Festa, não do AA

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Hoje é quinta-feira, dia 22 de maio. Em determinada escola chamada Bernardo Lemes, no bairro da Gávea. Jean está sentado na cantina lanchando um mingau de milho, é a hora do intervalo da manhã. Jean vê Emma e Douglas, sentados com Valerie . E ele percebe que Carmem não foi lanchar de novo. Ele vê Anderson, Nicolas e seus colegas conversando e nem imagina do que eles estão falando, mas gostaria de saber. Anderson, Douglas, Jean e Nicolas estilo schoolboy. Emma está de saia longa cinza, uniforme, sandálias rasteiras e brincos de pingo azul. Clássico Emma. Valerie está de calça jeans, salto baixo vermelho, uniforme e brincos de ondas verticais de ouro.  Anderson, Nicolas estão conversando com seus colegas, e ,Breno, um deles fala:


_ Cara, a gente jogava bola com aquele viado e ele deveria ficar nos observando. Querendo dar pra gente.
Anderson fica calado. Nicolas rebate:
_ Breno, não é porque ele é gay que ele iria querer ficar com você.

Horácio, outro colega deles rebate Nicolas: 
_ Como não? Esses gays ficam com qualquer um.

Nicolas protesta:

_ Vocês falam merda demais.
Anderson se irrita e toma um atitude suspresa:

_ Quer saber? JEAN!
Anderson chama o nome de Jean, que estranha. Eles não se falavam na escola. Ele vai receoso e se aproxima do grupo de colegas. Anderson fala a todos:


_ Esse aqui é meu amigo, antes de eu conhecer vocês. Não me importa se ele é hétero, gay ou corta dos dois lados. Ele vai continuar sendo meu brother. E quem não gostar ou não quiser mais falar comigo, tô nem aí.
_ Isso aí, Kov. _ Comemora Nicolas.


_ Quem anda com gay é gay também. Vou sentar em outra mesa, vamos pessoal? _ Reclama Horácio.
_ Quer saber? Isso é besteira. Tudo beleza, Anderson. Se você que é amigo dele, diz não ter perigo, não vou me importar também.  _ Breno conclui, outros dois colegas concordam com ele.


_ Fiquem aí, então. O gay e seus simpatizantes. Horácio vai sentar sozinho e os outros cinco ficam conversando. _ Horácio se afasta de seus colegas, enfurecido.
Após alguns minutos:


Jean está em sua sala B222, é a hora do primeiro intervalo. Ele já voltou da cantina e está sentado no fundo da sala isolado, mas feliz por Anderson parar de fingir que não o conhece na escola. De repente, ele vê determinada pessoa se aproximar. Alguém que estava forçando ao máximo para se tornar sua melhor amiga. Carmem chega convidando o rapaz para algo:


_ Jean, você tá intimado a ir numa festa comigo hoje à noite.
_ Não quinta-feira. Não rola.
_ Vamos, o William lá da minha sala me convidou. Vai ser na casa do Breno.
_ O Breno até que é legal.
_ Então?
_ Eu vou sim. Mas quem mais vai?

_ Que a gente conheça só o Nicolas.


_ Posso chamar o Anderson?
_ Só vou porque o Breno convidou ele, mas ele não vai. Vamos?
_ Vamos.


Algumas horas já passaram e Carmem, Jean e Nicolas estão na festa na casa de Breno no bairro de Humaitá. Sua mãe mora fora do pais, então, ele resolveu dar uma festa com seu irmão Jonathan, de 24 anos, e seu amigo William, de 16 anos.




20 pessoas foram para a festa, lá tem de tudo. Todos estão bebendo com a exceção de Nicolas. Nicolas está conversando com Jean e Jonathan, quando William e Breno se aproximam de Carmem:


_ Você tinha que trazer o gay pra festa? _ Breno reclama.
_ O gay e o caretão. Nem álcool, nem extasy esse babaca do Nicolas tá usando. Você tá gostando da primeira experiência, Carmem? _ William, amigo de Breno concorda com ele.
_ Essa pílula é mágica, mas eu não viria sem o Jean e o Nicolas não pode beber. Por isso, ele só tá tomando coquetel de morango sem álcool.
_ Não era que ele que bebia até cair e foi parar em centro de reabilitação ?

_ Sim, é ele. Mas ele não bebe mais.
_ Vamos batizar a bebida dele. De repente, a gente vai ver o louco que ele era.
_ Mas só um pouco.

Os três começam a colocar álcool na bebida de Nicolas sem ele saber. Ele começa a sentir as sensações que o álcool dá e começa a beber com os outros. Eles fazem jogos de bebida e "divertem-se " ( isso mesmo, o verbo está corretamente entre aspas, ênfase nas mesmas), até que Nicolas começa a desmaiar por ter bebido demais. Jean percebe a gravidade da situação.


_ Carmem, o Nicolas tá acabado. A gente tem que chamar alguém pra tirar ele daqui. _ Jean adverte, preocupado.
 _ Se a gente chamar o irmão ou a mãe dele, eles vão matar ele, assim que verem ele assim.
_ Vou ligar pro Douglas.

Após três tentativas.
_ O celular dele só dá na caixa postal. Vou ligar pro Anderson.
_ Ah, não!
_ Eu não vou levar o Nicolas pra minha casa, você vai levar pra sua?
Carmem fica calada. Seu silêncio é a resposta que Jean precisa para ligar para Anderson.

Anderson chega, ele está preocupado.  Ele não estava pensando em ir para festa hoje. Ele chega na casa de Breno e pede para Jean ir levando Nicolas para o táxi, enquanto ele fala com Carmem.
_ O que aconteceu, Carmem?


_ Nicolas não queria beber nem um pouco. Então, eu só coloquei um pouquinho de vodca no coquetel de morango dele.
_ Carmem, você não sabe que ele é alcoólatra? Ele não pode beber nem um pouco. Ele não tem controle.


_ Eu pensei que colocando sem ele saber, ele ia se animar e nem ia saber que era álcool. Funcionou no começo, ele tava super animado e divertido.
_ Carmem, eu fico feliz de não ter escolhido você. Apesar de eu não tá com a Valerie, pelo menos ela me fez um grande favor fazendo a gente terminar.


_ Anderson, não fala assim. Se você quiser, eu te aceito de volta agora mesmo.
Carmem começa a passar suas mãos no rosto de Anderson e em seu peitoral.
_ Não quero nada mais com você.  _Ele tira as mãos dela de si. 

Anderson continua discutindo com Carmem: 

_ Sabe o que a Valerie falou na cantina? Eu tô de completo acordo com ela. Carmem, você não presta. E só o Nicolas e o Jean que não perceberam isso ainda. Mas ele vai saber, assim que ele acordar.


Anderson leva Nicolas para sua casa.
Após eles irem embora, Carmem decide voltar para sua casa. Ela se despede de Breno, que a beija na boca. Ela diz não gostar, Breno, William e Jonathan riem. Ela, então, pega sua bolsa e vai embora da festa e pega uma garrafa de vodca para ir bebendo no caminho.

Viciados em Drama - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora