo se sentar na minha frente, olhando fixamente pro pino na minha mão

Pezão: Eu não tô aguentando mais Matheus - colei minha testa na mesa - Não sei mais o que fazer

Rato: Se drogar com certeza não é o caminho, vc sabe que quase morreu da última vez

Pezão: Pior é que eu tô querendo mesmo morrer irmão - disse sem levantar a cabeça

Rato: Como é? - perguntou firme me fazendo o encarar

Pezão: Eu.. eu quero morrer irmão - eu disse fraco - a única coisa que me impediu de me dar um tiro é que quero ver se ela tá bem.

Rato: Que papo é esse velho? Na moral, corta esse álcool que já tá falando merda

Pezão: só verdades irmão - sorri fraco

Rato: Olha Pezão, eu vou ser bem claro com vc. Se vc falar em se matar perto de mim de novo, eu vou dar tanto murro da sua cara de bolacha até ela ir parar nas costas, entendeu?

Pezão: Matheus, nem quando perdi nosso pai eu me senti assim. Eu só não vejo motivo pra viver. Se acontecer alguma coisa pior com ela, a culpa é minha. E se ela sair Ilesa, não vai querer nem olhar na minha cara, por culpa minha.

Rato: Olha Pedro, eu vou te ignorar porque prefiro acreditar que isso é culpa da bebida.. - ele ia começar o discurso inútil dele, quando meu telefone tocou

Olhei na tela e vi que era Grego. Nesse mês, eles tem se aproximado bastante daqui. Mas, é aquilo né, mantenho meus dois pés atrás com meu tio.

Pezão: Fala - atendi colocando no viva voz

LN: Pedro, sabemos onde ela tá - ele falava alterado

Pezão: O quê? - já me pus de pé

LN: Vou te mandar a..a.. como chama isso aqui Grego? Localização pai.. vou te mandar a localização. Vem logo que eu tô a caminho.

Ele desligou o celular e eu fiquei olhando pro Matheus sem acreditar direito.

Rato: Vai ficar moscando aí? Bora logo filha da puta

Nem respondi e fui saindo. A medida que eu ia passando, alguns iam se encolhendo. Tá! Eu admito que passei da dose um pouco, mas é porque eu não admito incompetência.

Entrei no meu carro junto com Rato, e fui saindo do morro cantando pneu. Atrás, vinha um outro carro com 4 vapor, e mais dois de moto.

Demorei umas meia hora pra chegar lá onde LN tinha me mandado, e de longe avistei ele mais afastado. Parei meu carro, e desci ficando ao seu lado

Pezão: Onde é? - perguntei e ele apontou com a cabeça

LN: já viu o que tem bem na porta? Sorte a nossa viu!

Era a polícia. Os viado da PM resolveram fazer uma blitz bem na porta do cativeiro da minha mulher. É pra acabar mesmo viu!

Pezão: Vamos cair pra dentro. Ela não fica lá nem mais um minuto

LN: Vc é burro ou se faz? Quer ser preso é?

Pezão: Não interessa se ela tiver bem

LN: sossega seu cu aí que tô pensando

Eu andava de um lado pro outro nervoso. Essa bosta dessa blitz não acabava, e o tempo ia passando, junto com ele minha paciência.

Pezão: Foda-se esse caralho todo. Eu vou entrar e já era - fui partindo pro lado do prédio

Grego: Espera seu idiota - ele disse segurando no meu braço 

Pezão: aí irmão, tira a mão de mim cacete.

LN: Cala a boca vcs dois, olha lá.

Olhei pra onde ele apontava, e vi o médico de doido saindo puxando minha morena pela mão.

Ela tava toda bolotinha, com uma barriguinha parecendo que queria peidar.

Ela olhava fixamente pros policiais, fazendo um sinal com as sobrancelhas, mas os bicho sonso nem percebeu.

Ele colocou ela no carro, e deu a volta pra sentar no banco do motorista.

LN: Vamo, bora atrás. Mas de longe, pra não arriscar pegar na moça

Entramos cada um em seu carro, e os cara de moto, que dentre eles estavam JP.

Fomos seguindo ele, que cada vez mais se dirigia pra saída da cidade. Pisquei o farol pra JP, e chamei ele com a mão.

Pezão: Encosta lá. Vê se ela tá bem - disse assim que ele encostou e eu abaixei meu vidro.

Ele me obedeceu, e acelerou encostando ao lado do carro. Daqui eu via tudo, pois tava logo atrás deles, e o carro dele não tinha Insulfilm.

Daqui, eu vi perfeitamente ela olhar para ele na moto e sorrir, e ele lhe acenar levemente com a cabeça.

No mínimo, ela reconheceu ele, pois além de sorrir ela olhou para trás, fazendo nossos olhares se chocarem por segundos.

Mas foi o suficiente para promessas veladas, da minha parte:

Eu vou te tirar daí meu amor, hoje acaba esse pesadelo!

Refém (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora